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Tinha passado uma semana e eu não consegui gravar nada durante a semana pois mal tinha cabeça pra isso, a sorte é que eu tinha muitos vídeos adiantados, mas logo gravaria sobre o acidente, mas só com a Maju do meu lado e hoje finalmente ela receberia alta e eu iria com o Léo buscar ela com a I8 dela.

Nessa semana eu tinha ido depor na delegacia sobre o acidente e ao que tudo indica o outro motorista não sofreu nem um arranhão mas tá respondendo o processo em liberdade provisória até o julgamento que vai acontecer depois da saída da maju do hospital já que essa semana ela ficou bem instável, mas três dias sem ter nada ela finalmente recebeu alta.

Assim que o Léo para o carro no estacionamento já saí pra ir buscar a Maju enquanto eu a espero. E cada minuto ali pareciam horas até a ver saindo na cadeira de rodas com Léo e os dois rindo.

Saio do carro um pouco rápido demais fazendo meu braço doer e vou até ela que sorri assim que me vê e a abraço selando nossos lábios acariciando seu rosto.

— saudades amor. - fala e eu sorrio.

— saudades vida. Vamos pra casa agora né? - falo e ela assente.

Entro no banco de trás e Léo a ajuda a entrar no carro por causa do gesso na perna toda.

Durante o caminho conversávamos sobre tudo e até sobre o depoimento que a polícia vai querer fazer com ela.

Ao chegarmos, Léo a ajuda a sair com ajuda do Coronado que passava na garagem e eu saio ficando do seu lado.

Vamos andando devagar para sala. Na hora de subir pra sala, Léo pega ela no colo a fazendo rir e vamos seguindo sem ouvir nem uma voz no corredor.

Assim que chegamos na sala vemos todos com uma faixa escrita " bem vinda de volta!" e balões coloridos. Nem eu sabia que fariam isso.

— meu Deus. - fala visivelmente emocionada e com a ajuda do Léo se senta em uma cadeira e cada um vai até ela a abraçando e eu faço questão de sentar em uma cadeira ao seu lado.

— amiga que saudades. Nunca mais nos dê um susto desse. - Karina fala a abraçando me fazendo rir por elas serem sempre assim 100% dedicadas uma a outra, gosto de ver ela sendo amada por todos a nossa volta.

— estou de volta e pronta pra outra. - brinca me fazendo negar rápido.

— tá doida mulher. Nunca mais na nossa vida. - seguro sua mão e vejo os meninos vindo correndo com a pérola pra perto de nós animados.

— MAMÃE. - Theo grita nos assustando e vem correndo até a gente e se não fosse pelo boquinha, provavelmente ele teria pulado em cima da mãe dele.

Boquinha o coloca com cuidado no colo da maju a fazendo agradecer e ela abraça nosso caçula enquanto Nicolas vem todo tímido e abraça a cintura da mãe dele.

— meu deus que saudades de vocês. Mamãe ama vocês dois muito muito! - beija a bochecha deles e eu pego o Nicolas o sentando na minha perna e ele beija a bochecha da mãe dele fazendo carinho no rosto dela.

— mamãe eu machucou. - mostra o braço aonde nem tinha mais o machucado, só as cascas e mesmo assim já estava seco.

— é mesmo filho? Deixa eu dar beijinho pra sarar. - beija o braço dele que sorri todo sapeca e faz o mesmo com Theo que aponta pra cabeça aonde tinha o machucado mas nem aparecia mais.

— esses meninos estão manhosos igual o Renato, meu Deus. - minha mãe fala nos fazendo rir e os meninos descem do nosso colo e vão até a Pérola que também dá um abraço na maju.

Logo menos estávamos todos reunidos na sala conversando e comendo tira gosto.

— amiga, imagina a preocupação quando eu te liguei pra ver se tinha chegado e nada de atender, aí a Dani mandou no grupo, quase enfartei lá em casa com Thiago. - Tamiris fala.

— ai foi terrível mesmo, estávamos planejando uma viagem, tava tudo tão tranquilo e do nada o Renato me abraçou e eu não lembro de absolutamente nada depois disso.

— tinha que ver como todo mundo ficou na hora que souberam. Maju, você precisou de transfusão e tanta gente se dispôs a ir na hora pra doar, foi lindo.

— depois me fala quem foi que vou mandar um agradecimento de coração. Eu acho que só consegui sair dessa porque eu tinha consciência o tempo todo de que tenho dois filhos pequenos e que não viveria sem eles aí fui melhorando aos poucos.

— aconteceu alguma coisa que você acha ser inacreditável até acontecer? - Renan pergunta e a mãe dele senta no sofá assentindo.

— teve, mas parecia mais um sonho. Eu não sei bem, mas teve um momento logo após o carro bater eu tava em um lugar como a praia, e aí veio o Nicolas e eu fiquei com ele e ele tava bem assustado e eu fiquei conversando com ele por uns minutos e depois o Renato apareceu lá e a gente conversou tanto, simplesmente o Nicolas sumiu e logo o Renato também, eu fiquei sozinha um tempo longo lá e depois eu acordei no hospital, parecia um sonho porém real demais pra ser sonho. - conta e a olho me lembrando disso também, de ter estado com ela lá.

— amor eu lembro disso também. Eu lembro de ver vocês lá e eu fui até vocês e eu não lembro bem do nosso diálogo, aí o Nicolas sumiu e eu disse que te amava e que estava preocupado e acordei no quarto já.

— meu que coisa estranha né, parece até como coisas do além, será que foi alguma visão pra vocês? - Renan fala e nos olhamos estranhando.

— você disse que o Nicolas sumiu, depois o Renato em seguida você né? - minha irmã fala se sentando do lado do Renan e a Maju assente.

— exatamente, cheguei primeiro e fui a última a sair.

— foi a ordem certinha de resucitamento Maju. Oque o médico me falou foi que assim que o carro bateu você apagou e seu coração deu uma parada com o susto e manteve batendo fraco, o Nicolas no local mesmo teve uma parada, eu lembro que minha mãe entrou na ambulância que saiu correndo com ele por causa disso e dentro da ambulância o Re teve a parada. No hospital como o Nicolas chegou primeiro foi ressuscitado mais rápido e depois o Renato chegou. A gente ficou um bom tempo na sala de espera até passarem com você e uma médica fazia massagem cardíaca em você. Será que vocês estavam em tipo um lugar de paz? Tipo vocês estavam praticamente mortos. - Dani fala e todos nós nos olhamos novamente pensando nisso.

— misericórdia, o bom é que estão todos aqui bem e vivos não é? - Nina fala  descontraindo o clima pesado.

— preciso tomar açaí, gente ô saudades de tomar açaí. - Maju fala me fazendo rir.

— Paulinha pede na cozinha por favor açaí pra Maju? - Irene fala e a Paulinha faz de prontidão.

Ficamos o resto da tarde descontraindo, e alguma hora da tarde a Maju subiu pro meu quarto aqui com ajuda do Léo de novo, a ajudo a tomar os remédios e nem demora muito e ela dorme e eu acabo pegando no sono junto.

Nós dois - Renato Garcia ( parte dois de "tudo acontece por um motivo" )Onde histórias criam vida. Descubra agora