Capítulo 3.

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Ísis

Finalmente, sabadou, o salão fecha mais cedo, então aproveitei que ia ter a tarde livre e passei ela toda cuidando de mim. Fiz hidratação, depilação, mão e pé. Já que não tinha tempo durante a semana. Dava graças a Deus de não ter que gastar dinheiro com isso, eu mesma faço tudo em mim.

Já eram 23:00, e eu tinha que me arrumar pro baile. Depois de muita insistência, as duas peças raras da Carla e do Vitor me convenceram. Não que eu não gostasse, eu até gosto de um furdunço, mas são tantas confusões em baile que desanima.

Me levantei e tomei um banho rápido pois já tinha tomado, fiz uma make babado, porque se era pra sair, vamos sair pra causar porque se não nem vou né bebê. Vesti um look que eu já tinha separado e apenas fiz algumas ondas no meu cabelo, joguei aquele perfume e pronto.

Quando terminei já eram 00:20, peguei meu celular e vi uma mensagem da Carlinha avisando que já estavam chegando aqui na frente. Já tinha avisado Tia Marli que iria sair e ela já tinha dormido, então não me despedi. Sai de casa trazendo a chave e já avistei aqueles loucos subindo.

— Porra cara, você não quer deixar nenhum bofe pra mim mesmo né? — Carlinha falou me abraçando forte.

— Bom que já tenho meus machos separados, não preciso competir. — Vitinho disse jogando o cabelo imaginário e eu gargalhei.

— Para Carla, você tá gostosa pra porra. E você também poc. — E ela realmente estava, usava um vestido azul colado e um salto branco que realçava, minha amiga estava linda. Vitinho também, que bicha linda.

Estendi meu telefone pro Vitor, porque esse ama fazer um book, e pedi para que tirasse uma foto minha. Postei no status e subimos pro baile.

Já chegamos pedindo um copão de 700 de vodka com energético, não é por nada não mas eu AMO, claro que a loira gelada tem seu lugar, mas minha vodka eu não largo jamais.

Foi só ouvir um "vai luan" que a minha bunda já tava lá em cima, parece que mexe sozinha. Amo mesmo, se não for pra jogar lá em cima eu nem danço. Começou uma música de facção e eu já sabia simplesmente porque o pessoal já abria espaço pra eles passarem. Todos com o fuzil pro alto.

Parecia até abertura, muito desnecessário, eles acham que são celebridades, só pode. Nem dei idéia e continuei bebendo meu copão quando meu olhar se cruzou com o dele. Já senti um calafrio na espinha.

Todo de preto, trajadinho, corrente no pescoço, não aguento mesmo. Vi ele subindo pro camarote e desviei o olhar. Logo umas monas já tavam lá na porta pedindo pra entrar. Vai gostar de passar vergonha, Deus é mais.

Continuei dançando com a Carlinha, Vitinho já tinha tomado chá de sumiço, devia tá em algum beco mamando um macho, nunca vi, aquele ali é viciado em piroca. Nem entra no baile direito já arruma uma pra sentar.

Carla não tirava o olho do Felipe, e nem ele dela. Dava pra ver a química dos dois de longe, torço muito pela felicidade da minha amiga, e por isso falo, se esse traste não mudar, eu vou ter que mudar ele no soco, porque amiga minha sendo feita de trouxa jamais.

Percebi que Escobar estava do lado dele e me encarava, carinha fechada como sempre. Nem liguei, eu e Carla fomos buscar mais bebida e continuamos jogando. Não é por nada não, mas a gente se diferenciava aqui embaixo. As monas pareciam desesperadas pra chamar atenção dos envolvidos.

Vi que Carla olhava muito lá pra cima e vi que o Felipe estava chamando ela, ela já tava com os olhos brilhando e eu já sabia que vinha coisa.

— Ísis, vamos lá em cima só um pouco por favor. — Ela disse desviando o olhar pra mim e eu neguei.

— Carla, eu te falei que eu não ia subir lá, você sabe que não gosto de ficar no meio desse pessoal cara. — Eu disse e ela me olhou com aquela cara de pidona.

— Ísis é só um pouco. — Ela disse não desviando o olhar do Felipe e eu revirei os olhos.

— Meia hora Carla Vitória. — Falei fechando a cara e fui atrás dela.

Os seguranças nos deixaram passar e ela já foi toda toda pro lado do Felipinho, te falar? o tanto de bebida que tinha ali não era normal. Misturei tanta coisa que nem sabia mais o que estava bebendo.

Começou a tocar uma música do kevin o chris e eu não me aguentei, comecei a dançar junto com a Carla, e a gente cantava. "Aquece no cacete, faz macete, desce.." E eu já tava mais pra lá do que pra cá quando senti uma mão na minha cintura e olhei pra trás vendo Escobar.

— Continua aí morena. — Ele disse com aquele sorrisinho de lado, aí gente, chorei, não disse por onde.

Continuei jogando, sentindo ele me sarrar, enquanto segurava meu cabelo, sem condições, real. Depois de um tempo jogando pra ele, ele embolou a mão no meu cabelo me puxando pra ele.

— Hoje tu vem comigo, atiçou. — Ele disse perto do meu ouvido e me puxou pela mão.

A gente saia do baile e quase todo mundo reparando a gente, não aguentava a cara de antipática daquelas monas, mas tinha uma que estava parecendo que queria me matar, mona era bonita, mas tava fazendo um papel tão feio.

— Se subir não tem como voltar morena.— Ele disse pra mim me entregando o capacete da moto, e você desistiu? nem eu. Subi me segurando nele e ele saiu voado. O que a cachaça não faz. E na minha mente só vinha um pensamento.

Maria Ísis onde você tá se metendo?

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