"Nha korasson tem txeu frakura Alguem dja massa riba del Su da rima mi eh sima um tchuba Riba di kasa di papel"
- Bersu di Iluzon Indira
Jueves, 9 mayo 2019
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Chego em casa, após o dia no treino. Jogo a mochila sobre o sofá. Sigo em direção à porta dupla que dava acesso a varanda. Varanda do qual, tem a vista para o mar.
É aqui que eu gosto de vir, quando preciso de um sossego, de acalmar-me. A semana não começou bem para mim, nem para ninguém que está envolvido com o clube.
Apoio as minhas mãos sobre o guarda-corpo, fecho os olhos, e respiro fundo. Eu não quero me parecer tão por baixo, mas não está a ser tão fácil.
Jogar futebol, não é só o meu trabalho. É o que eu amo fazer, e faz parte da minha vida, o que consequentemente, se acontece algo tão desanimador, condiciona ao emocional.
Nós perdemos de uma forma tão desastrosa, que até agora, não consigo assimilar tudo que aconteceu. 4 golos entraram na minha baliza, eu não defendi 4 golos que nos fizeram perder. Naquele dia, eu já não queria falar mais nada, apenas que o tempo passasse ou, que só estivesse a viver num pesadelo. Mas não, era a realidade, é a realidade. Quando erramos, mais queremos esforçar para corrigir os nossos erros, e conseguir progredir nos acertos, só que foi uma derrota vergonhosa para nós, que não se tem muito ânimo.
Estando a jogar profissionalmente por quase nove anos, tenho a noção que no futebol, de muito pode acontecer, e não se pode ter um jogo ganho, antes de começar, mas estávamos tão esperançosos, que não esperávamos aquele resultado.
E para piorar, ainda tem o fato de que já é quase 1 mês, que a Daniela não está em casa. Eu não ouço a sua voz por 29 dias, ela que manda mensagem, mas não responde nenhuma que envio, e nem atende as minhas ligações. Não informa acerca dela todos os dias como disse na carta, e está a demorar, algo que também tinha dito que não iria fazer.
Isto está a ser mais do que frustrante. Se eu for atrás dela, vai novamente sair de onde encontra-se. Eu estou desanimado, eu posso dizer desesperado também, e não consigo dizer porque chegou a este ponto o nosso casamento.
Ouço a porta principal abrir-se, o que chama a minha atenção. Saio da varanda, e dirijo-me para à sala. Encontro-a no meio do cómodo.
- Dani! Até que enfim. Eu estava preocupado contigo. Tu estiveste todo este tempo fora, sem me deixar contactar-me contigo. Tu estás bem?
- Eu... estou. - tento aproximar-me, mas afasta-se.
Eu estranho. Ela não está com uma face de uma pessoa que quis regressar, parece que vai dizer qualquer notícia não agradável. Reparo que não trouxe as malas com ela.
