"Porque ao teu lado eu tenho o que preciso O meu pequeno paraíso é ficar aqui contigo Podem cair estrelas lá no deserto do Saara E o mundo acabar agora, mas não vou me importar"
- Fim Do Mundo Anselmo Ralph
Sábado, 19 septiembre 2020
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Verifico novamente no telemóvel se não estou atrasada, e de novo, constato que quem realmente está em atraso, não sou eu, e sim, a pessoa no qual estou à espera. Fico a bater o aparelho eletrónico na minha mão. Estou aqui já há duas horas, e nada dele aparecer, por um breve momento. O garçom veio na minha mesa duas vezes para perguntar se eu queria alguma coisa, e apenas dizia que não precisava, só pedi uma água em que nem bebi muito.
Tentei muito para conseguir ter um encontro, sendo que já estou nesta tentativa há um ano. Ele sumiu, não deu às caras mais após o que aconteceu, só que eu queria muito poder falar com ele, para ouvir da sua voz, a olhar nos meus olhos, e dizer-me o porquê de ter feito tudo aquilo, porque eu ainda não cheguei em nenhuma conclusão, não sei o que o levou a tentar prejudicar-me.
Combinei num local público, num restaurante, mas numa área um pouco discreta, para que possamos conversar melhor, se caso eu conseguir conversar com ele. Acredito que não irá fazer nada contra mim, fisicamente, porque profissionalmente, tentou fazer.
Estava para levantar e sair, quando ele aproxima do lugar onde estou, a fazer-me parar.
- Já estavas a ir embora?
- Estou há duas horas à tua espera. Pensei que tivesses desistido.
- Eu estava aqui há tempo inteiro, antes mesmo de teres vindo. Estava a observar se não era nenhuma armadilha, em que queriam me pegar. Depois que tive esta certeza, decidi vir. Então, o que tens para me dizer?
Ele está mudado. Não possui mais o cabelo até o ombro, porque cortou-o, e não há barba na sua face. Talvez eu poderia não ter reconhecido, se não fosse pelos seus olhos, o que sempre manteve da mesma forma. Não estou a dizer em relação a cor, mas a expressão, que para mim, sempre foi indecifrável.
- Será que dá para sentares antes? - puxa o aposento da mesa, e senta, o que faço depois.
Cruza os seus braços, e age como uma pessoa que está apressada.
- Fale logo, porque eu não tenho todo tempo do mundo.
- Por que fizeste tudo aquilo? Por que trocaste o projeto, tentaste me prejudicar? Não pensaste no quanto poderias prejudicar não só a mim, mas a empresa, e principalmente, à todas as pessoas que estavam envolvidas na construção? São vidas e mais vidas, em que um simples erro, pode acabar com tudo. - esperei um ano para fazer esta pergunta, e não iria esperar nem um minuto, em que agora, estamos na presença um do outro. Eu tenho que saber.
