Livro 3 -Terra : Capítulo 5 - Fogo contra fogo

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Haru

Eu nunca fui assim antes, ninguém nunca me tirava do sério assim. Por que esse garoto me irrita tanto? Eu tenho que dar uma lição a ele, e assim eu terei um pouco mais de respeito. Eu não senti confiança por parte dessas crianças, por isso eu preciso mostrar a todos a minha verdadeira intenção.

Mesmo que meu objetivo em vir aqui fosse outro. Eu apenas queria vê-la, me sentir melhor novamente. Eu preciso do apoio dessas crianças para o que estar por vir.

O diretor parece chocado. Ele não se move.Eu sinto o medo dele. Ele acha que eu o culpo pelo o que houve. Ele fazia parte do conselho e era um dos únicos que não concordava com o que faziam comigo, mas ele também não fez nada para impedir. Eu não guardo ressentimentos dele, mas ele não será diretor por muito tempo.

— Podemos ir para a Arena? – eu exigi.

— Sim, mas...

— Nada de mas, nós temos que fazer isso. Esse garoto é muito insolente e precisa entender como as coisas são agora. Ou você quer que eu nomeie outro diretor? – Eu o ameacei.

Ele engole em seco.

— Certo, vamos então.

Ele se dirigiu aos outros alunos.

— Os outros seguirão com a programação normal.

— Não. Eu quero que todos assistam. Todos devem ver isso.

Isso me dá uma ideia.

Me aproximo de Hina e falo no ouvido dela.

— Chame seu irmão e toda a jurisdição do departamento. Ligue para a secretaria do presidente e peça que remarque nosso encontro.

Ela concorda e sai com um ar de eficiência.

Percebo que Mira me olha com um pouco de rancor.

Ouço uma voz no fundo da minha mente:

Essa era a sua amiga não é? E é justamente por isso que eu preciso da lealdade dela, para mostrar para todos que nem os seus amigos acreditam em você.

Sigo com o resto para a maior arena. Acabo encontrando Kiha, a mulher que me procurou quando eu voltei e me contou tudo sobre a Mira, ela foi como uma mentora para esse novo mundo.

— Senhor. – Ela reverencia.

— Não precisamos disso. Já nos conhecemos bem o suficiente.

— Eu ouvi que você irá batalhar contra um dos alunos.

— Sim, Riku.

— Peço que tome cuidado. Ele não é um garoto normal.

— Bem, eu também não sou um garoto normal.

— Eu sei disso. Mas...

— Kiha, você acredita que eu sou o Avatar não é?

Eu sinto a dúvida dela. Ela havia me contado em como a Mira havia a derrotado. Ela achou que ela havia entrado em estado de avatar, mas eu a convenci que não. Que isso era impossível, e que por ser lua cheia, no solstício de inverno isso poderia acontecer com qualquer dobrador de água em perigo.

Eu tenho algo em mim que nega qualquer evidência de que Mira seja a Avatar uma voz que me diz a verdade. Que ela é apenas uma consequência, um reflexo do mundo atual, uma tentativa falha. Ainda mais depois que eu descobri mais sobre a sua origem.

Mas não é hora de ficar pensando essas coisas. Há prioridades. Primeiro tenho que conseguir o respeito dessas pessoas, mudar esse governo e depois descobrir como me livrar dessa dependência que eu tenho com essa garota.

Avatar - A lenda de Mira ( Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora