Estou a caminho do Mazarick, perdida nos meus pensamentos. Suspirando, olho para o céu.
É de tardezinha, o sol está quase se pondo. Me abraço e continuo andando até conseguir ver o lago. Quando olho para o banco, percebo que alguém, um homem, já está sentado lá. Hesito em seguir em frente.
Venho aqui para ter paz, sozinha. Não sei se quero companhia agora e talvez ele também não queira. Além disso, parece se algo... Íntimo. Um silêncio que diz muitas coisas, revelam suas preocupações e problemas. Não é algo para se compartilhar com um estranho.
Mas ele não parecia ser tão estranho. Era um caminho onde se andava até a lateral do banco, então eu conseguia ver o perfil da pessoa. Começo a andar em sua direção, procurando reconhecê-lo. Quando chego perto o suficiente para visualizar quem está sentado, percebo que é o mesmo cara que fez dupla comigo na aula de química, mais cedo. Benjamin. Quase rio da coincidência. Parece ser coisa de livro.
Ele não percebe minha presença se aproximando e tiro este tempo para o observá-lo.
Sua expressão parece... magoada, cansada. Os ombros largos estão curvados e os olhos distantes. A melancolia em seu rosto... Não sei como é possível, mas ele lembra a mim mesma. Também murmurava uma canção que eu não reconhecia. Era triste e lamentosa. Isso fez com que meus pés dessem mais alguns passos até estar de pé ao lado do banco.
— Oi. — cumprimento-o pela segunda vez hoje.
Benjamin se vira pra mim e pisca, como se voltasse do lugar onde sua mente estava. Quando olha para mim, percebo que ele me reconheceu e... Ah, os olhos dele são tão lindos! Os azuis mais bonitos que já vi.
Ele pisca novamente e me dá um sorriso torto. Conheço essa expressão.
— Oi — responde. — Quer sentar? — Eu devia ter dito não. Devia ter inventado alguma desculpa e saído dali, mas apenas me sentei ao seu lado.
— Então, — começo. — você vem sempre aqui?
Aquela, com certeza, era uma pergunta estúpida, mas não consegui pensar em nada melhor. Ele ri e eu queria costurar minha boca. Pelo menos alguém estava se divertindo.
— Qual a graça? — murmuro.
— Essa é a cantada mais velha que conheço. Talvez devo ensinar você algumas.
— Você entendeu o que quis dizer, espertinho. — Acabo sorrindo, contra a minha vontade. Benjamin suspirou, como se estivesse finalmente respirando melhor.
— Mas respondendo a sua pergunta, venho aqui toda vez que preciso de paz. — Me surpreendeu o fato de o motivo dele ser igual ao meu. E justamente aquele banco.
Ficamos um tempo em um silêncio confortável, apenas olhando o sol beijando o horizonte e refletindo no lago. Respiro fundo.
— Do quê precisa de paz? — Não sei bem o que me levou a fazer aquela pergunta.
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Como se Fosse Verdade - Livro 1
Teen Fiction"- A partir de agora, você tem uma amiga, Benjamin Hunter. - digo com firmeza. Ben estava precisando disso, de algo sólido. - A partir de agora você tem um amigo, Katherine Laurentis. - devolve baixinho." ...