Capítulo 34.

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Esperança.
Parte 1/3

Leandro

Minha mente tava pilhada, namoral, o circo tava fechando nessa porra, minha cabeça a prêmio. 

Eu já via minha morte chegar, papo reto, nessa vida tu mata ou tu morre, era inimigo pra caralho de todos os lados.

Nem temia mais pela minha vida, temia pela vida da minha mulher e da minha cria.

Te falar? Ísis cada dia mais linda com maior barrigão, eu quero ver meu filho nascer. Minha preocupação é essa.

Papo reto, queria tá do lado do meu menor, ver ele crescer, mas cada dia tava mais difícil acreditar que isso ia acontecer.

Vinha ameaça todo dia, dos canas, dos inimigos, minha cara estampada no jornal já era rotina.

Não só a minha, a essa altura o rio de janeiro todo já sabia da cara da Maria Ísis, eu fudi com a vida da minha mulher e isso cada vez mais consumia minha mente. Não tinha um dia em que eu não pensasse nessa porra.

Todo dia era invasão e hoje não foi diferente. Menor passou a visão que os vermes estavam subindo, já mandei lançar os fogos e dar o aviso pros moradores, ninguém na rua.

Botei um fuzil nas costas e duas pt na cintura, mandei os menor tudo descer pra linha de frente.

Já tinham me passado a visão no radinho, já tinha vários menor caído, eles tavam aqui pra matar.

{...}

Me escondi atrás da parede sentindo meu ombro ser atingido, filhos da puta. Atirei de volta ignorando meu ombro que queimava naquela hora.

— Desce porra, manda os moleque tudo descer. Quero todo mundo na linha de frente.  — Gritei no radinho pro Fp enquanto entrava no beco.

Avistei dois canas de longe e meti uma bala na cabeça e a outra no peito, deu nem tempo deles ver de onde veio.

Avistei uma mulher no meio do tiroteio, tiração do caralho.

— Po tia, ajuda aí, entra pra casa, tu não ouviu os fogos não. — Ela assentiu correndo pra dentro, pessoal tá maluco mesmo.

Entrei na viela me deparando com mais de cinco deles, puta que pariu, atirei pro lado deles e vi um cair, quando senti uma dor na perna vendo a bala me atingir, desgraçados.

— Te falei que sua hora ia chegar. — Era aquele delegado filho da puta.

— Isso tudo é pra tu ganhar uma promoçãozinha Guedes?  — Respondi forçando um sorriso enquanto apertava minha perna que queimava e senti um chute no estômago.

— Você achou mesmo que não ia cair? — Ele disse dando mais um chute dessa vez no meu rosto.

— Na covardia é fácil seu filho da puta, tu vai sofrer na minha mão. — Disse sentindo o gosto do sangue na boca. Do meu lado já se formava uma poça.

— Se eu fosse você rezava, tu vai conhecer o diabo de perto hoje. — Ele sorriu apontando a arma pra minha testa. ele queria me ver com medo mas isso ele não ia conseguir.

O encarei igual esperando ele apertar o gatilho, senti uma pressão quando ouvi o barulho do estrondo.

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