Capítulo 35

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Senti o cheiro do mar antes mesmo de conseguir vê-lo

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Senti o cheiro do mar antes mesmo de conseguir vê-lo.

— Depois que nos instalarmos na casa, podemos ir para o mar. O sol está sorrindo para nós hoje. — diz Richard do banco do motorista, abaixando o volume do som.

Ele e Ben tem gostos musicais muito parecidos e vieram discutindo sobre as melhores bandas britânicas de 1973 e se Mick Jagger era melhor que Freddie Mercury.

Preciso confessar que a atmosfera do carro ficou muito prazerosa enquanto eles decidiam nossa playlist. Quando todo mundo cantou Can't Help Falling in Love with You, com partes erradas e performances bobas, parecíamos uma família de verdade. Eu estava feliz. Mesmo sentindo falta do meu gêmeo.

— Estamos quase lá. — Anuncia nosso motorista.

Nos aproximamos de pequenos condomínios de casas, que eu sabia que ficavam em frente à praia. Mal podia esperar para sentir a areia debaixo dos meus pés.

— Qual delas é a sua? — pergunto.

— A última desta rua. Gosto de locais mais reservados e calmos. Naquela área não tem muitas pessoas na praia então, posso aproveitar com uma certa paz.

— Acredite quando eu digo que sei o que você quer dizer.

— Você são tão antissociais. — Mamãe ri do banco da frente.

— Não somos contra pessoas, querida. Apenas não gostamos de estar no mesmo espaço que muitas delas. É desconcertante.

— Exato. — concordo.

— Estou bem com qualquer um dos lados. — Ben comenta ao meu lado.

Ficamos a viagem toda de mãos dadas, comigo aninhada na curvatura de seu braço, brincando com seus dedos. Algumas vezes ele beijava minha cabeça e murmurava em meu ouvido, me fazendo rir até ficar com dor. Eu gostava dessa proximidade entre a gente. Gostava muito.

— Chegamos. — Richard para o carro.

Olho para a janela, para a casa de vidro de dois andares.

Ao meu lado, Ben assobia.

— Pensei que gostasse de privacidade.

— Sim e também tenho gostos exóticos. — Diz Richard, algumas coisas no porta-luvas. — A casa foi construída para vermos o mar de, praticamente, todos os cômodos. Além disso a casa fica num local distante das outras e tem cortinas por toda parte.

— Mas não é arriscado alguém vir e roubar algo? — Pergunto e solto meu cinto.

— Richard deixa um casal amigo cuidando da casa enquanto ele não está. O casal mora pelas redondezas e a área é cercada por câmeras. — Mamãe esclarece.

— Sim. Há alguns meses instalei um sistema de segurança, então se alguém entrar na propriedade e não desligar o alarme, que só é possível se tiver com o meu celular ou com o de meu amigo, então toda a vizinhança saberá que tem alguém fazendo o que não devia aqui. — Richard sorri para nós e sai do carro.

Como se Fosse Verdade - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora