The beginning of mores.

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Pov Kirishima.

Todo mundo ficou perguntando se eu tava bem o dia inteiro. Isso era pior do que a própria situação.

Katsuki ficou se gabando muito tempo, assim que o Aizawa disse que ele sozinho conseguiu deixar o vilão muito machucado e lento, a ponto de ser moleza derrotá-lo.

Com todo seu orgulho jogou isso na cara de todo mundo, mas se alguém perguntasse ele nem lembrava disso.

O final de semana acabou assim. Eu já tinha devolvido as coisas do Katsuki pra casa dele, já que obviamente não vai querer continuar morando comigo sem saber de nada.


No outro dia, segunda-feira, fomos pro colégio. Fui pelo caminho que eu sabia que ele sempre ia, pra tentar encontrar ele na estrada. E consegui.

Pra mim ficar fazendo isso todo dia, tenho que ou acordar mais cedo ou andar mais depressa já que assim o caminho fica um pouco maior.

Alcancei ele algumas quadras antes de chegarmos ao colégio.

--Bom dia Bakugou!
--Que porra você tá fazendo aqui cabelo de merda? Vasa daqui anda.
--Ótimo humor esse seu hein?
--Tsc.. Morra.


Quando chegamos na sala, observaram por termos vindo juntos. Mas nem tiveram tempo de comentar, porque o professor chegou quase junto com a gente. Todos se sentaram e a aula começou.

Aizawa disse para todos que estavam perguntando, inclusive eu, que não teria problema de Katsuki não lembrar do que aprendeu no ano passado, além de ser temporário provavelmente aprenderia a matéria nova com a mesma facilidade.

Eu tinha pegado o caderno do Kaminari pra ver a matéria desde o começo, e Shinsou foi emprestar o dele pro Katsuki.

--Ei baitola... Tu tá estudando aqui desde quando porra?
--Desde o ano passado na verdade.
--Pra que tu veio pra cá vagabundo? Tu tinha é que caça um serviço lembra não caralho?

O próprio arroxeado riu ao lembrar o jeito que o Katsuki era no começo.


Depois de ler e supostamente entender, tentei fazer um dos exercícios que tinham sido passados.

--Ahm... Acho que terminei..? *Disse cutucando o Kaminari*

Ele já tinha aprendido com a ajuda do Shinsou, e então revisou pra ver se tava certo mesmo.

--Não aqui, ele tem que ficar elevado ao cubo.
--Hein? Pra quê? Nem tem três pra colocar aí...
--Eu não sei. Mas tem que colocar.
--Diabo é isso doido... Então tá... Fora isso tá certo?
--Não sei.. Mas tá sim.
--Rapaz... Eu aprendi sozinho... Nossa! Vou me gabar o resto da semana igual o Katsuki agora uai.
--Eu o que seu filho da puta? *Katsuki fala do outro lado da sala, ele sempre foi muito bom em ouvir a conversa dos outros*

Eu vou até ele pra não ter que ficar gritando no meio da sala.

--Eu entendi facilmente a matéria das últimas semanas.
--Ah você é ruim em estudar neh? É eu tinha ficado sabendo mesmo... Aiai entrou na UA só pela individualidade mesmo. *Diz com uma certa ironia*
--Ah tá querendo encarar é bombinha? Vamos disputar quem acerta mais questões então.
--E por que caralhos eu faria isso?
--Ah sim... Talvez você não consiga neh... Mas fazer o que Bakugou, paciência!
--SEU DESGRAÇADO! É SÓ FALAR ONDE QUE EU ARREBENTO A SUA CARA JUNTO FILHO DA PUTA!
--Nas árvores no fundo do colégio, nesse intervalo.*Digo rindo, já que todo mundo começou a olhar com os gritos mais altos que o normal*

Todo mundo já tinha aprendido a conversar meio que ignorando os gritos de sempre dele, mas quando ele começa a gritar (já que os gritos normais já não consideramos como gritos) aí não tem como você não perder a concentração no que está fazendo.

Quando deu o sinal, todo mundo começou a sair da sala. Eu peguei um caderno e Katsuki fez o mesmo já indo pro local. Levei o livro também pra pegar as questões dele.


Ele tava sentado na mesma árvore que tínhamos ficado da última vez. Me deu até uma pontada no peito ver aquilo.

Me sentei de frente pra ele e disse que cada um tinha uma página, e seriam dez minutos pra gente fazer, já que o tempo do próprio recreio não era muito.

--E quem é que vai ver se tá certo porra?
--A gente mesmo uai. Você não disse que “já sabe”? Então não acho que você erraria em corrigir não?
--Tsc... Começa logo desgraçado.


Começamos a cada um fazer suas questões, eu nem sabia muito bem o como eu tinha aprendido estudando sozinho mas, sei que vai valer apena.

Assim tenho bem mais desculpa pra ficar com ele, sem que fique reclamando tanto.

Quando o tempo tava quase acabando, ele para de mexer no caderno. Já devia ter terminado já que eu também tava no último.

--Hm... Que foi? *Pergunto ao ver ele olhando em volta*
--Engraçado eu não lembro de vir aqui, mas lembro de vir aqui... Eu hein...
--Talvez assim você lembra do nosso anel de casal. *Cochicho*
--Que porra você falo aí?
--Equação de segundo grau. Aqui oh!
--Tsc... Até parece. Anda logo porra!
--Calma, calma. Já terminei. Um estresse alheio que eu nunca vi. Credo.
--O meu tá tudo certo, agora me deixa ver o seu cabelo de merda.
--Eu na verdade não duvidava mesmo...


Ele passa o olho rapidamente “corrigindo” pra saber se eu tinha errado alguma coisa, e bem no finalzinho ele começa a rir.

--Eu sabia! Eu sou melhor que você porra! Você esqueceu do expoente idiota.
--Hm? *Olho e percebo que não ti há colocado a misera do três* Eu esqueci! O Kaminari ainda me falou mais cedo.
--HAHA! Idiota, não sabe nem coloca a porra de um três alí. Mas é um idiota mesmo.
--Aish.. Cala a boca!
--Que você disse? Tá querendo morrer é?

Acabo soltando um riso disfarçado e ele se vira ainda mais puto. Caminho junto com ele, já que tínhamos que voltar pra sala.

--Vaza daqui filho da puta! Já ganhei no seu desafio idiota, vai embora.
--Não. Você é engraçado. Principalmente quando eles te chamam de.. Como era mesmo? Biribinha neh?
--Tsc... CALA A BOCA OU EU TE MATO DESGRAÇADO! *Ele tenta me “explodir” mas uso minha individualidade*
--Hehe. Anda logo ou o Aizawa vai chegar antes da gente. *Digo empurrando ele até chegarmos na sala*
--Tsc... Filho da puta...



E é exatamente assim que estão sendo os meus dias, eu arrumo alguma coisa pra deixar ele bravo e assim ele meio que aceita que eu fique perto dele.

Depois de um tempo, ele se acostumou comigo agora ele já não me trata como o novato e lá no fundo, a gente é amigo.

Eu pesquisei pra saber quanto tempo poderia durar a falta de memória dele, e disse que realmente era improvável, poderia ser até um ano dependendo (quase caí da cama quando vi isso).

O site era de um cara que já teve um acidente como esse então não acho que seja mentira. Eu só não queria acreditar já que, se for um ano ainda faltam onze meses neh...




Forbidden fruit. [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora