Meelo.
Ela não pesa muito. Sinto que o corpo dela está ficando cada vez mais leve. O calor, a areia quente não me incomodam, todos os meus esforços estão dirigidos a ela.
A árvore retorcida é enorme. Tão grande quanto um prédio. Na sua base há uma entrada estreita. Saira entra primeiro, e em seguida eu entro com Nari nos braços.
Tudo está escuro, demora um pouco para os meus olhos começarem a se acostumar. O ar gelado me chama a atenção.
— Por que aqui está frio? – Pergunta Riku por todo mundo.
— Ninguém sabe realmente, mas há teorias, lendas. De que o pântano reuniu todas as suas forças na grande árvore. Mas isso é só uma lenda.
— Prefiro lá fora. – Riku diz.
Mira parecia confusa. Ela olhava para as paredes de madeira com certa dúvida. Fico tentado a perguntar, mas evito. Há coisas muito mais importantes para fazer agora.
— Saira, aonde vamos agora? – Pergunto secamente.
— Vamos até as pessoas, os antigos moradores do pântano se refugiaram no subterrareo, próximo a grande árvore.
Andamos por uma espécie de labirinto, até a madeira das paredes virarem pedras, nós estávamos descendo cada vez mais fundo.
Raizes entrelaçavam vigas de pedra e tudo era iluminado por lâmpadas frias.
—Isso é incrível. – Mira disse quando nos deparamos com um grande bolsão de ar repleto de construções e pessoas.
— Sim, muito. Temos uma verdadeira cidade aqui. Com hospitais, escolas e até uma prisão.
Hospital? Era isso, esse é o nosso objetivo.
— Vamos logo ao hospital!
— Não, Meelo. Nari não precisa de um hospital, o corpo dela está bem.
— Aonde então? – Falei sem paciência
— Vamos levá-lo a Baba Dy. Ela é a mais velha daqui. Ela vive aqui desde quando as raízes da grande árvore alcançavam a capital. Ela me curou. Ela consegue guiar os espíritos para o seu corpo.
Pensei na minha tia Jinora, ela já ficou presa no mundo espiritual uma vez, e só a Avatar Korra conseguiu trazê-la de volta. Pena que Mira tem a sensibilidade espiritual de um leigo, se ela fosse nós teríamos duas pessoas para resgatar do mundo espiritual.
Pessoas extremamente pálidas nos encaravam, a descendência do povo da terra era facilmente detectada naqueles rostos curiosos.
— Eles não podem ver um forasteiro. Ainda mais com características tão marcantes como vocês. – Saira continuou
Andamos em linha reta por caminhos estreitos. Eu colocava a mão na testa de Nari. A temperatura era a mesma.
— Eu tenho que ir por ali. – Mira disse subitamente.
Eu olhei para ela confuso.
— Não se preocupe. Tudo vai dar certo Meelo. A energia espiritual daqui é forte, chega a ser sufocante. Seja quem for essa Baba Dy ela vai conseguir trazer a Nari de volta.
— Como você pode ter tanta certeza. – Eu disse soando pessimista.
— Vocês não conseguem ver, mas a energia da Nari aumentou um pouco desde que entramos aqui. E agora eu tenho que ir a algum lugar. Eu não sei como explicar mas alguém está me chamando.
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Avatar - A lenda de Mira ( Repostando)
PrzygodoweO mundo não é mais o mesmo. O número de dobradores está caindo a cada geração. O mundo está em paz. A tecnologia evoluiu muito e os dobradores não são mais necessários. Mas quanto mais raros eles ficam, mais poderosos e influentes eles são. O últi...