treze

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PHILIPPE

Ouço vozes na sala e faço careta, me virando na cama e escondendo o meu rosto em meio aos travesseiros. Não adiantou muito, continuei ouvindo.

No fim eu desisti de tentar voltar a dormir e me levantei, indo para o banheiro fazer minhas higienes. Depois disso, caminhei para a sala.

— Bom dia. — Digo e as duas cabeças da mesa se viraram para mim.

— Bom dia, meu Philippe! — Minha mãe falou sorridente e eu me aproximei, deixando um beijo em sua cabeça. — Essa é a Naty. — Apontou.

Ela deu um sorriso forçado, se encolhendo na cadeira.

— Oi. — Sorrio.

— Oi. — Murmurou.

— Philippe, a Naty agora é a minha companheira de café. — Minha mãe falou animada. — Somos super amigas.

— Como você aguenta? — Pergunto para Natalya, que riu, e eu fiz careta ao receber um tapa da minha mãe. — Bom te ver de novo, Natalya. Faz um tempão, não é? — Digo, me sentando.

— É... — Disse.

A olhei com atenção, inclinando a minha cabeça para o lado.

— Parece que você não mudou nada. — Falo, vendo ela se mexer na cadeira e voltar a atenção para o café da manhã na frente dela.

*
NATALYA

Pra mim era meio desconfortável estar no mesmo local que Philippe, mas eu quem era a intrusa ali.

Tentei agir normalmente enquanto estávamos sentados na mesma mesa, torcendo para que ele fosse fazer alguma outra coisa bem longe assim que terminássemos e eu pudesse ficar sozinha com tia Esmeralda. Queria conversar com ela sobre o meu "namoradinho", como ela mesma se referia à Pedro.

Não nos falamos mais depois de eu ter recusado o convite dele e eu me sentia ridícula por aquilo.

— E o seu namoradinho? — Ela perguntou assim que ficamos sozinhas na cozinha.

— Ele me chamou para sair. — Conto e ela bate palminhas. — E eu disse que já tinha compromisso.

— O que? Natalya! — Falou e eu abaixei os ombros. — Querida, achei que tivesse dito que gostaria de o conhecer.

— E eu gostaria, mas eu não tenho um pingo de coragem. — Digo. — E se ele não gostar de mim? E se eu não gostar dele? E se ele for um velho?!

Ela riu com a última pergunta.

— Eu não acho que ele seja um velho. — Disse pensativa.

— Vai saber, tia. — Digo e ela ri novamente.

— Naty, vocês se gostam. — Falou. — Tudo bem que nunca se viram, mas se começaram a gostar um do outro mesmo sem se verem, então nada vai mudar quando se encontrarem pessoalmente.

— Não penso o mesmo. — Murmuro.

— Sou mais velha, tenho mais experiência, então confie em mim. — Disse e eu ri. — Não perca essa oportunidade. Se der errado, você pode vir aqui em casa e comemos sorvete assistindo filme triste, igual acontece nesses filmes românticos que você gosta.

— Gostei da parte do sorvete. — Digo pensativa e ela ri.

Meu celular apitou e eu o peguei, vendo uma mensagem.

*
p_algumacoisa
tive uma ideia

natcomy
não sei se vou gostar, mas fala

p_algumacoisa
você deve estar com medo de me encontrar, o que eu acho completamente normal

então vamos fazer assim: você leva uma faca e eu outra

natcomy
você é doido????

p_algumacoisa
é uma ideia muito ruim?

natcomy
é

p_algumacoisa
poxa, demorei bastante pra pensar nela :(

natcomy
KKKKKKKKKKKKKKKKKKK
não vou levar uma faca no nosso primeiro encontro, e espero que você também não leve, porque eu não quero morrer

p_algumacoisa
então você topa sair?

natcomy
não no sábado

p_algumacoisa
domingo

natcomy
não

p_algumacoisa
ok
esperarei pacientemente a sua boa vontade de marcar um dia para nos vermos

natcomy
muito obrigada por tal liberdade

*
— Está sorrindo sozinho? — Ouço e levanto a cabeça, vendo tia Esmeralda olhar para a porta da cozinha, onde Philippe estava encostado, com o celular em mãos.

— Sim. — Respondeu ainda com um sorriso no rosto. — Tô de saída, viu?

— Tá bom. — Ela disse.

— Tchau, te amo. — Falou e ela o respondeu da mesma maneira. — Tchau, Natalya.

— Tchau. — Digo e dou um meio sorriso, levantando a mão em um aceno.

Ele sorriu e saiu em seguida. Continuei olhando para o lugar onde ele estava.

— Até que ele está bonitinho.

— Oi?!

Me virei rapidamente para frente, encontrando tia Esmeralda me olhando com as sobrancelhas levantadas e um sorriso no rosto.

— Eu disse alto? — Pergunto.

— Sim. — Confirmou e eu escorreguei na cadeira, escondendo o meu rosto com as mãos enquanto ela ria.

**
mó gatinho af

eu tô atualizando demais isso aqui

Twitter ━━ Philippe CoutinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora