"Se ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios Rompi com o mundo, queimei meus navios Me diz pra onde é que inda posso ir"
- Eu Te Amo Chico Buarque
Miércoles, 26 febrero 2020
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- Luna, Luna... - abro os olhos lentamente quando ouço a voz do André. - Nós já chegámos.
- O avião já aterrou?
- Já. - antes de eu levantar-me, toco na minha face para saber se nada de estranho está presente.
Os rapazes possuem a mania de fazer qualquer brincadeira se alguém acabou por dormir, isto se caso não tirarem uma foto. Percebo que não tinha como de acontecer, porque a maioria estava a dormir. Quando o voo de regresso ocorre neste horário, é muito mais provável que ninguém já não tenha ânimo para fazer nada, apenas sono, bom, isto caso não termos vencido uma grande partida, em que estará tudo bem animado, e o sono é o último que teremos, ou uma péssima derrota, em que a energia está lá embaixo.
Como este jogo, terminou em empate, de nada se ganhou, como também de nada se perdeu. Empate não possui vantagem nenhuma, o que quer dizer que na segunda rodada, vamos ter que dar o máximo de nós, pelo menos em casa. Em Nápoles, foi até onde nós pudemos.
Descemos do avião, adentrámos no transporte presente na área da decolagem, em que nos levaria até o aeroporto, fizemos todo o necessário, até dirigirmos ao autocarro, que nos levariam para o CT, e de lá para à casa. Os rapazes até poderiam dormir por lá, porque amanhã há o treino pela tarde.
Pelo trajeto inteiro, eu fiquei com a cabeça encostada no ombro do André. Eu só queria uma cama, e dormir. Era tudo que eu desejava. Ainda bem que o treino vai ser à tarde, porque a cama seria a minha melhor companhia no momento. Itália é ainda mais próxima da Espanha, outro país mais longínquo seria mais cansativo.
Trabalhar com uma grande equipa de futebol, exige mais paciência e calma às vezes. Pode ser exaustivo, mas por ser a equipa que é, é gratificante.
Ao chegarmos no CT, e ao desbloquear o telemóvel, que estava desligado desde que estava nos minutos próximos ao início do jogo, percebo que estão ligações e mensagens enviadas, pelo meu pai. Decido ler a última mensagem antes para saber do que realmente se trata, antes que eu possa ligar. Se o fez durante a viagem, sem esperar que eu tenha chegado, é porque é importante.
Padre: Eu não sei se ainda já chegaste na cidade ou não, mas queria que soubesses que a tua afilhada, nasceu nesta madrugada, uma menina forte e saudável. Ainda estaremos no hospital, ao vieres. (03h45)
Abro um largo sorriso, logo que termino. O sono que eu tinha, havia desaparecido imediatamente. Queria dormir antes, mas nada irá me fazer tardar para ver a minha afilhada recém-nascida pela primeira vez, mesmo que eu nem possa tocá-la, apenas por vê-la (embora eu saiba que as minhas mãos vão comicharem para tê-la no colo, a partir do momento que os meus olhos entrarem em contacto com ela).