Vício.

Capítulo 6.

Escobar

—Fala aí po, tu faz o que?— Perguntei passando a mão naquele rabão dela.

Já deviam ser umas 2:30, depois que cheguei foi só sequência, não dava outra, se eu ficasse perto dela em dois minutos já tava querendo fuder. Agora tava deitado do lado dela depois dela tentar me expulsar daqui.

—Curso Arquitetura e trabalho num salão na pista, não ganho muito mas da pra ajudar aqui em casa e sobra um pouco pra mim. Mas pretendo já começar um estágio ano que vem se eu conseguir, sempre foi meu sonho. — Ela disse toda empolgada e eu gostava de ver ela falando assim, só conhecia piranha que não quer nada com nada e sugar meu dinheiro. — E você, nunca pensou em ter um trabalho diferente?

— Hm, não. — Fingi pensar um pouco e ela me olhou revirando os olhos. —Herdei isso aqui preta, já era pra ser meu. —Disse dando um sorrisinho de canto e ela concordou em silêncio.

— Não pensa em sair daqui? —Ela disse.

—Nasci aqui e vou morrer aqui, felizmente ou infelizmente, esse morrão é minha vida Maria Isis. — Eu disse e ela desviou o olhar parecendo incomodada. — Vem dormir agarradinha no papai, não é todo dia que tem uma oportunidade dessa. — Disse dando uma risada puxando ela pra mim.

—Pode ir saindo, já deu sua hora, tenho faculdade e minha tia não pode sonhar com você aqui. — Ela disse e me empurrou me fazendo rolar da cama. — Perdão. — Ela disse debochada.

— Eu vou mas eu volto. Se liga em — Eu disse e puxei o queixo dela dando um beijo calmo. Vesti minhas roupas que estavam no chão e sai pela janela.

Cheguei no barraco e já fui pra laje, bolei o verde que já estava separado e comecei a fumar, vários pensamento, pareço até emocionado mas sabe quando bate aquela coisa? Porra não sei nem explicar. Mulher parece que fez um feitiço.

Viajei nos meus pensamento e dei uma última tragada no chá, fui direto pro quarto e nem precisou de muito pra apagar.

{...}

Acordei boladão com o radinho tocando, o puta que me pariu viu. Era Jean, gerente da boca.

— Se tiver me acordando atoa eu vou te desfigurar de tanta porrada filho da puta. — Falei puto e ele riu.

— Po chefe, tua ex mulher tá batendo neurose aqui na boca, fazendo maior escândalo, melhor tu chegar aqui. — Ele falou.

— Manda a desgraçada me esperar na salinha. — Já falei e desliguei.

Já tava na hora de dar o papo pra essa filha da puta, minha vontade era de encher a cara dela de porrada. Tomei um banho rápido e me vesti, coloquei três cordões em que o maior deles tinha um "E" gravado e sai pra boca. Mexi com os manos e entrei vendo a vagabunda com cara de tacho.

— Como pode fazer isso comigo? Você tá me traindo, indo na casa de piranha de madrugada? eu vou deixar ela careca Leandro. — Ela disse estérica.

— Sua filha da puta, eu to te dando maior moral até hoje, te dou até a porra de uma ajuda todo mês e você tá fazendo escândalo na porta da boca. Eu não tenho nada com você mais porra, entende isso. — Falei apontando o dedo na cara dela e ela abaixou a pose.

— Mas amor, eu não consigo ficar sem você, você sabe que é meu e vão ficar me tirando de corna. Não vou deixar essa vadia ficar com você. — Ela disse vindo pro meu lado e passando a mão em mim, já cortei a onda dela e empurrei.

— Evelyn pelo tempo que a gente teve to te dando essa moral, some da minha frente, se tu arrumar confusão no meu morro eu não vou ter dó desgraçada, se põe no seu lugar. — Falei puto e a essa altura já estava apertando o pescoço dela, soltei fazendo ela cambalear e virei as costas.

— Se eu souber que você está mesmo com alguma vadiazinha eu acabo com ela. — Ela falou e eu ouvi a porta bater.

Te falar, não dava não, quanto mais eu rezo mais assombração me aparece. Já bolei outro chá pra desestressar e fumei.

Fiquei o dia todo na boca resolvendo uns assuntos, a favela tava muito tranquila, os vermes tavam aprontando alguma pra mim, mas deixa eles vim, acham que o pai tá despreparado.

— Para mano, todo mundo sabe que tu gosta da fruta. — Jean falou zoando P1, todo mundo desconfiava que ele comia uns viados mas ele sempre negava.

— Gosto é da fruta da sua mãe desgraçado. — Ele disse fazendo a gente rir e Jean fechou a cara na hora.

— Cês são tudo um bando de viado mesmo. — Felipinho falou e vi ele cheirando uma carreirinha de pó, viciado do caralho, já dei mil ideias e ele não sai dessa.

— Vou vazar, Jean fecha aí.— Pedi e fiz o toque com os caras indo na direção da F800, sai vazadão e parei na esquina da Ísis.

Já mandei uma mensagem pra ela e ela só visualizando e não respondia. Ih, tenho paciência não. Mandei um 👍🏽 e sai fora, ficar aguentando cu doce de mulher pra que?

Mandei mensagem pra Alice, loirinha da rua debaixo brotar no barraco 203, fui em casa tomar um banho e peguei a chave do barraco, marquei ela chegar e já fui botando pra mamar.

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Evelyn (ex do Escobar)