Mira
Isso já aconteceu antes. É como se eu fosse engolida por um flash de luz e ficasse presa, sem conseguir me mexer. Tudo isso dura segundos, mas quando eu acordo se passou muito mais do que eu imagino. De meses a horas, eu nunca sei realmente. Fico com medo sempre quando eu abro os olhos.
Mas, tomo coragem. Eu estou em um lugar aquecido. Meu corpo está envolvido por muitos cobertores.O lugar está escuro, vejo apenas a luz que escapa da fresta de uma janela. Respiro fundo. Preciso descobrir aonde estou. Me levanto, meu corpo pesa, como aconteceu depois do festival, isso me deixa aflita, por quanto tempo eu dormi?
Ouço passos vindos de fora daquele cômodo. Me deito novamente. Com os olhos apertados, eu tento ver quem entrou no quarto. É uma pessoa grande. Uma mulher talvez. Sinto o cheiro de madeira queimada, e gesso fresco. A mulher se move com cuidado e no final acende o que eu imagino ser uma lamparina.
Com isso, eu reparo um pouco melhor aonde eu estou. É um cômodo grande, sem muito móveis. Apenas a cama em que eu estou deitada e um bloco de madeira, que acho ser um armário.
Sinto a mulher se aproximar, ela anda até a cama e eu fecho os meus olhos de verdade. Eu ouço sua respiração constante. E sinto o seu cheiro de gesso molhado.
— Ela acordou. – Eu a ouço gritar.
Meu corpo não me acompanha, mas consigo ficar de pé.
— Quem é você? – Eu grito, tomando uma posição de ataque.
Sinto a água perto, canos que passam pelo teto, estou pronta para me defender.
A mulher parece assustada, até cai no chão ao ir para trás.
— Eu perguntei. Quem é você?!
— Senhora Win fu! – Ela grita.
Ouço passos rápidos, vindos de fora. A porta se escancara, mas já estou pronta. Eu demoro para raciocinar. O cabelo está diferente, curto e para trás, ele usa um quimono vermelho escuro, um tipo que eu nunca vi antes.
— Meelo? – Eu pergunto me desarmando.
Ele abre um sorriso, como se estivesse aliviado.
— Mira! Que bom que você acordou!
Eu vou até ele, passando pela mulher caída, o abraço como se nunca tivesse feito isso.
— Meelo! Quem bom ver você!
Ele retribui o abraço.
— Posso dizer o mesmo!
Nos soltamos, eu o encaro.
— O que está aconteceu com o seu cabelo?
Ele ri.
— Sério que essa é a sua maior dúvida?
Eu o encaro novamente.
— Nesse momento é. – Eu digo seriamente.
— Só você para me fazer rir em um momento como esse. – Ele passa a mão pelos cabelos quando nos soltamos.—Foi necessário, por estarmos aonde estamos.
— E aonde estamos? – Eu pergunto.
— Finalmente uma pergunta descente. Estamos na União do fogo, Mira. Seu pai nos ajudou a fugir depois de tudo o que aconteceu.
Meu coração aperta. União do fogo? Isso não faz sentido. Mas, o que aconteceu?
Como se milhões de imagens, sons e cheiros surgissem na minha frente. A sensação da chuva, o barulhos dos trovões, o cheiro de terra, tudo se fundiu em uma só imagem. Hina.
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Avatar - A lenda de Mira ( Repostando)
AdventureO mundo não é mais o mesmo. O número de dobradores está caindo a cada geração. O mundo está em paz. A tecnologia evoluiu muito e os dobradores não são mais necessários. Mas quanto mais raros eles ficam, mais poderosos e influentes eles são. O últi...