Capítulo 24.

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Suellen

Olhei aquela foto da otária da Ísis sentindo o ódio me consumir, não acredito que o Leandro foi tão burro de engravidar essa piranha maldita.

Morei no morro quase a minha vida toda, sempre fui malucona pelo Leandro, mas ele só me via como uma irmã, sempre deixou isso claro. Comecei a fazer de tudo pra tentar me aproximar, mas ele nunca me olhava do jeito que eu queria.

Quando ele assumiu a vagabunda da Evelyn até veneno tentei tacar na comida da piranha mas ela percebeu. Me deu uma surra e me mandou sumir da favela. Eu nova, bobinha, com medo dela contar pro Leandro dei um chá de sumiço.

Acabei me envolvendo com um dos fortes da rocinha, bofe patrocinou o silicone, o mega, me deixou toda montada. Morreu na mão de aliado, se deixou levar pela emoção e isso que deu.

Te falar? Nunca gostei dele de verdade, meu coração já tinha dono po, desde novinha era ele. Leandro nasceu destinado pra mim.

Quando o bofe morreu me vi livre de vez, já tinha tudo que queria, ainda ganhei um malote gordo. Quando fiquei sabendo que o Leandro tinha largado da Evelyn e que ela não tinha mais moral foi como se uma luz acendesse pra mim, já comecei a planejar tudo pra voltar pra cá.

Mas quando cheguei foi tudo diferente. Ele já tinha outra, e o pior, a vagabunda tinha engravidado. Mas dessa vez eu vou fazer tudo direitinho, nada vai ficar no meu caminho.

Tomei um banho daqueles, coloquei meu perfume e aproveitei pra tirar uma foto.

🐦 – Loira 👸🏼 @su_limma
Filha de fé não cai.
Exalando boas energias. 🙏🏼💖

Parei logo na praça que eu sabia que era perto da casa dela

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Parei logo na praça que eu sabia que era perto da casa dela. Avistei a piranha passar e ir pra rua de baixo, logo comecei a por meu plano em prática. Esperei um tempinho e comecei a dar uma de sonsa pra um vaporzinho novo que eu tinha visto, falei que a minha "amiga" Ísis estava de olho nele. Inventei maior caô com o nome dela e o otário por não saber quem é acreditou.

Fiz logo de sumir dali. Fui em direção ao bar que sabia que os meninos estavam, já avistei o Leandro junto com o Felipe e dei um sorriso.

— Meus meninos! — Falei dando um beijo na bochecha de cada um.

— Fala tu doida, tá arrumando o que? — Leandro me olhou.

— To por aí, fui na pista comprar algumas coisas pra casa e aproveitei pra ir no salão. — Falei me sentando.

— Tá podendo em loira. — Felipe disse.

— Tenho que manter o nível né. — Sorri sarcástica e eles riram. — Tua mulher tá linda em Leandro, vi ela agora a pouco lá na praça.

— Ela é pô, minha cria só crescendo também, quero mais nada, te falar. — Ele falou me fazendo tremer de ódio mas mantive a pose.

— Pois é. — Ri — Quem é aquele cara que tá andando com ela? Colocou segurança tu? Nunca vi por aqui. — Menti.

— Tá doidona? Eu não pô. — Ele me olhou desconfiado.

— Imaginei que seria pô, ela tava colada nele lá na pracinha, nem entendi direito. Mas enfim, já vou, to cheia de coisa pra arrumar lá em casa, sabe como é. — Falei e sorri me despedindo deles.

Primeira sementinha da discórdia plantada, foi impossível não sorrir com meu pensamento.

                                  Ísis

Aproveitei meu dia de folga e passei na casa da Alana, a gente estava conversando bastante desde o dia do churrasco, por ela ser nova no morro não conhecia ninguém aqui, e eu já estava doida pra apresentar ela pra minha bicha e pra Carlinha.

— Ela é tão linda Alana! — Falei vendo a neném dela que sorria banguela pra mim.

— Razão da minha vida! — Ela olhou pra filha. — Depois vou separar umas roupinhas pra tu viu? Ela cresceu muito rápido e tá tudo novinho, umas mais neutras já que ainda não sabemos o sexo. — Ela falou.

— Vou querer sim viu gata, te agradeço. Daqui a pouco já vou saber o que é, tenho ultra no começo do mês que vem e se esse bebê aqui colaborar eu descubro. — Falei passando a mão na barriga.

— Eu também não aguentava de ansiedade, mas isso passa. — Ela falou pegando a Bia no colo, a bichinha já estava morrendo de sono.

— Tomara Lana! — Falei me levantando. — Já vou indo viu? Tenho que ajudar minha tia lá em casa, inventou de mudar meu quarto todinho, você tem que ver.

— É desse jeito, minha mãe quando descobriu que eu estava grávida queria porque queria que eu morasse com ela. Já tava vendo tudo pro quarto da minha filha, o vovó babona. — Ela riu. — Depois passo lá na sua casa.

— Vou cobrar em! Depois você vai lá sim. — Me despedi dela e comecei a ir em direção a minha casa.

No meio do caminho veio um cara mexendo comigo, sabe aqueles caras sem noção que te para na rua? Pois é, tava assim mesmo, falando na minha cabeça e insistindo até que perdi a paciência.

— Colega, tu tá vendo minha barriga? Tá achando que comi demais? To grávida e tenho namorado, me erra porra. — Falei tentando desviar.

— Para pô, tu não precisa ter vergonha, assumo até teu filho. — Falou fazendo graça e já veio querendo me encostar.

— Tu tá encostando na minha mulher porque, posso saber? — Ouvi uma voz e me virei vendo Leandro que só faltava explodir de tão vermelho que estava.

Vício.Onde histórias criam vida. Descubra agora