Capítulo 16.

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Ísis

Havia pedido um uber pra ir pro aeroporto e já estávamos quase chegando, tenho que confessar que meu nervosismo estava claro, tinha medo de não aceitarem minha vida de agora, meus amigos, e principalmente Leandro.

Meus pais sempre me apoiaram muito, me deram maior força pra vir pro Rio, mas era sempre aquele papo de tomar cuidado com quem eu me envolvesse. Meu pai principalmente.

Meu medo é ter algum conflito com eles, são meus pais, eu amo eles mais que tudo, mas não iria deixar quererem ultrapassar o limite de querer se meter nas decisões da minha vida.

Meu misto de saudade e nervosismo fazia meu coração apertar a medida que nós chegávamos ao aeroporto, não demorou muito pro moço estacionar.

— Muito obrigada. — Agradeci e dei o dinheiro a ele que sorriu, lindo inclusive, aí, cala boca Ísis!

Fomos até o ramal de desembarque e ficamos esperando, já haviam anunciado que o voo tinha chegado.

De longe avistei os dois, minha mãe estava radiante como sempre, meu pai com a cara um pouco mais fechada, isso já era dele. Mas logo quando me viram vi o sorriso dos dois.

Rapidamente fui até eles e dei um abraço apertado, sendo retribuída. Me senti completa, só quem vive afastado sabe o quanto a falta de uma mãe e de um pai dói!

— Eu tava com tanta saudade. — Apertei os dois com força.

— Eu também filha. — Dona Suzane falou me apertando.

— Tá linda minha filha. — Meu pai falou me soltando aos pouco.

— O senhor que tá pai. — Sorri pra eles e soltei a minha mãe.

— Posso dar um abraço? Maria Ísis faltou engolir vocês. — Minha tia brincou e eu ri revirando os olhos. Ela os abraçou enquanto eu ajudei a pegar as malas.

Nem paramos pra comer porque se for pra pagar mais de 10 reais num salgado eu compro uma marmita no morro, Deus me livre de comida de aeroporto, acham que é de ouro.

Consegui um táxi e logo já estaríamos de volta pra casa da minha tia.

— Vão ficar quanto tempo? — Indaguei.

— Três dias minha filha, estava na promoção, por isso não avisamos, foi de ultima hora e queríamos fazer uma surpresa. — Minha mãe disse.

— Poxa mãe, podia ser mais tempo.

— Da pra aproveitar um pouco filha, matar a saudade. — Meu pai disse me abraçando, eu não aguento. Sou apaixonada nos dois, somos um grude que só quem conhece sabe. — E como tá sendo a vida aqui?

— Tá tudo bem pai, vou contar melhor quando chegarmos. — Falei fugindo um pouco do assunto e ele assentiu, fomos conversando de assuntos aleatórios no caminho.

Logo chegamos até a casa da minha tia, ajudei eles novamente com as malas e entramos, não desgrudava um minuto.

Minha mãe me chamou pra tirar uma foto porque segundo ela queria mostrar pro pessoal de Ipatinga o quanto eu estava bonita, ri e pedi meu pai pra tirar uma.

Eles iriam ficar acomodados no meu quarto mesmo e eu me ofereci pra ficar na sala.

— Mãe, hoje vai ter um pagode no bar de cima, a senhora e o pai vão comigo. — Disse enquanto mostrava ela onde ficava o banheiro.

— Não tenho mais idade pra isso não garota. — Ela falou fingindo uma dor nas costas.

— Para mãe, vamos sim, aproveitar seus dias no rio.

— Tá minha filha, mas seu pai não deve querer, tenta convencer a peça. — Ela disse e eu assenti.

Desci as escadas em busca do meu pai e o encontrei olhando a rua na janela.

— Isso é normal? que absurdo. — Ele apontou se referindo aos três meninos que passavam armados. — Tem que prender!

— É pai, infelizmente nem tudo cabe a gente entender ou julgar. — Disse sorrindo torto. — Então, tava querendo que o senhor e a mãe fossem no pagode na rua de cima hoje, o que acha?

— Pai tá muito cansado hoje Ísis, leva sua mãe um pouco, amanhã saio com vocês. — Ele falou.

— O senhor tem certeza? — Disse me sentando.

— Tenho sim filha, fica tranquila. — Ele falou passando alisando meu cabelo.

— Tudo bem então, amanhã o senhor vai.

Agradeci mentalmente, preferia muito mais que minha mãe conhecesse as pessoas primeiro por ela ter a mente mais aberta, eu como não sou boba tinha ligado pro Leandro mais cedo e expliquei que eles estavam vindo, pra ele não dar muita bandeira, não iria mentir, mas também não iria dar na cara.

Minha tia tinha feito um strogonoff que dava água na boca só de olhar, almoçamos e ficamos conversando, contei sobre meu amigos, faculdade, meu trabalho e omiti a parte do Leandro por enquanto, tudo no seu tempo.

O dia foi tranquilo, eles me contaram sobre como minha cidade estava e até bateu um pouco de saudade, principalmente das fofocas de cidade pequena.

Logo foi anoitecendo e mandei mensagem pro Leandro, pra Carla e pro Vitinho combinando pra daqui a pouco. Eu esperava que tudo corresse bem.

Tomei um banho quentinho e comecei a ajudar a minha mãe, a mesma vestiu um macacão amarelo e calçou uma rasteirinha, fiz uma maquiagem fraca nela e ela foi se despedir do meu pai avisando que não iríamos demorar.

Escolhi um vestidinho branco mais colado e uma jaqueta jeans na cintura, calcei minha havaianas branca porque não sou obrigada e passei uma maquiagem finalizando com um batom vermelho.

Tirei uma foto e me despedi do meu pai e da minha tia que ficaram conversando, partindo com a minha mãe.

Vício.Onde histórias criam vida. Descubra agora