Capítulo 34

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Decidi que não gosto de sorrisinhos. Sorrisinhos são maléficos e traiçoeiros exatamente como os das duas mulheres sentadas à minha frente.

— Ele estava tão nervoso, Fluflu. — Kate ri. 

— Não, Kate-kate, eu não estava nervoso. Quantas vezes preciso repetir?

— Ah, Ben. Qual é! — Ela dá risada. — Estava, sim. Sua mão estava toda molhada.

— Eu acredito nela. — Fluflu toma, inocentemente, seu chá. — Mas preciso dizer que estou surpresa. Não pensei que você ficaria tão ansioso para conhecer a mãe da sua... Amiga.

— Sério, Fluflu? Depois de tantos anos você vai ficar do lado de quem conheceu há dias atrás?

— Sororidade, querido. — Ela dá de ombros e Kate concorda com a cabeça.

Suspiro, derrotado, pensando se foi uma boa ideia ter juntado essas duas. Certamente não o teria feito se soubesse que se voltariam contra mim dessa maneira.

Pego um cookie e observo enquanto mais pessoas entram no Café. Ele está especialmente cheio hoje.

— Então, o que mais aconteceu no jantar?

Gemo.

— Podemos não falar neste assunto, por favor?

— Quieto, Ben. Você não pode achar que não vou querer saber dos detalhes. — Fluflu me repreende.

Olho para Kate e ali está. De novo, o maldito sorrisinho.

— Ele não parava de limpar a mão na calça. Estávamos no sofá e, quando minha mãe chegou, Ben pulou do lugar e ficou todo tenso.

— E você, como uma ótima pessoa que é, nem disfarçou que estava curtindo às minhas custas.

— Desculpe. — Ela ri, sem o mínimo de remorso. — Mas a melhor parte foi quando minha mãe subiu para se arrumar e, quando voltou, nos encontrou muito próximos.

Foi horrível. Jurei ter morrido por alguns segundos. Nada em mim funcionava quando escutei um pigarreio atrás de mim e sabia que a mãe de Kate tinha nos pegado.

— Ele estava perto de beijá-la? — Fluflu fica boquiaberta.

— Uhum.

— Benjamin Hunter! O que deu em você? Como pôde fazer isso quando foi conhecer a mãe de Kate? Você ao menos a pediu em namoro? Que será que ela pensa de você agora? — Fluflu praticamente grita e quero me enterrar no buraco mais próximo.

— Na verdade, Fluflu, minha mãe amou conhecê-lo. — Kate me olha com um sorriso. Não o sorrisinho, mas o sorriso que amo.

É fácil esquecer que eu estava carrancudo há segundos atrás. Essa garota não faz ideia de que basta apenas um sorriso dela para ter o mundo aos seus pés.

— É um alívio. — Fluflu se acalma. — Foram os olhos azuis, não foram?

— Eu acho que sim.

— E, no fim, Judie mal podia esperar para passarmos mais tempo juntos neste final de semana. — digo antes que elas continuassem a falar de mim como se eu não estivesse ali.

— Detesto admitir, mas você está certo.

— Estou sempre certo, princesa. — Pisco um olho para ela e dou uma mordida em mais um cookie. Estes são deliciosos.

— Bem, eu espero que vocês se comportem nessa viagem. Não quero que me apareçam com um netinho tão cedo.

As migalhas erram o canal para o meu estômago, me fazendo tossir como um louco. Kate corre para o meu lado e começa a massagear as minhas costas.

Como se Fosse Verdade - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora