Capítulo 16

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Eu não fazia ideia de como encontrar pessoas pela internet sem ao menos saber o primeiro nome delas

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Eu não fazia ideia de como encontrar pessoas pela internet sem ao menos saber o primeiro nome delas. Na verdade, não sei porque ainda fico insistindo nisso. Como vou achar a família da minha mãe assim?

Depois de mais algumas olhadas no Facebook por pessoas com o sobrenome West e que moram em Toronto, desligo o celular e pego Big Ben.

É noite, mas não achei que conseguiria dormir, então peguei um casaco, calcei minhas botas e saí do quarto. Meu destino é o Mazarick Park.

Andando pela rua, naquela noite fria, algumas melodias me vieram na cabeça. Então, letras foram aparecendo, assim como acordes.

Quando cheguei no banco em frente ao lago, apoiei Big Ben em meus braços e comecei a fazer música. 1, 2, 3. Um compasso de três tempos. O ritmo era semelhante ao blues.

Fazer música não era tão difícil como a maioria das pessoas pensam. É só se entregar a ela, deixar que ela te envolva mais e mais fundo, até que o seu coração esteja nisso também.

Música é bem mais que apenas letras e sons. É fervor pela harmonia, é surfar nas ondas sonoras e deixar que elas te levem para fora de si. São coisas loucas de um louco apaixonado por música.

Meus dedos calejados passeiam por entre as cordas, como se ali fosse um lugar familiar, um lar. Era uma pena eu não ter trazido meu caderno de canções. Aquilo estava ficando bom.

Depois de tocar mais algumas autorais, dedilho os acordes de Stairway to Heaven de Led Zeppelin. Canto a letra com a alma e isso acalma meu espírito. É quase mágico. Ou talvez seja isso mesmo. Termino de cantar e a última nota ainda soa meus ouvidos.

Suspiro pesado. Ali, naquele banco, eu parecia um homem sozinho. Um louco que estava tocando violão no parque de madrugada. Mas eu não estava sozinho. Olhando para Big Ben, que estava em meu colo, eu via um amigo. É ilógico, fantasioso dizer que um violão é amigo de um homem. Mas essa é a minha realidade desde que minha mãe morreu. Não parece que ela se foi totalmente. Uma parte dela estava comigo.

Passando a mão pela madeira do violão, eu lembro de todos aqueles momentos que precisei desabafar, sair um pouco da minha vida e Big Ben me oferecia essa saída. Quando precisava me lembrar que minha mãe estava comigo, ele fazia isso.

Nunca estive sozinho, pois sempre tive Big Ben. E sou grato por isso. Um dia, chegaremos em cima de um palco, onde milhares de pessoas estarão nos vendo, e lá, faremos nossa música brilhar. Sorrio diante do pensamento.

— Um dia, Big Ben. Um dia.

Acordei sobressaltado, com suor por todo corpo

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Acordei sobressaltado, com suor por todo corpo.

Tive um pesadelo envolvendo minha mãe. Eu raramente tinha um desses, mas quando tinha, era ruim o bastante para que eu ficasse perturbado e não conseguisse dormir. Pelo menos estava sem camisa.

Saí da cama e fui direto para o chuveiro, levando o celular. Coloquei na playlist aleatória e me livrei de todo aquele sentimento do pesadelo debaixo do chuveiro.

Envolto numa toalha, peguei uma calça moletom no quarto e desci as escadas para começar a limpeza do dia. Eu queria que o sabão e a escova pudessem limpar a minha mente também.

Como se Fosse Verdade - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora