Capítulo 27.

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Escobar

Minha cabeça já tava a mil, papo reto, meus bagulhos interferindo na vida da minha mulher, até acusada ela tava sendo, namoral, já tava com a cabeça quente.

— Relaxa, não vai dar b.o nenhum pra ela, e se ela decidiu viver com você ela assumiu os riscos, tem que tá lado a lado po. — Suellen falou enquanto separava o dinheiro.

A mina tava me dando uma força na contabilidade, aquela porra toda sozinha na minha cabeça já tava foda.

— To ligado, to ligado. — Murmurei.

— Meu aniversário tá chegando, tu já sabe né? Final de semana. Vou comemorar no baile e quero tu presente. — Ela sorriu.

— Vou brotar po, só tenho que contar com a disposição da Ísis, meu moleque tá dando trabalho. — Falei vendo ela sorrir torto mas assentir.

Deixei a responsa pra ela terminar mas já avisei o Fp pra ficar de olho pra ver se tava tudo nos conformes.

Desci pra casa da Ísis pra ajudar a terminar de pegar as coisas dela, finalmente convenci a doida a ir lá pra casa, não tinha mais sentido minha mulher ficar em outra casa esperando um filho meu.

— Fala comigo doida. — Falei entrando de fininho e abraçando ela por trás.

— Tá doido é? Se eu tenho um treco depois não adianta chorar. — Ela falou colocando a mão no peito.

— Ih, chatona. O que que tá faltando aí? — Me joguei no sofá.

— Só falta mais duas malas, vou deixar umas coisinhas aqui, pega lá em cima amor. — Ela falou.

Subi pro quarto dela e desci com elas levando até a sala, já tinha ligado no moleque que ia subir com elas lá pra casa pra mim.

— Porra, matou alguém e colocou aqui dentro? — Impliquei com ela.

— Engraçadinho, isso aí nem é tudo. — Ela riu me fazendo negar.

— Te falar, já arrumei o gravata pra tu, o dia que tu quiser descer lá é isso mesmo. — Falei.

— Que bom. Quero resolver essa história o mais rápido que eu puder. — Ela suspirou me abraçando.

— Vou deixar nada acontecer com tu não, tu tá ligada. — Falei dando um beijo na testa dela e ela assentiu.

Não demorou muito e o moleque chegou, já mandei subir as malas e ela chamou a tia dela pra avisar que já estava indo.

— Maria Ísis, se a senhora não vier aqui toda semana eu te busco lá pelos cabelos. — Ela falou e olhou pra mim — E você! Se deixar acontecer algo com minha sobrinha ou meu sobrinho neto eu te capo garoto, não acha que é brincadeira, eu te procuro até no inferno. — Ela falou gesticulando e eu ri.

— Vou cuidar direitinho deles tia, tu sabe, e a senhora vai lá direto também, pode ficar sossegada. — Falei dando um abraço nela.

Maria Ísis já tava toda chorona, a doida já era toda sensível, grávida então, ou gritava comigo ou chorava, e eu não falo é nada né, tá no direito dela, vou contrariar?

Deixei elas terminarem de se despedir e subi pra minha casa junto com a minha mulher, tudo que eu precisava, namoral.

Suellen

Terminei de me arrumar e joguei um moletom preto por cima da roupa. Peguei minha moto e desci o morro indo até o lugar combinado.

Avistei de longe a tal da Marina e fui em direção a mesma que já me esperava com o pacote na mão.

— Tem certeza que isso funciona garota? — Olhei pro vidrinho que continha o líquido.

— To te falando, já tomei mais de duas vezes, mas te perguntar, tu tá de quantos meses mulher? — A menina perguntou.

— Três. — Menti. —

— Toma cuidado em, se tomar com mais de quatro além da criança sair tu corre risco também. — Ela falou me olhando.

— To ligada. — Sorri falsa e joguei o dinheiro pra ela.

Sai dali e logo cheguei em casa. Já estava tudo programado na minha cabeça, iria ser uma coisa simples, sem sofrimento, olha como sou boa.

Aquela criança estava atrapalhando tudo, com ela no meu caminho as coisas ficavam mil vezes mais difíceis, eu tinha que dar um jeito nisso e eu já tinha a ocasião perfeita na minha cabeça.

Guardei aquele pote escondido e troquei aquela roupa antes de sair novamente, nenhuma suspeita poderia cair sobre mim.

No final tudo iria valer a pena.

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