Twitter ━━ Philippe Coutinho

vinte e um

NATALYA

O "melhor encontro" que Philippe se referia resumia-se em nós dois andando pelo parque, enquanto ele carregava os meus saltos e nós dois comíamos a pipoca extremamente salgada que o tio do carrinho vendia por ali.

— Você nunca pensou em seguir outra carreira, não é? — Pergunto, já que falávamos sobre futebol.

— Não. Você não lembra? Eu vivia jogando futebol na escola!

— Ah, eu lembro. — Digo. — Eu nunca era escolhida, então eu ficava sentadinha em um canto e assistia todos vocês jogarem.

— Já te pedi desculpas por essas coisas, eu era um idiota. — Falou.

— Ou ainda é? — Pergunto o olhando.

— Você está me ofendendo no nosso primeiro encontro?! — Perguntou indignado e eu ri. — Que absurdo, sinceramente!

— Você sabe ser bem dramático quando quer. — Digo, fazendo ele rir.

— Eu poderia ser ator. — Disse pensativo e então eu gargalhei. — O que?

— Não, você não poderia. Você seria um péssimo ator, Philippe. — Falo. — Nem combina com você. Continue sendo jogador de futebol.

— Não sei se está vingando ser jogador não.

— Ah, para com isso. — Digo. — Você foi parar em Barcelona com o seu talento. É prestigiado por onde passa, tem um monte de fãs por aí... é óbvio que está vingando. Uma má fase não muda isso.

— Que milagre você falando coisas boas de mim. — Disse e eu o olhei confusa. — Minha mãe me contou sobre como você falava de mim.

— Eu falava com todo o carinho do mundo. — Minto descaradamente e ele ri. — Ah, qual é, eu ainda tinha raiva de você.

— E já passou?

— Pouquinho. — Falo e mostro o polegar e o indicador juntinhos, vendo Philippe sorrir. — Talvez, no fim desse encontro, passe mais um pouco.

— Talvez? — Perguntou.

— Talvez. — Repito e olho para a frente, colocando mais pipoca na boca.

*

Philippe e eu paramos na frente da minha casa, que estava apenas com a luz da sala acesa.

— Chegamos. — Falou e eu voltei a atenção para ele.

— Pois é. — Digo e sorrio. — Obrigada por me acompanhar até em casa.

— De nada. — Disse.

— Seria esse o fim do melhor encontro da minha vida? — Pergunto, citando as palavras dele e inclinando a cabeça para o lado, vendo Philippe sorrir.

— O fim é um novo começo. — Falou e eu ri.

— Muito profundo. — Afirmo. — Obrigada por hoje. Adorei ter um encontro com você, foi divertido.

— Eu também gostei, bastante. — Disse. — Seus saltos. — Falou e me entregou os mesmos.

— Meu Deus, o meu pé deve estar uma podridão. — Falo e ele solta uma gargalhada. — Passar metade da noite esfregando. — Resmungo.

— Eu falei para você calçar.

— Estava machucando. — Faço bico. — Enfim, boa noite.

— Boa noite. — Disse.

Dei um sorriso e levantei a mão, acenando de leve para ele e me aproximando do portão, abrindo o mesmo.

— Espera aí. — Philippe pediu e eu me virei para ele novamente, que se aproximou de mim e segurou em meu rosto.

O encarei confusa, vendo ele chegar o rosto dele para mais perto do meu.

— O que é que você está fazendo? — Murmuro, quase gaguejando.

— Terminando o melhor encontro da sua vida do jeito certo. — Sussurrou.

Senti meu rosto esquentar e agradeci por ele estar com as mãos em minhas bochechas e esconder aquilo. Sua respiração misturou com a minha e eu fiquei nervosa pela aproximação.

Os lábios de Philippe tocaram os meus da maneira mais delicada possível, e eu só faltei derreter.

Retribui o beijo e entreabri os meus lábios para que ele pudesse usar a língua. Me arrepiei quando ele o fez e nossas línguas se encontraram.

Passei um dos meus braços por seu pescoço e uma das mãos dele desceu para a minha cintura, parando ali e dando uma leve pressionada.

Ele beijava bem e eu queria continuar ali, mas depois de um tempo precisamos de ar, então Philippe nos afastou devagar, deixando alguns selinhos em meus lábios.

— Vai dizer que não foi o melhor encontro de todos. — Falou e eu ri.

— A verdade é que foi o encontro mais aleatório que eu tive e eu provavelmente adquiri problema de pressão alta com aquela pipoca, mas... — Digo. — Sim, melhor encontro de todos. — Sussurro.

Philippe sorriu e deixou um beijo demorado em minha bochecha.

— Boa noite. — Falo baixo e dou um beijo na bochecha dele de volta, me afastando e entrando em casa em seguida.

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