vinte e dois

7.1K 650 299
                                    

NATALYA

Brinco com o lençol da cama entre meus dedos, olhando para o teto do quarto e repassando os acontecimentos da noite, até chegar ao momento do beijo.

Mordi o meu lábio, ainda sentindo a sensação dos dele nos meus.

Ouço o meu celular apitar e olho para a mesa de cabeceira, me esticando e pegando o aparelho.

p_algumacoisa
olá, nat com y

natcomy
vá se fuder.

*

— Esses homens de agora não prestam não, querida. — Dona Esmeralda falou e eu ri. — Estou falando sério. Quando eu conheci o pai do Philippe, nós não perdemos tempo não, nós logo...

— Ok, terei que interromper a senhora. — Digo rindo. — Prefiro não saber o que vocês dois fizeram logo.

Ela riu.

— Está bem. — Disse. — O que quero dizer é que os de hoje estão muito lerdos. Não fique mal pelo bolo que levou, foi ele quem perdeu.

Eu sorri, concordando com a cabeça, mesmo não pensando exatamente daquele jeito.

— Odeio ir ao mercado! — Ouvimos um resmungo e olhamos para a porta, vendo Philippe entrar com algumas sacolas. — Não vou mais, tá?

— Você reclama de tudo. — Tia Esmeralda falou, se levantando e indo até ele, o ajudando com as sacolas. — Cozinha. — Chamou e o filho a seguiu.

Eu me encolhi no sofá, torcendo para que ele saísse da cozinha direto para o quarto.

— Oi! — Escutei e pressionei os lábios, chegando à conclusão que a força do meu pensamento não funcionava nem um pouquinho.

— Oi. — Murmurei como resposta para Philippe, que se jogou ao meu lado no sofá.

Me movi para o lado, me afastando.

— Como está? — Perguntou.

— Bem. — Respondi e dei um meio sorriso.

— Conseguiu limpar o seu pé? — Perguntou e eu ri, confirmando com a cabeça.

— Depois de alguns minutos, ele ficou limpinho. — Falo. — Você também bebeu muito água no meio da noite?

—Sim. — Respondeu rápido. — Eu nunca mais como daquela pipoca. — Afirmou.

— Nem eu! — Faço careta e ele ri, inclinando a cabeça para o lado.

— E sobre o meu beijo? — Perguntou se aproximando e eu senti meu rosto esquentar. Aquilo pareceu o divertir, já que ele claramente começou a segurar o riso. — Mãe! — Chamou.

— Eu!

— Sabia que a Naty e eu tivemos um encontro ontem? — Falou e logo uma Esmeralda de olhos arregalados apareceu na passagem entre a cozinha e a sala, nos olhando.

Fiquei ainda mais vermelha.

— Como é?! — Ela perguntou. — Natalya, sua danadinha, não me falou disso!

Twitter ━━ Philippe CoutinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora