Livro 4 -Fogo : Capítulo 3 - Um improvável aliado

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Iroh

Não foi fácil arranjar tudo. Minhas ligações com aquele lugar estavam desgastadas, mas eu sabia que eu podia contar com Suinze, ele me devia mais favores do que eu conseguia contar. Contatá-lo era o desafio, e o tempo não estava ao meu favor.

Ele ainda era um pescador, desde que foi dispensado do exército há mais de 20 anos, esse era o único oficio possível para ele, na verdade o único ofício possível para qualquer habitante de Jang Hui. Só que por trás de tudo isso, ele era o que chamamos de atravessador. E assim como o nome já diz, ele ajudava quem precisava fugir da União do fogo.

Não era comum ter refugiados da União do Fogo em Republic City, na realidade a imagem de Republic City era a mais manchada possível para qualquer cidadão do fogo, e assim a escolha mais provável era que eles fugissem para as nações do Antigo Reino da Terra . Mas, como tudo no mundo, sempre havia exceções. E tal como eu era, eu precisava encontrá-las.

Eu tenho experiência. Há muito tempo, eu estive do outro lado. Eu sabia localizá-los, esses fugitivos. Por isso foi fácil, e levou muito menos tempo do que eu imaginava. E com isso eu consegui localizar Suinze, que com todos os problemas, eu o obriguei me ajudar.

Apesar de toda a tensão, de todo o caos que assolava aquele país, eu consegui escondê-los pelo tempo necessário.

Claro que vieram atrás dela. Foi em questão de horas depois da sua chegada. Pessoas do exército e o próprio Haru fizeram questão de revistarem cada centímetro da casa. Mas, a amiga dela, a garotinha suja e com o cabelo desgrenhado, já havia previsto e assim, eles todos se esconderam nos túneis que passavam por toda a cidade.

Sina, era o rapaz que trabalhava no governo, a pessoa que eu achei que era o meu principal inimigo, porém, ele estava quebrado, sua irmã e amiga da Mira, havia morrido no desabamento, e agora eu sentia pena dele, por que nem velar o corpo da irmã ele podia. Não só o seu rosto, mas o de Mira e seus amigos estampavam o noticiário, como os grandes causadores do desastre do palácio presidencial.

Mira ainda não havia acordado. Seu rosto estava quente e sua respiração bem normal, era como se ela dormisse tranquilamente. Meelo, o garoto com o cabelo comprido ,dizia que isso era normal, que ela tinha entrado em uma espécie de meditação, e que era necessário para que ela se recuperasse inteiramente. E eu acreditei nele.

Levou dois dias inteiros para que tudo estivesse pronto. E mais três horas para que todos embarcassem com segurança nas docas da Cidade da Fuligem.

— Tomem conta dela. E se precisarem, falem com Suinze, ele os trará de volta.-- Foi o que eu disse ao me despedir.

O barco velho, e discreto, desapareceu no horizonte, levando Mira, para a União do fogo, que apesar de tudo, era o lugar mais seguro para ela nesse momento.

E ainda bem que tudo deu certo. Suinze não se atrasou e eles foram antes que os interrogatórios começassem.

Foi no outro dia. Depois de levar o gêmeos para Wana, que agora vivia com a família em algum lugar perto da fronteira, que eles bateram na minha porta. Um dos generais, Tzar, me levou pessoalmente para Haru, para um dos prédios das Industrias Varrick, na parte mais nobre da cidade.

— Como é bom ver você novamente Iroh! – Haru me disse com uma satisfação no olhar.

— Pena que não posso dizer o mesmo – Eu respondi

Haru parecia um pouco diferente. Apesar de parecer mais forte, ele também parecia mais cansado. Com olhos fundos e vidrados, parecia quenão dormia á dias.

Avatar - A lenda de Mira ( Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora