Capítulo 6

130 36 184
                                    

Acabei de receber uma ligação do instrutor de obras, dizendo que não íamos trabalhar nesta tarde

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Acabei de receber uma ligação do instrutor de obras, dizendo que não íamos trabalhar nesta tarde. O que era uma droga, porque eu iria receber o dinheiro justamente hoje.

Depois da escola, volto para casa com um péssimo humor. Ainda tenho algum dinheiro na carteira, então vou ao pequeno mercado perto de casa e compro o necessário para fazer o jantar.

Estou me aproximando de casa e vejo que o Sr. Finlay está no seu lugar habitual, na sua varanda.

— Hey, Sr. Finlay! — cumprimento-o quando passo por sua casa. Quase sempre ele está na varanda, em sua cadeira de balanço. Às vezes, até parece que está esperando alguém.

— Olá, garoto. — responde com sua voz danificada pelo tempo.

— Como está hoje?

Me aproximo da sua velha casa, como sempre faço, para ele não ter que forçar muito a voz. Vestia um suéter azul marinho e um cobertor nas pernas. A pele negra parecia mais ressecada que o normal.

— Anda tomando sua dose de insulina?

— Sim, garoto. Eu estou bem. O melhor que a idade me permite.

— Ah, mas o senhor está em forma. Talvez até consiga sair para dançar com uma bela moça, não?

O velho Finlay riu.

— Não existe outra mulher para mim desde que minha esposa se foi.

Seu rosto assume a expressão que mais vejo nele: saudade.

O amor que o Sr. Finlay tem por essa mulher é algo que eu quero ter um dia. Ele está sozinho naquela casa por muito tempo, mas não parece se sentir assim. É como se ela estivesse sempre com ele, em seu coração.

Eu duvidava que teria tal coisa na minha vida.

— Ela com certeza está feliz com isso.

Ele faz um movimento de dispensa com a mão, porém eu sei que, em seu coração, aquelas palavras o fortaleceram.

— Bom, eu preciso de um banho e preparar o jantar. — levanto a mão com as sacolas de comida.

Sr. Finlay bufa.

— Você sabe o que eu acho sobre isso. Não era você quem devia estar fazendo o papel de pai.

— Sim, sim. Mas eu realmente preciso fazer esse jantar. — abro um sorriso.

Ele bufa novamente.

— Vá, garoto! Antes que eu me levante daqui dar uns bons socos em seu pai. — Minha risada é alta.

— Tenho certeza de que seriam os piores que ele já levou. Tchau, Sr. Finlay!

— Até mais, garoto. — sorri mais uma vez antes de ir embora.

Como se Fosse Verdade - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora