Livro 1 - Água : Capítulo 19 - Abalados

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Eu me senti aliviada, mas mesmo assim fiquei incomodada. Não que eu achasse que eu fosse o Avatar, o que claro que eu não sou. Mas alguma coisa me incomodou.

Meelo me olhou e depois olhou para a tia, eles estavam se comunicando pelo o olhar.

— Eu achei que vocês não tinham esse tipo de tecnologia. – Falei quebrando o clima.

— Temos uma televisão. Para ficarmos atualizados sobre o que acontece no mundo. – Ele disse meio transtornado.

Será que é por que ele estava errado?

— Estou curiosa com isso. Nós podemos dar uma olhada e depois fazer o rela tório?

— Sim, temos que ver isso.

Um grande número de pessoas estava reunido em uma grande sala. O pai de Meelo estava no centro. A televisão era grande, era das antigas e o sinal não era bom, víamos imagens tremidas, mas o som era bem audível.

— A União do Fogo mandou essas imagens para todas as nações vizinhas. —Disse o repórter.

As imagens consistiam em um garoto vestido com roupas de soldado dobrando fogo e aparentemente ar. A legenda dizia que ele estava contendo terroristas. Apesar da violência das imagens, as crianças na sala vibravam como se ele fosse uma espécie de herói.

— Não temos mais informações, mas as autoridades já as solicitaram.

O pai de Meelo parecia intrigado. Um homem parecido com ele estava falando alguma coisa no seu ouvido, o que me deixou curiosa.

O problema da União do Fogo era ser muito fechada. Por causa do golpe militar pouco depois da derrota de Kuvira na guerra contra o Império da Terra a antiga realeza foi exilada e a circulação de pessoas na União do Fogo foi restrita. Resumindo ninguém sai e quase ninguém entra. Fico imaginando como seria minha vida de meus parentes não tivessem emigrado de lá. As relações das outras nações com a União do Fogo é sempre tensa. Pouco antes de eu nascer eles exigiram que todos os dobradores de fogo fossem deportados e enviados a eles. Claro que nenhuma nação concordou com isso.

— Mira?

— Ah, eu me distrai.

— Podemos fazer o relatório. Minha tia te deixará em casa.

— Ok.

Ele realmente parecia desanimado.

Não conversamos sobre nada além do relatório. Ele não pareceu surpreso quando eu disse que estava espionando o meu pai e que ele fazia parte da UCG.

Fazer um relatório era mais fácil do que eu imaginava. Eu apenas tinha que contar com as minhas palavras o que aconteceu me aproximando de dados reais, como quantas pessoas tinham, quantas falaram, como elas eram etc. Eu finalizei dizendo que iria acontecer alguma coisa no dia do festival.

Meelo nem se despediu de mim, apenas me acompanhou até a sua tia.

— Você já voou? – Disse Jinora.

— Voar? Tipo no céu?

— Onde mais seria?

Pensei em todos os meus sonhos malucos.

— Não, nunca!

— Ótimo, quero ver a sua reação. – Disse ela se divertindo.

Ela nem parecia ser a pessoa que me encurralou a algumas horas.

O que é isso? Vamos voar nesse bicho?

— Isso é um bisão??

— Espero que você não se incomode, esse é o Jumba , ele está um pouco velho.

Avatar - A lenda de Mira ( Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora