quarenta e cinco

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NATALYA
um ano depois

Passo a mão em meu vestido, ouvindo o samba tocar alto do lado de fora, na área de lazer da casa.

— Querida! — Ouço a voz de dona Esmeralda e caminho até a porta do quarto, abrindo a mesma e encontrando a minha sogra do outro lado.

Era engraçado a chamar de sogra, depois de já ter me acostumado com o "tia", mas ela adorava.

— Oi, já estava saindo. — Digo.

— Vim só avisar que seus pais já chegaram e tem carne pronta. — Falou. — Adorei o vestido!

— Obrigada. — Sorrio e saio do quarto, fechando a porta atrás de mim. — Vamos?

— Vamos. — Disse e segurou em minha mão, me puxando para a saída.

Rio da animação dela.

Philippe e eu estávamos de férias e escolhemos o Rio como destino. Eu estava aproveitando o tempo para ficar um pouco com os meus pais, já que tínhamos um tempo sem nos vermos.

Tia Esmeralda e eu chegamos até a área de lazer da casa dela. O som ficou mais alto e o cheirinho de carne assada fez a minha barriga roncar.

— Oi, mamãe. — Falo para a mesma, a cumprimentando com beijos na bochecha.

— Oi, meu pãozinho! — Ela disse sorridente. — Eu mandei o seu pai esperar um pouco, mas ele foi logo se juntar com os outros para jogar.

— Ah, homens. — Digo e ela ri. — Eu vou buscar um pedaço de carne, estou com fome. Já volto.

Joguei beijo para ela e tia Esmeralda, que começaram a conversar.

Fui até a bancada próxima à churrasqueira, pegando um pedaço de carne.

— Ei, meu amor. — Ouço, sentindo mãos em minha cintura e um beijinho em minha bochecha.

— Oi, meu benzinho. — Falo e me viro para ele, deixando um selinho em seus lábios.

— Amei seu vestidinho. — Sussurrou e eu sorri, passando meus braços pelo pescoço dele.

— É mesmo? — Murmuro.

— Uhum. — Falou. — Está linda. — Disse e colocou o rosto na curva do meu pescoço, deixando alguns beijos por lá.

— Obrigada. — Falo ainda sorrindo como boba.

— Sem contar que ele facilita muito na hora de nós... — Sussurrou em meu ouvido e eu o interrompi antes.

— Não vamos transar agora. — Digo baixo, o afastando do meu pescoço.

Philippe bufou e eu ri, dando outro selinho nele e nos afastando em seguida.

*

— E quando vocês vão nos dar netinhos? — Minha mãe perguntou e eu coloquei um pedaço de carne na boca para não ter que responder.

— Vivo perguntando isso pra eles, Nádia. — Tia Esmeralda disse.

— Nós não estamos pensando nisso agora. — Philippe respondeu, pegando o meu copo de guaraná e tomando da minha bebida. — Muito cedo, não é? — Perguntou, olhando pra mim.

Concordei rapidamente com a cabeça.

— Vocês já tem idade e maturidade o suficiente para terem filhos. — Mamãe disse.

— Com "muito cedo" nos referimos ao nosso tempo juntos, mamãe. — Falo. — Nós nem conversamos sobre isso, não queremos agora.

— Queiram logo, não quero estar muito velha quando meu netinho chegar. — Tia Esmeralda falou e minha mãe concordou, o que nos fez rir.

Elas duas continuaram a conversar animadamente entre elas e eu agradeci por terem mudado de assunto.

— Podíamos fazer o netinho agora mesmo. — Philippe sussurrou em meu ouvido e eu ri, dando um tapa na perna dele.

— Não.

*

Me deito na cama, ao lado de Philippe, que estava com o rosto enterrado no meio dos travesseiros.

— Está acordado? — Murmuro.

— Uhum. — Respondeu abafado e depois se virou para mim.

— Posso fazer uma pergunta? — Peço e ele confirma com a cabeça. — Você quer ser pai agora? — Pergunto baixo.

— Não sei. — Respondeu.

— Philippe, isso não é resposta. — Resmungo.

— Ah, meu bem, sei lá. — Falou. — Eu não me importo de esperar mais um pouco. Quando você quiser, eu quero também.

— Eu queria pelo menos terminar a minha faculdade antes de pensar nisso ou tentar. — Falo baixo.

— Pronto, esperamos você se formar e depois conversamos sobre isso. — Disse. — Não tenho pressa.

— Está bem. — Sussurro com um sorriso no rosto e deixo um beijo na ponta do nariz dele, que fechou os olhos pronto para tentar dormir. — Tenho outra pergunta.

— Você disse que era uma só. — Murmurou.

— Eu menti. — Digo e ele ri baixo. — Quando você vai me chamar para morar com você, benzinho? — Pergunto em um sussurro e Philippe me encara.

— Como assim? — Perguntou e se ajeitou na cama, sem desviar o olhar do meu. Levantei as sobrancelhas. — Você quer?!

— Quero o que?

— Natalya! — Resmungou e eu ri, me aproximando mais dele.

— Se você ainda quiser, eu quero. — Sussurro.

— É claro que eu quero! — Falou animado e segurou em meu rosto, me enchendo de beijos. — Não sabia que estava esperando eu tocar no assunto, desculpa.

— Você estava me dando espaço, já que eu te pedi um tempinho, está tudo bem. — Falo.

— Vamos morar juntos! — Disse e eu ri.

— Vamos morar juntos! — Repito.

— Devo te pedir em casamento já? — Perguntou com um sorriso no rosto e eu ri.

— Poder, pode, mas vou pensar se você é digno de receber o meu sim — Me faço de difícil, mas a verdade é que eu diria sim um milhão de vezes para ele.

Philippe riu, dando um beijo em minha bochecha.

— Eu te amo muito. — Sussurrou.

Fiz biquinho. Amava ouvir ele falando aquilo. Nunca me acostumava, meu coração sempre dava uma paradinha ao escutar.

— Eu também te amo. — Digo e faço carinho no rosto dele. — Muito, muito, muito!

Ele sorriu, juntando nossos lábios outra vez. Conseguia sentir o amor dele todinho ali, e aquilo me fazia ficar ainda mais apaixonada.

**
tô assi- 🥺❤️🥺❤️

Twitter ━━ Philippe CoutinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora