Saira
Eu olho para aquelas imagens no monitor do alojamento com um péssimo pressentimento. É a única coisa que passa em todos os canais. O palácio presidencial de Republic City desabou, entre muitos feridos, 64 mortos. Eu tentei ligar para o Meelo, porém faz mais de uma semana que eu não consigo qualquer contatoe isso me deixa apreensiva.
— Saira? – Alguém me tira a atenção da televisão.
Eu olho para Riee, minha parceira nas rondas, atualmente.
— Teremos uma reunião.
— Está bem. – Eu digo sem tirar os olhos dela.
Riee é praticamente a veterana de todo mundo no alojamento, com 32 anos, ela talvez seja uma das pessoas mais velhas no nosso batalhão. Porém, ela parece ter mais energia e disposição que qualquer um de nós.
Eu uso um comunicador no pulso, item extremamente necessário para a locomoção dos mechas, assim que eu olho para ele um aviso em vermelho pisca freneticamente.
— O que é isso? – Eu pergunto. Porém olho para os lados e vejo que todos estão de olho nos próprios comunicadores.
— Código Vermelho. – Riee diz perdendo a calma.
Código vermelho? Eu tento puxar da minha memória.
Não estou a tanto tempo na corporação. Fiz 14 anos no ano passado e conforme as regras de Laogai, eu estou apta a realizar qualquer oficio, e por causa do meu irmão ser um dobrador, foi óbvia a minha escolha. Ser policial é o único destino que eu havia cogitado para mim. Meu treinamento foi rápido. Só dois meses para aprender a dominar o Mecha, por isso não me lembro de todos os códigos.
— O que quer dizer isso? -- Eu pergunto para Riee
Riee suspirou. Por ser a mais velha nisso, ela já era policial quando as novas leis começaram a valer. E teve mais treinamento que qualquer um de nós.
— Isso é quase uma declaração de guerra.
— Guerra? Isso não faz sentido nenhum.
— Escute Saira. E todos vocês. – Ela disse levantando a voz – Esse código quer dizer, estado de atenção, e por isso todos devemos ir para a sede, mesmos aqueles que estão de folga.
— Isso quer dizer que a reunião foi cancelada?
— Sim.
Isso me alegra por alguns segundos. Eu detesto reuniões. Gosto mais de estar nas ruas, trabalhando e mantendo a ordem da cidade.
A sede fica distante da onde estamos, e como não há veículos para todos, eu e algumas pessoas, preferimos ir de mechas.
Estacionado da garagem está o meu. Eu sempre sinto a euforia da primeira vez que eu dirigi um desses. Ele é verde escuro, da cor do brasão de armas do país e possui braços móveis e rodas nas pernas. Não é o modelo mais novo, mas foi o que eu mais me adaptei. Ligo ele com o comunicador no meu braço, e me sento confortavelmente. Ele se fecha, e as telas ligam. Todas as câmeras estão ativadas. Mas para que ele se mova é necessária uma identificação de DNA. Tiro uma pequena fita preta que existe em um dos meus pulsos. Dói um pouco, mas é melhor do que se furar a cada vez, uma pequena gota de sangue surge e com isso eu consigo ativá-lo.
Ele se move rapidamente pelas grandes e adaptadas avenidas de Multar, a capital e maior cidade de Laogai. O sol brilha com intensidade, e como sempre, há várias pessoas na rua, eu consigo sentir a despreocupação delas por tudo o que acontece no mundo, e isso me irrita.
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Avatar - A lenda de Mira ( Repostando)
AdventureO mundo não é mais o mesmo. O número de dobradores está caindo a cada geração. O mundo está em paz. A tecnologia evoluiu muito e os dobradores não são mais necessários. Mas quanto mais raros eles ficam, mais poderosos e influentes eles são. O últi...