Capítulo 4

160 41 204
                                    

Há um som ao longe

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Há um som ao longe.

Se prestar bem atenção, é Gimme Shelter do The Rolling Stones. Não para de tocar e, apesar de amar muito essa banda, não quero escutar nada além do silêncio agora.

Abro meus olhos e desligo o meu celular.

Suspiro.

Hoje é segunda, então acordo antes do Sol nascer. Bem, alguém tem que deixar a casa limpa e eu passo o dia inteiro fora na escola e depois no trabalho. O único jeito é fazer tudo agora, porque quando chegar do trabalho vou estar cansado demais até para respirar.

Saio da cama. Pego meu celular e desço para o andar debaixo.

Como muitas vezes, meu pai estava bêbado demais para subir as escadas para o próprio quarto, então ele dormiu no sofá. Queria que ele parasse com isso antes que tivesse uma doença grave.

O sofá ficava no meio da pequena sala e tinha um móvel que sustentava a velha tv. Não tinha uma boa qualidade de imagem, nem tv a cabo. Passo pela sala, deixando meu pai e seus roncos para trás. Vou até a cozinha e não consigo reprimir um suspiro. O cômodo estava uma bagunça. Garrafas de cerveja na mesa e pelo chão e até mesmo comida por todo o lugar. Vou levar um tempo apenas arrumando aqui.

Começo juntando as garrafas e os sacos plásticos. Depois, limpo a mesa e o chão com a vassoura. O passo final é lavar a pilha de pratos na pia. Eu gostaria de ter um lava louças. 30 minutos depois, a louça já está lavada e guardada.

Agora, vou até a lavanderia que ficava no lado de fora e era composta apenas por uma pia velha. Já deixei as roupas num balde perto da porta. Pego o balde, abro a porta e vou até a pia. Deixo que a água encha no tanque, então começo a lavar a roupa. Uma máquina de lavar também economizaria muito do meu tempo. Por um lado, isso é um bom exercício físico já que não posso pagar uma academia e nem tenho tempo para isso.

Uma hora e meia depois, as roupas já estão lavadas e estendidas no varal atrás da casa.

Entro em casa, já conseguindo ouvir os roncos dele. Ignoro-o e começo a limpar a sala, o que me toma mais 20 minutos. Com isso, pego o balde que lavei a roupa, que estava na cozinha, e encho-o com água. Depois, vou até o banheiro, que fedia horrivelmente, e começo a lavá-lo também. Aproveito e tomo banho também.

Deixo o balde no banheiro e saio com a toalha na cintura até meu quarto. Visto um jeans velho, uma camisa preta e coloco outra xadrez por cima, mas deixo os botões abertos. Enxugo os cabelos com a toalha, descendo as escadas para estendê-la lá fora.

Voltando para dentro, olho se tem algo para comer nos armários. Nada além de pratos velhos e copos. Fecho as portas. No caminho, eu compro algo.

Me apresso para pegar minha mochila e celular. São 7:00. Tenho que correr para não me atrasar. Parece que vou ter que acordar um pouco mais cedo. Só de pensar em cama, me faz querer voltar para ela e nunca mais sair.

Como se Fosse Verdade - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora