"But if you knew the truth, then
Then you wouldn't feel insecure
'Cause if I didn't have you
I wouldn't have nothing at all"- You & Me
James TWJueves, 13 junio 2019
Ao chegar no quarto do hotel, que acabámos por hospedar, deixo a mala sobre a cama. Sigo logo para junto à varanda, e percebo que o quarto é de frente ao mar. Abro a porta de correr, e desloco para à varanda.
A sentir a ventania na face, fecho os olhos. Sorrio. A primeira vez que sorrio por hoje. De nada pensaria que estaria em Maiorca. Apoio os meus cotovelos sobre o parapeito.
Como que o André conseguiu planear tudo em pouco tempo, sendo que ainda era ontem que estávamos lá, quase na madrugada, a conversar?
Tudo bem que ele já sabia acerca do meu aniversário, porque já tinha dito antes, mas, parece muito que foi uma ideia pensada a partir de ontem. É o que me faz pensar que o fez pelo fato de mudar o meu estado emocional. E está a conseguir. Raras são as pessoas que podem ter este feito, até porque, quem aproximava de mim antes, eu não dava uma brecha para estar mais próximo.
Martina e Pablo que foram na persistência, quer dizer, um pouco, porque eu já sentia que com eles seria uma afeição mais forte. Poucas pessoas poderiam entender-me, e eles entendem-me. Só que não pensava que o André seria a próxima pessoa.
Quando me tornei fisioterapeuta estagiária, tentei ao máximo ser mais aberta, os rapazes também são mais descontraídos, deram contributo para acontecer mais aproximação, o que foi o mesmo em relação aos jogadores ao tornar-me uma das profissionais de saúde do clube principal. Aos poucos eu pude estar menos fechada.
Talvez os dois estejam certos ao dizerem que eu só tenho uma máscara de personalidade forte. Eu só não queria que as pessoas aproximassem, "usufruir" de qualquer benefício e sairem fora. Só tinha problemas em relacionar.
Retorno para o quarto. Pego no telemóvel que estava no bolso da mala, e tiro do modo de voo. Decido enviar uma mensagem para um dos dois, mas antes que possa entrar no aplicativo, ouço um toque na porta do quarto. Autorizo a entrada.
- Está quase no horário do almoço. Vamos almoçar? - sugere no entreabrir da porta.
- Tudo bem. Só vou trocar de roupa, e logo encontrar-te-ei. Não vou demorar. - revira os olhos. - É sério! - assente e sai do quarto a fechar a porta.
Como tinha prometido, não demorei para me arrumar. Apenas troquei o vestido florido que estava a trajar, por um short de cintura alta não curto que era um pouco larga nas coxas, mas justo na cintura, e uma blusa fresca.
Verão é uma estação que adoro muito. Tudo bem que há exceção em relação às temperaturas elevadíssimas. Mas gosto do fato de sair, divertir, estar na praia, viajar... pode até parecer estranho para uma pessoa caseira como eu, só que quando é para sair, conhecer qualquer lugar, tem que valer muito a pena, senão nem saio de casa. Às vezes não tenho ânimo algum, entretanto, a insistência da vossa parte, até que não acabou por ser em vão.
Ao sair do cómodo, dirijo-me para o quarto onde se encontra o André, que é logo ao lado do meu. Não foi preciso nem tocar na porta, que ele já logo abre-a. Ao ver-me, franze a testa. Faço o mesmo. Ficámos num intervalo de tempo desta forma, até acabarmos por rir da situação.
- Até que foste rápida.
- Mas parece que estavas impaciente, e logo iria chamar por mim novamente. - digo enquanto fecha à porta.
- Não, tinha decidido ficar à tua espera por de fora. Eu gosto de ver-te a sorrir, não de sarcasmo, é claro, quando é sincero. - bato-lhe no ombro de leve. - Estou a falar sério. Foram raros os momentos que eu te vi a sorrir assim, desde que te conheci. Sol, tu devias estar mais assim, não foi à toa que eu fiz com que esta viagem pudesse ter acontecido.
- Está nas tuas mãos que o seu decorrer, possa ser o que me surpreenda.
- Deixe comigo. - caminhamos até o elevador que nos levaria ao térreo.
