quarenta e nove

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NATALYA
dias depois

Queria surtar.

Não esperava que trabalhar, cuidar da organização de um casamento e de uma adoção seria tão cansativo.

Philippe nem sempre estava disponível para me ajudar, e mesmo fazendo o possível até quando estava longe, a maioria das coisas ficavam sobre minha responsabilidade.

Um trânsito infernal não era lá uma das coisas que eu mais precisava no momento.

— Que saco, que saco, que saco. — Resmungo, batendo de leve a minha cabeça no volante.

Depois de uma eternidade ali, consegui chegar em casa. Desci do carro com a bolsa e os sapatos nas mãos, indo até a porta de casa.

Destranquei a mesma e entrei, pulando de susto quando encontrei Philippe jogado no sofá.

— Ai, Philippe! — Digo e coloco a mão no coração, ouvindo a risada dele.

Deixei as minhas coisas próximo à porta e fui até ele, o cumprimentando com um selinho.

— Eu chego de viagem e você só me dá um selinho? — Perguntou, se sentando.

— Tá carente, é? — Brinco e amarro o meu cabelo, me jogando ao lado dele.

— Estou. — Respondeu, fazendo bico.

Rio e seguro no rosto dele, juntando nossos lábios e iniciando um beijo. A mão dele descansou em minha cintura, me puxando para mais perto.

— Estava com saudades do meu benzinho. — Sussurro, nos separando e o enchendo de beijos no rosto.

Philippe sorriu, me dando mais um selinho.

— Também estava com saudades. — Falou e me olhou com atenção. — Você está com carinha de cansada.

— Está tão óbvio assim? — Pergunto, fazendo beicinho.

— Está.

— Quero dormir por um mês inteiro. — Falo e solto o meu corpo no sofá, tombando a cabeça para trás.

— Um mês não posso prometer, mas o resto do dia sim. — Disse e se levantou, segurando nas minhas mãos. — Vamos tomar um banho quentinho e então vamos ficar deitadinhos na cama, bem quietinhos, assistindo um filminho.

— Tudo com inho. — Sorrio e ele confirma com a cabeça.

— Vamos. — Chamou e eu me levantei, passando os braços pelo pescoço dele.

— Vamos só tomar banho? — Pergunto baixo e Philippe inclina a cabeça para o lado.

— Meu bem, você não estava cansada? — Perguntou rindo.

— Uma rapidinha não cansa ninguém. — Digo.

— Cansa sim.

— Se não quer transar comigo fala logo. — Resmungo, tirando as mãos dele e ele solta uma gargalhada.

Philippe passou o braço pela minha cintura, me prendendo a ele e escondendo o rosto em meu pescoço, deixando beijos por lá.

— Quando foi que te neguei orgasmo, meu amor? — Sussurrou em meu ouvido e eu gemi baixo, sentindo meu corpo arrepiar.

— Vamos logo. — Chamo e seguro na mão dele, o puxando para o banheiro.

*

Faço carinho pelo peito de Philippe, que retribuía em meu cabelo.

— O que você acha de rosas para o casamento? — Pergunto baixo.

Nós optamos em nos casar no Brasil, mas depois faríamos uma pequena cerimônia também em Barcelona.

— São bonitas. — Sussurrou. — Mas você não estava pensando em tulipas?

— Sim. — Respondo. — Fiquei em dúvida. Qual você acha melhor?

— Eu gostei bastante das tulipas. — Respondeu, brincando com uma mecha do meu cabelo.

— Ok, então pode ser tulipas. — Murmuro. — Já estou ficando ansiosa para o nosso casamento.

— Só agora? Estou ansioso desde o dia que te pedi. — Falou e eu ri.

— Você acha que conseguiremos a guarda das crianças até lá? — Pergunto com um pouquinho de medo.

Ainda estávamos brigando para podermos ficar com a guarda das duas crianças. Da parte de Lavínia era fácil, já que éramos o único casal que a queria, mas do irmão dela não.

Outro casal queria adotar Lucca, e aquilo só estava dificultando para nós.

— Claro que sim, meu amor. — Sussurrou.

— Eles são tão lindos. — Murmuro. — Não sabia que eu tinha tanta vontade de ser mãe.

— Você vai ser uma mamãe incrível. — Afirmou e eu levantei a cabeça, o olhando.

— Você acha? — Pergunto.

— Tenho certeza. — Disse e eu sorri, dando um beijinho nele.

— Você também vai ser um papai incrível. — Sussurro e vejo ele sorrir. — Qual vai ser o sabor do nosso bolo de casamento?

Philippe riu.

— Benzinho, você muda de um assunto pro outro muito rápido. — Falou.

— Estou ansiosa para as duas coisas, então temos que falar sobre tudo. — Digo e ele ri.

— Vamos dormir, amanhã conversamos sobre o que você quiser. — Disse e me apertou mais contra ele.

— Tá bom. — Murmuro, me aconchegando em seu peito. — Boa noite, benzinho.

— Boa noite, benzinho. — Falou de volta, deixando um beijo no topo da minha cabeça.

Foquei nos batimentos dele e no carinho em que ele fazia em meus cabelos, aproveitando o nosso momento.

— Mas, sério, qual sabor você prefere? — Pergunto depois de um tempo.

— Natalya! — Philippe me repreendeu e eu ri baixo.

**
ansiosa pouco

Twitter ━━ Philippe CoutinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora