"Found myself today Singing out your name You said I'm crazy If I am I'm crazy for you"
- Crazy For You Adele
Domingo, 5 julio 2020
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Quando ela me disse que está aqui em Londres, eu fiquei desacreditado, não por estar aqui, em si, porque acabaria por vir, já me tinha dito desde que terminou a reabilitação do Jordi. Sem acreditar, especifica ao fato de que, não sabia de nada como a partida iria ser, e confiou na seleção, que iria vencer, jogar às meias no Estádio de Wembley.
Agora, eu sinto-me ansioso, com vontade imensa de vê-la, porque este 1 mês e meio, pareceu demais para mim. Teve o estágio, para logo depois a concentração em Alemanha, em que acabámos por jogar todas partidas em Munique, já apartir das oitavas, foi diferente.
O avanço na tecnologia, auxiliou em muitos casos, como, poder-se comunicar sem que possa estar presente, só que, nada vai conseguir possibilitar o contacto físico, ao estar longe. E é isto que eu quero.
Eu quero vê-la, eu quero tocá-la, eu quero sentir o seu cheiro amadeirado, abraçá-la, manter perto de mim, saber como está, e mesmo que 1 mês pode não mudar uma pessoa, faz a diferença quando a saudade envolve um casal com sentimentos fortes. Estou a contar os segundos, para que esteja aqui.
- Estás a agir que nem eu quando comecei a namorar a Karleen. Era só ter uma semana longe, que a nossa mente já fazia sentir que era mais. - diz o Leon.
Saio de perto da janela, e decido sentar na poltrona.
- Ela está logo ali a vir. Acalme-te! Não vai fugir. Estás a parecer que estás a namorar pela primeira vez.
- Se bem que não estás errado.
Os relacionamentos, são com pessoas diferentes, podem ser iguais ou não, mas é mais provável que não seja, porque as pessoas são diferentes, então, a forma de relacionar, vai ser diferente. Num novo relacionamento, pode-se procurar mais tentar fazer o melhor, o que não se tinha feito no de anterior, só que eu não penso deste lado, porque no meu ponto de vista, eu não agi errado por todos estes 12 anos, e não dei motivos para uma separação, é algo que até a Daniela disse na última vez que nos vemos, ao assinar o divórcio. Ela apaixonou-se por outra pessoa, e este fato fez-me pensar que talvez não a tivesse amado o suficiente, mas descobri que não se baseava desta forma.
Relacionar-se com a Sol, faz-me sentir sim, como se antes eu não tivesse relacionado, porque é uma sensação diferente do que a outra. É como se eu sentisse tudo novamente. Ela teve o poder de fazer isto comigo.
Tudo bem que 12 anos, não é o mesmo que 6 meses, mas às vezes os tempos mais curtos, sobressaem os mais longos. Eu não vou esquecer o casamento que tive no passado, mas eu não posso me basear nele para seguir no futuro. É uma outra pessoa, é uma outra intensidade.
- Mas por que Sol? Eu ainda não entendi.
- É o nome em que a denominei na segunda vez que a vi, e estava irritada com algo que passou mais cedo, por isso disse que mais parecia um sol, do que uma lua, porque o seu verdadeiro é Luna. Admito que queria a provocar, só que acabei por ver que o que eu fazia, mais provocava outra sensação, do que mesmo uma provocação. Não demorei para conquistá-la, mas demorei para convencê-la, para que possamos nos tornar um casal. Chegou o momento em que eu disse que precisava tomar atitude de qualquer forma.
Viver com ela, sendo por praticamente 24 horas, por 4 meses, tornou tudo imensamente mais forte. Eu pude conhecer detalhes mais profundos presentes nela. Passámos momentos juntos, das mais variadas, mas não tocámos no assunto "sentimento", embora eu tinha vontade de o fazer, só que me mantive, devido a sua reação. Se estava a fingir, ou pelo menos tentar fingir, que não existiu nenhum clima, aliás, muito mais que isto, enquanto estávamos em Maiorca, é porque não teve nenhuma importância.
Mas eu descobri mais tarde que não foi assim, que só estava a fugir, e eu tinha que a mostrar o contrário.
- Entendo, porque eu estive 1 ano apenas com o sentimento em secreto, se bem que a Karleen estava a namorar. Mas mesmo assim continuei, quando acabei por ter a oportunidade. Este receio de a pessoa não aceitar, é péssimo. Uma hora ou outra, temos que tomar atitude sim.
- Ah, eles estão aqui! - foco a minha visão logo na entrada. - Eu aposto que ele estava ansioso para te ver. Quer dizer, tenho a certeza. - da mesma forma, centra em mim, e automaticamente sorrio.
Não gostamos de sentir saudades, mas quando já podemos matá-las...
- Oi! Prazer, eu sou a Luna! - direcciona ao Leon. - Mas é bem provável que o nome em que o André direcionou à mim, é Sol.
- Eu pensava que era o teu nome original. Prazer, Leon! - cumprimenta-a. - De tanto que fala de ti, já estava com curiosidade de conhecer-te.
- Espero que sejam coisas boas!
- Nada ruim! - ele e a namorada acabam por falar alguma coisa, que nem mais percebo, porque estou atenta na Sol. De repente, já percebo que nos encontramos sozinhos.
Aproximo dela, e pego nas suas mãos. Começo a tocá-la.
- O que foi? - questiona, curiosa.
- Quero sentir que estás bem.
- Mas é impossível não sentir bem, ao encontrar-te após mais de 1 mês. Estava com tantas saudades tuas, que não imaginas. Por isso que nem dei importância que vocês iriam perder, e já logo vim para Londres.
- Eu imagino, porque sinto o mesmo em relação à ti. E por falar nisto, ainda torna engraçado para mim.
- Ainda a querer enganar-me, para fazer-me sentir que fiz sem pensar direito. Só que eu não conseguia mais esperar, em que quando já terminei de fazer a fisioterapia, fiz a primeira coisa que veio na minha cabeça. Se eu esperasse até que o jogo terminasse, encontraria uma viagem apenas para hoje, num horário mais tarde, e não aproveitaríamos para estarmos juntos mais tempo, sendo que amanhã já vais ter o treino para preparar para o jogo de quarta. Eu agi... por impulso, talvez. Mas eu agiria mais por impulso se não tivesse a vitória.
- Tu foste confiante! - abraço-a. - Ainda bem que hoje estou de folga. Tenho muita vontade de fazer uma coisa.
- E por que não o faz? O que estás à espera? - nem termina de falar direito, que coloco ambas as mãos na sua face, e inicio um beijo.
Era um beijo misturado com saudade, falta, amor, felicidade por a ter aqui. E quanto queria. Termino por dar-lhe um beijo na testa.
- Eu amo-te tanto, sabias?
- Sabia. Tanto em espanhol, como alemão, como em qualquer língua e em qualquer momento. E é muito recíproco!
- Pensas em fazer alguma coisa hoje? Conhecer os arredores...
- Não sei, mas podes escolher qualquer um. O que importa é eu estar junto à ti, é o que mais importa. E que possamos aproveitar muito este tempo, para compensar.
- Vou fazer valer a pena.
Ainda encontra-se de manhã, e tenho até o final do dia para aproveitar todos os momentos ao seu lado. Pego na sua mão, e saímos do recinto.