Ao chegar, ele sugeriu que fôssemos à pé, para que possamos conhecer um pouco a cidade, o que eu aceitei de prontidão. Era bom, continuávamos a conversar, observar o que há de bom aqui na ilha.
Se fosse a Luna de antes, eu ficaria desconfiada com a intenção desta viagem, mas não tem como eu pensar por este ponto de vista. É algo que só ele mesmo possa me dizer. Quem diria que a pessoa que eu conhecesse numa noite, acabaria por estarmos aqui?
Amizade é uma relação que aprendi a valorizar depois que conheci a Martina e o Pablo, só que eu tinha por mim que conhecer o André faria apenas parte do trabalho, mesmo sendo que nem conhecemos por este meio. Tudo mudou quando ele chegou naquele dia abalado, ou talvez poderia ter mudado mais pela frente. Eu não sei, eu só sei que, acabou que entre nós, não manteve apenas o modo de deboche, evoluiu para muito mais.
Chegámos num restaurante, que só pela arquitetura e o ambiente, já tinha gostado. Eu só espero que a refeição faça jus a primeira vista que possamos ter logo ao ver. Acomodamos numa das mesas que ficava no centro.
Um garçom aproximou-se logo, e foi bem simpático. Apresentou-nos o menu, e deixei a escolha com o André. O funcionário tinha perguntado se queríamos beber alguma coisa antes do almoço, mas recusamos, a agradecer. Pediu licença, antes de afastar-se.
Apoio o meu queixo sobre a minha mão, e centro a minha visão pela rua.
- Eu ainda não estou a acreditar que tu me convidaste para uma viagem. - digo.
- Tu ficaste com um pé atrás, em não aceitar, e a imaginar que poderia ser outra pessoa? - encosto-me no aposento.
- Eu pensei no meu pai, ou a minha tia. Tina ou Pablo não poderiam ser, porque ao estarem no quarto, a apressarem-me e dizerem que tinha uma surpresa para mim, eu já tinha descartado. Por isso, sim, pensei em não ir à lugar algum. Quando eu estava no aeroporto, ao dizerem que não iria arrepender, e que a pessoa que o fez, foi para me fazer esquecer um pouco de tudo, já tinha imaginado que serias tu. Só que eu queria ter a certeza. Tipo, tornou-se estranho para mim, porque, até ontem, estávamos a jogar farpas um para o outro.
- A corrigir: tu estavas a jogar farpas, eu apenas gostava de tirar graça de tudo.
- Sim, não estás errado.
- Eu só queria planear algo que fosse diferente. Que pudesses sorrir como agora. Por mais que possamos ter conhecido não da melhor forma, e tu a mostrar-se uma personalidade forte, eu já tinha visto que, não eras bem assim esta pessoa quando tiveste empatia comigo. Foi ali que pude ter a certeza que poder conhecer uma pessoa como tu, valia muito a pena. Tu és boa, tu és... inspirada. Eu nem sei encontrar uma qualidade melhor. Só sei que, acabar por enchacar-te toda teve o seu propósito. Hoje é o dia que completas mais um ano de vida, e acabei por saber que é uma data complicada para ti. Não foi fácil, eu confesso, porque tinha receio que haverias de não gostar, não aceitar, ou desistir logo quando tivesses chegado num dos aeroportos, mas por já estarmos aqui, significa que consegui o meu propósito, pelo menos por enquanto, mas o importante é que só de ver o teu sorriso, fez tudo importar. E ah, eu tenho um presente para ti. - levanta uma das mãos que estava por debaixo da mesa, e coloca sobre, uma caixa rasa.
O mesmo acaba por abrir, e estava por dentro um pingente com o formato da lua.
- Lua? Por que não sol?
- Porque, a verdade é que, és mais lua do que sol, por mais que no início mostraste ser o contrário. Só que não quer dizer que vou mudar a alcunha. - sorrio.
- Gracias! Gostei, imenso!
- Eu quero que tu possas estar mais feliz do que agora.
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Bjs da Lu
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Mi Hermosa ϟ Marc-André Ter Stegen ✓✅
Fanfic❝ Me estás enseñando a amar. Yo no sabía. Amar es no pedir, es dar. Mi alma, vacía. ❞ - Gerardo Diego