Capítulo 17

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— Ele chegou

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— Ele chegou.

A frase que eu rezava para não sair da boca da minha mãe.

— Ótimo! — respondo com falsa animação.

Ela me dá um olhar de reprovação.

— Você prometeu.

— Sim, sim. Não vou fazer ou falar nada estúpido. Não sou tão mesquinha quanto pensa.

— Então comece a agir de acordo. — segurei a língua.

O tal Richard bate na porta e minha mãe vai correndo abrir. Reviro os olhos. Com certeza eu não seria assim se todos os outros namorados dela não fossem babacas nojentos.

Estávamos arrumadas demais para um jantar em casa. Ela me fez vestir um vestido azul floral e arrumar meu cabelo em rabo de cavalo. Até de salto alto eu estou. Minha mãe  escolheu um vestido vermelho e saltos pretos. Os cabelos, iguais aos meus, estavam escovados e soltos, caindo atrás das costas. Estava linda e se fosse um livro, o nome seria Vestida para Matar.

— Ei! — ela diz para ele, com uma voz que revelava que estava caidinha pelo cara. Eu apenas escutava da sala da jantar, enquanto eles estavam na porta.

— São para você. — Com certeza ele trouxe flores. Quem faz isso hoje em dia? Talvez ele não seja tão babaca nojento quanto os outros. Só... Talvez.

— Elas são lindas! — Não lembro da minha mãe fazendo uma exclamação de felicidade genuína há tempos.

— Você também. — Consigo visualizar a cena. Ele olhado para ela de cima a baixo e minha mãe ficando vermelha... Bem, até eu fiquei com as bochechas quentes.

Há um silêncio. Constrangedor apenas para mim, com certeza, mas não queria ficar imaginando o que eles estariam fazendo na porta de casa. Faço um pouco de barulho com meus saltos para eles lembrarem que estou aqui.

— Vamos. Entre.

Finalmente!

— Depois de você. — De que época é esse cara?

— Oh, tudo bem.

Há um som de passos e depois a porta se fecha.

— Vou pôr essas flores num jarro. — ela sai do corredor com os saltos batendo ao chão e passa por mim para ir até a cozinha. Seu olhar de advertência não passou despercebido.

— Olá, Kate! — Richard aparece na sala de jantar e sorri para mim.

— Oi, Richard. — tento dar o meu melhor sorriso.

— Você está bonita.

Ah, merda. Aquele comentário me deixa mais sem graça do que qualquer coisa. Principalmente vindo dele.

— Obrigado. Você também não está nada mal. —Olho-o com atenção. Não pude fazer isso no nosso primeiro encontro, porque estava ocupada demais tentando engolir aquela cena dos dois na cozinha.

Como se Fosse Verdade - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora