Twitter ━━ Philippe Coutinho

quarenta e quatro

NATALYA

Leio os comentários na foto de nós dois que Philippe havia postado. Havia mais pessoas falando mal de mim e me xingando do que pessoas elogiando nós dois.

Meu direct também estava cheio e eu mal conseguia mexer no meu celular por conta daquilo.

Alguns seguidores dele eram até criativos nos xingamentos, mas a palavra que aparecia em peso ali era "interesseira".

Já tínhamos aparecido em alguns sites de fofoca antes, mas não eram nada demais. Na verdade, a maioria não mostrava o meu rosto, e a matéria sempre era "Philippe Coutinho namorando?" seguido de um texto falando que eu ainda era uma desconhecida para eles.

Estava ótimo daquele jeito. Ainda tinha alguns xingamentos, mas pelo menos não eram no meu direct.

Respiro fundo e abaixo a tela do meu notebook, fechando o mesmo. O deixei de lado e soltei o meu corpo na cama, olhando para o teto do quarto.

Odiava a internet.

*

Ouço o meu celular tocar e me reviro na cama, passando a mão pela mesma até encontrar o aparelho. Atendo a ligação sem ao menos ver quem era e levo o celular até a orelha.

— Alô? — Falo sonolenta.

— Está dormindo, Naty?! — Reconheço a voz de Philippe.

— Eu estava, até você me acordar.

— Meu bem, nós combinamos de sair, você esqueceu? — Perguntou e eu coloquei a mão no rosto.

— Não, eu não esqueci. — Minto. — Podemos deixar para outro dia? Não estou no clima de sair hoje.

— Você está bem?

— Sim.

— Não parece. Aconteceu alguma coisa? — Insistiu.

— Não, meu amor, estou bem. — Repito. — Só estou um pouco cansada.

— Quer que eu vá aí? — Perguntou.

— Não precisa. A gente se fala, beijos. — Digo e desligo a ligação, voltando a enfiar o meu rosto nos travesseiros.

*
dias depois

Olho pelo olho mágico, encontrando um Philippe sério do outro lado da porta. Abro a mesma.

— Senti falta da careta. — Falo e faço biquinho.

— Por que está me ignorando? — Perguntou, desconsiderando o que eu havia dito.

— Não estou ignorando você. — Respondo, dando espaço para ele entrar, mas o mesmo continuou parado.

— Está sim. — Falou. — Nós combinamos um monte de coisa pra essa semana e você desmarcou tudo sem explicação alguma.

— Desculpa, eu só estava cansada. — Murmuro.

— É, essa foi a sua desculpa para todas as vezes. — Resmungou.