Capítulo 21

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— Ah meu Deus!

— Oi para você também. — diz sorrindo.

— Ah, meu Deus! Ah, meu Deus! Ah, meu Deus! — me jogo nos braços do meu irmão e quase nos faço cair no chão.

— Wow! Parece que alguém estava com saudades. — Saudades? Aquilo era pouco comparado ao que eu sentia.

— Só cala a boca e me aperta. — Tentei segurar as lágrimas, mas aquilo era uma tarefa difícil.

— Ei! Você está chorando? — ele afaga meus cabelos.

— Não. — eu fungo.

— Mentirosa. — sabia que ele estava sorrindo, mas continuou me abraçando e alisando meus cabelos.

— Quando você chegou? Por que não me avisou? — me separo dele e enxugo minhas lágrimas.

— Agora mesmo. Queria que fosse surpresa. — dá de ombros.

— Venha. Vamos entrar. — deixo que ele entre primeiro e fecho a porta.

— Parece que nada mudou aqui. — comenta olhando ao redor da casa.

— Já você pelo visto…

Mike estava diferente. Usava um novo corte no cabelo preto, mais estiloso que o antigo. Parecia mais moderno e bonito. Ele estava deixando a barba crescer, o que era uma surpresa. Ficou mais forte também. Mas o que não mudou foi o brilho em seus olhos castanhos, como os meus, e seu sorriso igual ao da nossa mãe. Apesar de gêmeos, não éramos idênticos.

— É, bem… Talvez eu tenha mudado um pouco. — ele senta-se no sofá e ergue um braço sob o móvel.

Vou para bem perto dele. Estou cansada de distância. A partir de hoje, distância é minha palavra mais odiada depois de química.

— Na nossa última vídeo chamada você não estava assim.

— É, foi uma decisão repentina. Nada demais. — ele coloca um braço em torno de mim, enquanto me aconchego ao seu lado.

— Então, como é Las Vegas? — começo minha série de perguntas.

— É… Não muita coisa. — diz como se estivesse entediado.

— O que? Está mesmo me dizendo que Las Vegas não é grande coisa? Las Vegas, a cidade do pecado, onde tudo acontece?  — Me separo o suficiente para olhar nos olhos castanhos dele.

— Falando assim, até parece que é de outro mundo. — Levanto a sobrancelha, como se estivesse dizendo exatamente isso.

Eu bufo. — Anda, me conta como foi lá. — cutuco sua lateral com meu cotovelo.

— OK. — Volto a me encaixar na dobra de seu braço. — Hmm… Lá é tipo Nova York, uma cidade que não dorme. A qualquer hora do dia você encontra muitas lojas abertas e pessoas na rua. É bem louco, mas gostei da adrenalina que emana do lugar. Parece que sempre tem algo novo para ver e você meio que fica perdido com tudo o que tem lá.

— Você já foi num cassino?

— O que?

— Perguntei se você já foi num cassino.

— Sim, eu entendi isso, mas eu quero saber o porquê.

Dou de ombros. — Vegas é conhecida pelos cassinos também. Você já foi a um?

Mike coça a cabeça e parece um pouco desconfortável.

— Não!  — digo em choque.

— É, bem…

Como se Fosse Verdade - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora