quarenta e oito

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NATALYA

Lavínia havia me puxado até o quarto que ela dividia com outras meninas. Nos sentamos na cama dela e ela começou a me apresentar as bonecas dela.

— E essa aqui é a Luna. — Disse e me entregou a mesma. — Ela é a minha favorita, mas não conta pras outras, porque elas ficam tristes. — Pediu.

— Prometo guardar segredo. — Digo e ela sorri. — Adorei os nomes das suas bonecas.

— Eu que escolhi. — Falou orgulhosa, me fazendo sorrir.

— Quantos anos você tem? — Pergunto.

— Cinco. — Respondeu.

— E o seu irmão?

— Três.

— Legal. — Digo. — Você já foi para a casa de alguém também? — Pergunto, me lembrando do que ela havia dito sobre o irmão.

— Não. — Disse. — Não sou legal, eu acho. — Completou, arrumando o cabelo de uma das bonecas.

— Claro que é. — Falo. — Eu te achei muito legal.

Ela deu um meio sorriso, mantendo a atenção na boneca.

Puxei outro assunto relacionado às bonecas dela, esperando que assim ela me desse algum tipo de abertura e se sentisse mais confortável comigo.

Depois de um tempo ouvi a porta do quarto ser aberta e olhei para a mesma, vendo a diretora do orfanato e Philippe logo atrás dela.

— Natalya! — Ele falou e entrou no cômodo. — Te procuramos por todo esse lugar.

— Desculpa, meu bem. — Peço e me levanto da cama. — Perdão, diretora, eu sei que não tenho permissão de estar aqui, mas é que...

— Está tudo bem, sei como a Lavínia é. — Ela me interrompeu e olhou para a menor. — Lavínia, o que eu já falei sobre ficar em cima das pessoas? Peça desculpas para a senhorita por a atrapalhar.

Franzi o cenho e olhei para a menina, que se levantou da cama e parou de frente para mim.

— Desculpa por...

— Não, querida, você não precisa me pedir desculpas. — Falo rápido e a puxo para mais perto, a prendendo contra mim com os braços. — Não achei adequado a senhora falar assim com ela. Lavínia tem todo o direito de conhecer as pessoas que vem aqui, ou então como que será adotada?

— Desculpa, senhorita. — Ela pediu e deu um sorriso forçado.

— Não é pra mim que deve desculpas.

A diretora me encarou por um tempo, desviando o olhar para Lavínia em seguida.

— Desculpa, Lavínia. — Pediu claramente sem vontade.

Lavínia se encolheu e eu a olhei.

— Tudo bem? — Pergunto e ela confirma com a cabeça. — Ok. Olha, aquele ali é o meu noivo. — Aponto para Philippe.

— Oi, Lavínia! — Ele sorriu, se aproximando e agachando na frente dela.

— Oi. — Murmurou tímida e eu sorri.

— O Philippe pode ser o seu amigo também. — Falo.

— Verdade. Podemos brincar do que você quiser. — Ele falou e Lavínia nos olhou por um tempo.

— Boneca? — Perguntou para Philippe, que sorriu.

— Claro! — Respondeu e ela sorriu, segurando na mão dele e fazendo o mesmo se levantar e a seguir até a cama, onde começou a mostrar as bonecas.

*

— Odiei aquela mocreia velha. — Resmungo entrando em casa e ouço a gargalhada de Philippe atrás de mim. — Você viu como ela foi ridícula com a Lavínia? Isso na nossa frente, imagine agora que fomos embora.

— Eu vi, meu bem. — Disse e se jogou ao meu lado no sofá. — Mas você defendeu ela muito bem. O instinto materno tá ativo já.

Rio da afirmação dele e me ajeito no sofá, o olhando séria.

— O que você achou dela? — Pergunto.

— Adorei ela, é uma fofa. — Falou e inclinou a cabeça para o lado, me olhando pensativo. — Ela parece você.

— Não é?! — Digo sorrindo. — Foi o que eu pensei. Benzinho, por favor, vamos ficar com ela. — Peço e ele sorri.

— Claro que vamos. — Disse e eu sorri abertamente, segurando no rosto dele e dando um selinho no mesmo.

— Ela tem um irmãozinho. — Conto e Philippe levanta as sobrancelhas. — Ele está na casa de um casal, segundo a diretora os dois estão pensando em adotar ele e estão fazendo um "teste".

— Acho que é meio errado falar isso, mas tomara que não dê certo. — Falou e foi a minha vez de levantar as sobrancelhas. — Daí podemos adotar os dois. — Completou.

— Mesmo?! — Pergunto animada e Philippe sorri.

— Mesmo, meu amor. — Sussurrou e selou nossos lábios.

Sorrio boba, retribuindo o beijo com a intenção de o demonstrar todo o amor que eu sentia por ele.

— Não vejo a hora de termos a nossa família. — Sussurro.

**
fofura, fofura, fofura, fofura
vou explodir de fofura

Twitter ━━ Philippe CoutinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora