Capítulo 38.

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Já começo o capítulo avisando que ocorreram algumas alterações na história, como fotos de personagens, mas nada que altere o enredo, quem quiser reler depois vai reparar sobre! Sem delongas, boa leitura! ❤️

                                                        Maria Ísis

Três meses depois


Terminei de vestir o Miguel e o deixei com a minha tia pra eu conseguir me arrumar.

Hoje ia ser o dia do batizado do meu menino, iria apresentar ele a igreja, sem o pai dele do meu lado.

Esses três meses foram muito difíceis, vivia rodeada de pessoas, tomando remédio pra conseguir dormir, tentando ser forte pelo nosso filho. Mas a falta que o Leandro fazia, e a tristeza que isso me trazia era um sentimento que me corroía cada dia mais, cada evolução que eu via no Miguel eu só pensava que o pai dele não estava aqui pra ver, assim como não estaria pra ver seus primeiros passos, sua primeira formatura, enfim, não estaria aqui pra ver o filho crescer.

Não tivemos enterro, apenas uma cerimônia onde oramos pra que ele descanse em paz, pro estado era boa a notícia de um traficante morto, não deram nenhuma explicação a respeito da morte e do corpo do Leandro, até hoje não mediamos esforços para que pelo menos o corpo dele fosse devolvido.

Terminei de me arrumar com uma maquiagem leve e desci encontrando a minha tia. Ela estava ficando aqui praticamente todos os dias, uma verdadeira mãe pra mim, sem ela eu não conseguiria dar conta de tudo, preferi continuar na minha casa, em que morava com o Leandro, por mais que me doesse esse lugar me trazia lembranças boas.

Nos primeiros meses todos achavam que eu ia fazer alguma loucura e eu não ia conseguir me sentir vigiada na minha própria casa, então não quis voltar pra casa da minha tia.

Por mais que eu morasse sozinha todos os dias alguém vinha me fazer companhia e ver o Miguel.

– Vamos meu amor. — Falei me aproximando dele e o pegando da cadeirinha de descanso.

— Tá linda minha gata. — Carla disse se aproximando e me dando um abraço. — E o neném da dinda mais ainda. – Ela disse brincando com ele. 

— Você irmã. — Disse a apertando forte. Vitor e os demais iam direto pro batizado, não tinha o que reclamar de ninguém, todos os meus amigos assim como o Felipe e todos que eram próximos do Leandro e de mim estavam me dando maior apoio durante esse tempo.

— Vamos, se não iremos nos atrasar. — Minha tia veio me ajudando a pegar as coisas do Miguel enquanto a Carla fechava a casa e partimos para a igreja.

Não demorou muito pra chegarmos e já vi todos ali, Vitor, Felipe, Alana, Caio, e mais alguns amigos do Leandro.

Sentei e logo o padre me chamou pra iniciar a cerimônia.

{...}

— O moleque é a cara dele po. – Felipe disse com meu filho no colo.

A cerimônia já havia terminado e já estávamos na parte de fora da igreja indo embora, a igreja era na pista e ninguém ali podia dar bandeira por muito tempo.

— É ele purinho, eu só coloquei no mundo mesmo. – Dei um sorriso de lado.

— Branquelo igual, esse aqui vai dar trabalho, né não menor? — Ele falou olhando pro Miguel que estava com aquele sorriso banguelo aberto.

— Não vai, que ele já tem a mamãe mais ciumenta do mundo. — Falei sorrindo olhando pro meu bebê. – Só queria mesmo é que ele estivesse aqui pra ver ele crescer. — Voltei meu olhar a ele.

— Deus sabe de tudo pô, fica tranquila que tudo dá certo no final. – Felipe disse com uma feição estranha e depois mudou de assunto, achei esquisito mas não quis render.

Depois de algum tempo a Carla chegou buzinando e me aprontei pra ir embora, me despedi dos meninos e conversei um pouco com a Alana antes de ir.

Entrei no carro e o Vitor já veio pegar o Miguel que logo dormiu, não dá trabalho nenhum, eu fico impressionada.

— Você pode até ser a madrinha dele mona mas eu vou ser o titio preferido, não vai nem lembrar que tu existe. – Vitor disse ninando ele.

— Vou deixar tu se enganar bicha, ele vai ser grudado na dinda dele, tu sabe. – Carla falou enquanto dirigia.

— Meu filho vai crescer mimado desse jeito. – Disse olhando pros dois.

— Calem a boca os dois porque vocês sabem muito bem que ele não vai sair da minha casa, eu sou a vó! Ninguém vai mimar esse garoto mais do que eu. - Minha tia disse e eu concordei, realmente eu não tinha dúvidas que ela ia mimar ele como ninguém. 

Estávamos no túnel quase chegando no morro quando senti a Carla freiar de uma vez só fazendo meu corpo ir pra frente, logo senti meu rosto bater de uma vez no vidro, tentei me recuperar quando o carro parou e olhei pra frente vendo  um carro se colocar nossa frente, um carro preto com os vidros escuros. 

Olhei pra trás na hora pro Miguel pra ver como ele estava e ele acordou assustado mas estava bem, minha tia e o Vitor também. A Carla tinha um corte na boca.

Eles me olharam  assustados enquanto eu encarava aquele carro, vendo um homem encapuzado sair dele vindo diretamente até a minha janela a quebrando em cima de mim com o cotovelo.

Desce. – Ouvi aquela voz grossa dizer enquanto apontava aquela arma no meu rosto. 

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