Capítulo 62

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O exército está se erguendo
Uma rebelião
Quebrando o silêncio
Nosso reino
Dividido

O tiro da Violet no Soldado inimigo foi certeiro, impedindo que ele continuasse a atirar, mas não fatal. Ele fugiu para dentro da estação, e o Vitor e outros soldados avançaram novamente para o edifício.

Assim que parece seguro, corro com o Lucas, enquanto Sarah e Nathan nos dão cobertura. Mas, antes de chegarmos ao Gabriel, Violet já deu a mão para ele e o ajudou a se levantar.

Sinto um alívio.

Por mais que eu soubesse que ele estava de colete, nós aprendemos nos treinamentos que essa proteção não é cem por cento segura. A bala pode atravessá-lo dependendo do tipo de arma usada, da trajetória do projétil e de alguns outros fatores.

E isso diz muito sobre o que o Gabriel sente pela Anna.

Afinal, ele não arriscaria a vida dele se ela não fosse importante.

— Você está bem? — pergunto enquanto eu e a Violet ajudamos a Anna a sentar e, depois, a ficar de pé. Gabe a observa por um momento com a testa franzida de preocupação e os olhos carregados de ódio, mas ele não diz nada.

Anna tem uma expressão de choque no rosto. Tudo foi tão rápido, que acho que ela ainda está tentando entender o que aconteceu.

— Ela vai ficar bem — digo para o Gabe e Violet. — Você vai ficar bem! — agora falo baixinho apenas para ela.

Lucas pergunta como o Gabriel está, que não hesita em responder que está bem.

Olho para as mãos dele.

Os nós dos dedos e os antebraços estão em carne viva por causa do atrito com o asfalto, mas ele não se queixa.

Pelo que o Kyle falou, um tiro no colete balístico dói bastante. Mas, claro, o Gabriel, não vai demonstrar isso na nossa frente, embora eu consiga notar que a respiração dele parece pesada. O impacto nas costas deve ser doloroso. Além disso, ainda estamos em perigo, e ele se esforça para voltar à postura de alerta novamente.

— Gabe, espera um pouco — Nathan pede, e eles se encaram por um momento, provavelmente dizendo mais com os olhos do que diriam com palavras.

— Não se preocupe — responde, e, depois de trocar um olhar com a Violet, os dois correm em direção a estação.

Philip e Kyle também se dirigem para o prédio, e o Thomas tenta acompanhá-los, mas para no meio do caminho chamando um palavrão quando a dor na perna parece não deixá-lo continuar.

Corro com a Anna e a Sarah, enquanto Nathan e Lucas ajudam o Thomas a voltar para perto dos jipes.

Peço para a Mere dar uma olhada nele, e ajudo Anna a sentar no banco do carro.

— Você bateu a cabeça? — pergunto, preocupada.

— Não, Emily.

Eu imaginei que o Gabriel tivesse colocado a mão na cabeça dela para proteger contra o impacto no chão. Isso explica a abrasão nos dedos dele.

— O que está doendo?

— Só estou nervosa — comenta enquanto olha para as próprias mãos que continuam tremendo. — Mas nada dói.

Sei que ela não está mentindo, as consequências da queda não vão aparecer neste momento em que a adrenalina ainda está correndo no corpo dela. Por isso, peço para ela se virar para poder examinar as costas e ver se há algum trauma que precise de atenção.

A Resistência | Coroa em Chamas (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora