— Papai, Mike me bateu!
— Não seja dramática! Eu mal encostei em você. — Meu irmão chato fala atrás de mim.
— Não quero mais falar com você. — Me afasto dele pisando forte. Eu odiava ele ser mais alto e mais rápido, mesmo quando éramos gêmeos.
Fui até o homem sentado na poltrona da sala, lendo um jornal com o auxílio de óculos. Ainda usava uma parte da roupa de trabalho: camisa branca, calça social e sapatos. A gravata e o terno não estavam à vista. Ainda parecia um advogado.
— Ei, garotinha! — Ele me chama pelo apelido, me colocando em seu colo. — O que houve desta vez?
— Mike me bateu.
— Como se isso fosse verdade! Eu não fiz isso, pai! Eu não bati nela. Você sabe que eu nunca faria uma coisa dessas. Foi apenas um peteleco porque ela estava me irritando.
Papai olha para mim.
— Isso é verdade?
Abaixo os olhos e remexo as mãos no colo.
— Talvez.
Os dedos do meu pai pegam o meu queixo e erguem-no para que eu olhe em seus olhos.
— Talvez não é uma resposta para esta pergunta. Sim ou não?
— Sim — desvio o olhar. Papai tira os óculos e deixa na mesa ao lado da poltrona.
— Então por que mentiu, garotinha?
— Eu tenho 7 anos, pai. — murmuro ainda olhando para o chão.
Não era mais criança e não gostava quando ele me chamava como uma. Ouço Mike bufar.
— Tenho a mesma idade e mamãe ainda me chama de bebêzão.
— É porque você é, querido! — minha mãe grita de algum lugar fora da casa. Mike geme.
— Kate, você pode ter a idade que for, mas vai ser sempre minha garotinha. — Papai sorri. — Agora, me conte porque mentiu sobre seu irmão ter batido em você.
Suspiro.
— Eu só queria que ele brincasse de casinha comigo. Eu consigo brincar sozinha, mas com ele é mais divertido. Só que ele não parava de ficar com aquele aparelho idiota.
— Aquele aparelho idiota é um Xbox 360. — Resmunga. Olho feio para Mike.
Ele era uma criança alta para sua idade. Os cabelos macios e grandes, faziam invejas às meninas. Incluindo a mim.
— Ei, vocês dois! Olhem a boca.
— Desculpe. — dizemos em uníssono.
— Eu quero que parem de brigar agora. Mike, você não deve dar mais atenção a um objeto do que a sua irmã, mesmo que ele seja o mais legal de todos. Ela é mais importante, sempre. Lembre-se de que Kate é nossa garotinha e é o nosso dever protegê-la e fazê-la feliz. Ok?
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Como se Fosse Verdade - Livro 1
Teen Fiction"- A partir de agora, você tem uma amiga, Benjamin Hunter. - digo com firmeza. Ben estava precisando disso, de algo sólido. - A partir de agora você tem um amigo, Katherine Laurentis. - devolve baixinho." ...