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Da próxima vez que Harry acordou, seu corpo não estava mais congelado. Ele ainda não conseguia se mover, embora e quando abriu os olhos, descobriu o porquê. Ele estava deitado de costas no que costumava ser parte da longa mesa que corria ao longo do meio do laboratório, mas agora estava transfigurado no que parecia ser uma prateleira. Um dispositivo de tortura medieval que Harry conhecia de alguns de seus livros de história. Um arrepio percorreu sua espinha ao pensar no que o dispositivo poderia fazer.

"Vejo que você finalmente acordou", disse uma voz desconhecida. Harry mudou sua cabeça para olhar na direção de onde a voz tinha vindo para encontrar uma pessoa desconhecida olhando para ele. Era um homem alto que parecia bastante velho. Seu cabelo curto era quase todo grisalho e ainda exibia manchas do castanho que provavelmente já foi. Seus olhos - embora castanhos - eram frios e sérios e não mostravam a alegria que seu sorriso parecia emanar.

"Quem é Você?" Harry perguntou, surpreso por sua voz não ter tremido.

"Você não me reconhece?" o homem perguntou. "Nós estamos fermentando juntos há um tempo. Eu espero que você não me esqueça depois de tudo que passamos juntos."

"John?" Harry perguntou, tentando livrar-se da confusão de seu cérebro ainda turvo.

"Na carne", disse o homem com uma pequena reverência. "Bem, não exatamente, é claro. Já que vou terminar aqui em algumas horas, não preciso mais beber aquela poção polissuco horrível."

Harry rosnou enquanto lutava contra suas amarras. Mas não adiantou. "Quem é Você?!" ele gritou.

O homem riu, mas seus olhos ainda não exibiam alegria. "Grite o quanto quiser, querido amigo." Ele disse divertido. "Eu tive o bom senso de lançar um feitiço silenciador na sala. Ninguém vai ouvir você."

Harry apenas olhou para o homem agora, desejando que ele respondesse sua pergunta, mas não querendo perguntar de novo.

"Oh, certo", disse o homem. "Estou surpreso que você não me reconheça. Chamo-me Augustus Rookwood."

Harry engasgou enquanto olhava para Rookwood. "O que?" ele perguntou. "Por que você estaria aqui?"

"Pense, Harry", disse Rookwood. Harry se sentiu sujo só de ouvir seu nome na língua do Comensal da Morte. "Foi um meio de testemunhar os resultados dos meus experimentos em primeira mão. Essa doença foi minha obra-prima, entende? E estava indo muito bem -" Rookwood olhou ameaçadoramente para Harry, dando-lhe um tapa de leve - quase de brincadeira - no rosto. "- Até você e Snape aparecerem. Honestamente, de um cientista para outro, você achou educado ficar entre mim e minha pesquisa?"

"Você estava assassinando pessoas!" Harry exclamou.

"Trouxas," Rookwood deu de ombros. "Vermes que não são melhores do que os ratos que roem suas paredes, ou os coelhos que saqueiam seu jardim. Eu nunca machuquei uma pessoa de verdade."

Harry olhou para Rookwood, pasmo ao perceber que o homem estava falando sério.

"Você machucou um dos meus amigos!" Harry acusou.

"Um amigo trouxa?" Rookwood perguntou, sua sobrancelha levantada em questão. "Então pegue outro. Eles são tão substituíveis quanto cachorros."

Harry sentiu um lampejo incandescente de raiva enquanto lutava contra as correntes que o prendiam mais uma vez, querendo nada mais do que socar Rookwood bem no nariz.

"Acalme-se, Harry," Rookwood disse calmamente. "Você pode se machucar antes que eu tenha a chance. Agora, eu percebi aquele pequeno artefato que você carrega com você."

"Eu não sei do que você está falando," Harry cuspiu.

"Não se faça de bobo comigo, garoto", alertou Rookwood. "Eu já vi você usar essa algema várias vezes. Diariamente. Você a usa para ficar em contato com seu pai. É realmente comovente."

The Potions (Tradução Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora