Livro 2 - Ar : Capítulo 8 - Sangue e cinzas

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Mira

Ele não me respondeu. Seu rosto se fechou e seus olhos mostraram preocupação.

— Não é hora para discutirmos isso. Com mais calma e certeza eu conto para você.

Ele me deixou curiosa.

Olhei ao redor. Onde estávamos? Sei que estávamos em um barco, mas não era o da união do fogo.

— Estamos na lancha do Sina. – Respondeu Suni como se lesse os meus pensamentos.

— Sina? Ele está aqui?

— Sim, ele nós resgatou do mar.

Mas o que é que aconteceu de verdade?Eu só me lembro do espírito. E depois disso eu estava aqui.

— O que aconteceu de verdade? O que eu fiz para salvá-los?

— Você entrou em estado Avatar. Você controlou um monstro de água. Foi incrível – Falou Suni com os olhos brilhantes.

— Foi mesmo?

Eu acho que já entrei em estado Avatar duas vezes. Uma vez na cidade da Fuligem e outra vez na lua cheia. Eu não havia me sentido assim nessas vezes. Das outras vezes eu fiquei totalmente esgotada, mas hoje até que eu estou bem.

Meelo estava quieto e pensativo.

— O que faremos agora? – Perguntei tirando a sua concentração.

— Agora? Eu não sei. Mas acho que o conselho não deixará as coisas dessa forma. Eles vão se virar um contra o outro e acho que mais traidores aparecerão.

Meelo voltou a ficar pensativo.

Eu estava deitada em uma cama macia. Me levantei.

— Acho que você não deveria andar agora. – Suni me diz

— Mas eu estou bem. Me sinto ótima.

Ouço batida na porta. Sina aparece. Ele parece menos frio e usa roupas casuais. Muito diferente de como estava na reunião do conselho.

— Estamos chegando no porto. – Ele falou e desapareceu novamente.

A única coisa que eu desejo agora é falar com o meu pai. Depois do festival eu ainda não expliquei nada para ele.

— Eu poderei ir para casa quando chegarmos?

— Não, nós vamos para a minha casa, meu pai ...

— Meelo, me desculpe mas eu não quero voltar para aquela ilha tão cedo. – Falei sinceramente.

— Mas...

— Eu realmente preciso falar com o meu pai. Preciso explicar para ele toda essa coisa de Avatar.

Meelo pareceu convencido.

— Tudo bem. Mas iremos com você.

Eu ia protestar, mas com tudo isso que aconteceu eu não quero ficar sozinha.

Quando aportamos haviam várias pessoas nos esperando. Além da imprensa, havia policiais e paramédicos.

Não imagino quem os informou o que tinha acontecido.

A imprensa ficou afastada, mas logo os paramédicos entraram em ação. Eu recusei qualquer tipo de atendimento. Eu estava bem. Me sentia ótima fisicamente.

Sina estava conversando com Riku. Parecia que ele estava levando uma bronca.

Me aproximei devagar. Quando Riku me viu seu olhar baixou. Os remédios já fizeram efeito.

Avatar - A lenda de Mira ( Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora