cinquenta e dois

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NATALYA

Lavínia batucava as mãos em minhas pernas, sentada no meio das mesmas enquanto eu penteava o cabelo dela.

— Eu tenho que chamar você de mamãe? — Perguntou de repente e eu pisquei algumas vezes.

— Se você quiser e se sentir confortável com isso, pode sim. — Digo com cuidado. — Não quero forçar nada, tudo no seu tempinho e no do seu irmão.

— Pode ser assim com o titio também? — Perguntou.

— Pode. — Respondo.

— Ok. — Murmurou.

Voltamos a ficar em silêncio e eu terminei de fazer o penteado.

— Prontinho. — Digo e ela se vira para mim. Sorrio e dou um beijinho no nariz dela, que sorriu.

— Você ia gostar, tia? — Perguntou e eu inclinei a cabeça para o lado. — Se eu chamasse você de mamãe?

— Eu iria amar, meu amor. — Sussurro, fazendo carinho no rostinho dela.

— Eu gostei que você me escolheu. — Falou. — Isso quer dizer que eu sou legal, não é?

— Claro! — Digo. — Você é super legal. A menininha mais legal de todas. — Completo e a puxo para mais perto, enchendo o rosto dela de beijinhos.

Lavínia soltou uma gargalhada gostosa e eu sorri, dando um último beijo estalado em sua bochecha.

— Eu tô com fome. — Falou.

— Eu também estou. — Faço bico. — Vamos ver se o Philippe e o Lucca conseguiram fazer alguma coisa naquela cozinha.

— Mais fácil eles colocarem fogo do que fazer comida. — Ela disse, descendo da cama.

Rio e me levanto, a seguindo para fora do quarto, em direção à cozinha.

— Tem alguma coisa pronta, meus amores? — Pergunto quando chegamos no cômodo.

Me sentei à mesa e Lavínia se sentou no meu colo.

— Estou para morrer de tanta fome. — Fez drama, deitando a cabeça sobre a mesa. Rimos da cena dela. — É sério.

— Sorte a de vocês duas que aqui tem dois ótimos chefes de cozinha. — Philippe falou. — Mostra pra elas, Lucca.

O pequeno segurou concentrado o prato que Philippe o entregou e se aproximou da mesa. Ele colocou o prato sobre a mesma e eu me inclinei para a frente, junto com Lavínia.

Dentro do prato tinham algumas panquecas.

— Estão queimadas. — Falo.

— Culpa do tio. — Lucca disse rápido e Philippe o olhou indignado.

— Achei que fôssemos guardar esse segredo! — Ele falou para o pequeno, que colocou as mãozinhas na boca.

— Eu disse que era mais fácil eles botarem fogo, não disse? — Lavínia sussurrou para mim, me fazendo rir.

*

Mordo o lábio de leve, digitando em meu notebook. Philippe estava deitado ao meu lado, mexendo no celular.

O aparelho em meu colo fez um barulho de notificação e eu olhei para o topo da tela, vendo uma nova mensagem no Twitter. Entrei no mesmo, abrindo a DM.

*
p_algumacoisa
🥺🥺🥺🥺🥺🥺🥺🥺🥺🥺

*
— Por que está me mandando mensagem, amor? — Pergunto, o olhando.

Esperei por uma resposta, mas Philippe me ignorou, mantendo a atenção no aparelho.

Levantei uma sobrancelha, confusa.

— Philippe. — Chamo.

Meu notebook apitou outra vez.

*
p_algumacoisa
🥺🥺🥺🥺🥺🥺🥺🥺🥺🥺

natcomy
o que foi, meu benzinho?

p_algumacoisa
você não tá me dando atenção, então te mandei mensagem

natcomy
estamos um do lado do outro, Philippe

p_algumacoisa
pois é, e mesmo assim você não está nem aí pra mim 😠

natcomy
KKKKKKKKKKKKKKKKK
valha minha nossa senhora, que drama!

*
Fecho o meu notebook, o deixo de lado e me viro para Philippe, segurando no queixo do mesmo e deixando alguns selinhos em seus lábios.

— Como está carente. — Sussurro no meio dos beijos. — Eu estava resolvendo umas coisinhas, logo iria te dar atenção. — Explico.

— Eu sei, meu bem, estava fazendo draminha. — Disse com a cara mais cínica do mundo e eu ri.

Junto nossos lábios novamente, iniciando um beijo. A mão de Philippe descansou em meu rosto, fazendo carinho em minha bochecha.

— Titios! — Ouvimos e Philippe nos separou rindo.

— Isso que é ser pai? — Perguntou baixo e eu ri, confirmando com a cabeça.

— Vou ver. — Digo e dou um selinho nele, me levantando em seguida.

Caminho até a porta, abrindo ela e vendo a minha duplinha.

— Oi. — Sorriram e eu ri.

— Aconteceu alguma coisa? — Pergunto.

— A gente não tá conseguindo dormir. — Lavínia disse e Lucca concordou com a cabeça.

— Podemos ficar aqui? — Lucca pediu, fazendo biquinho.

— Meus amores, vocês têm que aprender a dormir no quarto de vocês. — Falo.

— Tio. — Chamaram manhosos.

— Podem! — Philippe respondeu e as crianças passaram saltitantes por mim.

Fiquei com cara de tacho, olhando eles subirem na cama e se posicionarem no meio.

— Vem, tia! — Lucca chamou, dando batidinhas na cama.

— Tá bom. — Dou de ombros.

Fecho a porta do quarto e volto para a cama, me deitando na mesma e deixando as crianças no meio de Philippe e eu.

— Conta histórinha, tio. — Lavínia pediu, se ajeitando e virando para Philippe.

Lucca e eu fizemos o mesmo, olhando para ele com atenção.

— Está bem. — Ele falou. — Era uma vez...

**
tô- 🥺❤️🥺❤️🥺❤️
lindinhos de mamain

Twitter ━━ Philippe CoutinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora