Livro 2 - Ar : Capítulo 24 - Despertar

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Meelo.

Ela não pesa muito. Sinto que o corpo dela está ficando cada vez mais leve. O calor, a areia quente não me incomodam, todos os meus esforços estão dirigidos a ela.

A árvore retorcida é enorme. Tão grande quanto um prédio. Na sua base há uma entrada estreita. Saira entra primeiro, e em seguida eu entro com Nari nos braços.

Tudo está escuro, demora um pouco para os meus olhos começarem a se acostumar. O ar gelado me chama a atenção.

— Por que aqui está frio? – Pergunta Riku por todo mundo.

— Ninguém sabe realmente, mas há teorias, lendas. De que o pântano reuniu todas as suas forças na grande árvore. Mas isso é só uma lenda.

— Prefiro lá fora. – Riku diz.

Mira parecia confusa. Ela olhava para as paredes de madeira com certa dúvida. Fico tentado a perguntar, mas evito. Há coisas muito mais importantes para fazer agora.

— Saira, aonde vamos agora? – Pergunto secamente.

— Vamos até as pessoas, os antigos moradores do pântano se refugiaram no subterrareo, próximo a grande árvore.

Andamos por uma espécie de labirinto, até a madeira das paredes virarem pedras, nós estávamos descendo cada vez mais fundo.

Raizes entrelaçavam vigas de pedra e tudo era iluminado por lâmpadas frias.

—Isso é incrível. – Mira disse quando nos deparamos com um grande bolsão de ar repleto de construções e pessoas.

— Sim, muito. Temos uma verdadeira cidade aqui. Com hospitais, escolas e até uma prisão.

Hospital? Era isso, esse é o nosso objetivo.

— Vamos logo ao hospital!

— Não, Meelo. Nari não precisa de um hospital, o corpo dela está bem.

— Aonde então? – Falei sem paciência

— Vamos levá-lo a Baba Dy. Ela é a mais velha daqui. Ela vive aqui desde quando as raízes da grande árvore alcançavam a capital. Ela me curou. Ela consegue guiar os espíritos para o seu corpo.

Pensei na minha tia Jinora, ela já ficou presa no mundo espiritual uma vez, e só a Avatar Korra conseguiu trazê-la de volta. Pena que Mira tem a sensibilidade espiritual de um leigo, se ela fosse nós teríamos duas pessoas para resgatar do mundo espiritual.

Pessoas extremamente pálidas nos encaravam, a descendência do povo da terra era facilmente detectada naqueles rostos curiosos.

— Eles não podem ver um forasteiro. Ainda mais com características tão marcantes como vocês. – Saira continuou

Andamos em linha reta por caminhos estreitos. Eu colocava a mão na testa de Nari. A temperatura era a mesma.

— Eu tenho que ir por ali. – Mira disse subitamente.

Eu olhei para ela confuso.

— Não se preocupe. Tudo vai dar certo Meelo. A energia espiritual daqui é forte, chega a ser sufocante. Seja quem for essa Baba Dy ela vai conseguir trazer a Nari de volta.

— Como você pode ter tanta certeza. – Eu disse soando pessimista.

— Vocês não conseguem ver, mas a energia da Nari aumentou um pouco desde que entramos aqui. E agora eu tenho que ir a algum lugar. Eu não sei como explicar mas alguém está me chamando.

Avatar - A lenda de Mira ( Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora