Mira
Me sinto bem. Aquecida, seca e confortável. Diferente daquela sensação de antes. Do ódio fulminante, daquele calor quase insuportável. Mas por que? Isso eu ainda não sei. Eu não estou mais naquele lugar. Eu não estou mais naquele mundo. Tudo o que eu vejo é branco. Eu já estive aqui antes, é claro.
Korra me olha com a mesma apreensão de sempre. Ela não fala comigo, apenas acena negativamente.
— O que aconteceu? – Eu pergunto.
Sua forma quase translucida se aproxima de mim.
— Não tem outra forma. – Ela diz em um sussurro.
— O que você quer dizer com isso?
Ela me mostra a sua mão. Ela está se desfazendo.
—Estou tentando segurar, mas cada vez mais sou puxada para ele Mira. Todas as nossas consciências. E em breve você também.
— Haru? Você fala dele?
— Sim. Jinora nos ajudou por enquanto. Diferente de antes, agora, ela travou o seu chii.
Jinora? Eu penso na traição dela.
—Ela não nos traiu Mira.
— Não?
—Ela o atrasou.
—Quem?
— Vaatu. Pouco a pouco ele irá dominar a mente de Haru. Em breve ele não conseguirá se distinguir dele.
— E o que eu posso fazer?
— Você ainda não está preparada. Eu já te disse, você precisa aprender tudo. Você ainda é muito fraca.
Ouvir isso dela doeu.
Korra desapareceu completamente e aqueça sensação boa foi se esvaindo. Agora eu podia sentir o corte nos meus braços, o frio e a minha roupa molhada contra a minha pele. Só que eu também senti um toque. Alguém passou a mão suavemente pelo o meu rosto. Eu me arrepiei. Pressionei os meus olhos.
— Mira?
Uma voz familiar.
— Hina?
Eu abri o olhos e a vi olhando para mim.
Olhei ao redor. Onde eu estava?
Me levantei e me sentei na cama em que eu estava.
Eu estava exausta. Meus ombros doíam, meus pés reclamavam de dor. A coisa que eu mais queria era voltar a dormir.
— Deite-se. Haru está trazendo um médico para você.
— Haru?
Aquilo me fez ficar alerta. Senti uma corrente elétrica passar por toda a minha coluna. Me levantei, mesmo reclamando de dor.
— Preciso ir. – Eu disse para a garota que me olhava com pena.
— Não! Você está ferida. O médico já vem!
Ela tentou me fazer deitar novamente.
— Hina. Me solta. Eu preciso ir!
Minha paciência estava acabando, eu a empurrei da minha frente, ela caiu no chão com força e me olhou com os seus grandes olhos castanhos. Aquilo me cortou o coração e eu logo fiquei culpada por ter feito aquilo. Com dificuldade me pus de pé. E quase mancando fui até ela.
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Avatar - A lenda de Mira ( Repostando)
AdventureO mundo não é mais o mesmo. O número de dobradores está caindo a cada geração. O mundo está em paz. A tecnologia evoluiu muito e os dobradores não são mais necessários. Mas quanto mais raros eles ficam, mais poderosos e influentes eles são. O últi...