Capítulo 33

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— Desculpa, amor — Nate diz depois de eu gemer de dor quando ele aperta com um pouco mais de força os meus ombros. — A Sarah não pega leve, não é? Está doendo muito?

Apesar de os meus músculos estarem bastante sensíveis, é impossível não me concentrar no toque dele, no calor das mãos na minha pele, no corpo dele encostado ao meu. E quando a voz rouca dele soa no meu ouvido, acaba me desestabilizando por completo.

— Sim — respondo —, mas essa dor é gostosa — completo sem pensar, e ele dá uma risada.

— Você está gostando? — pergunta incrédulo.

— Um pouco — confesso, o que faz rir de novo.

— Ainda bem, porque quando tivermos mais tempo, vou fazer outra massagem, mas com você deitada e relaxada — promete, e eu só queria que isso fosse agora. — É importante após um treino intenso para a regeneração muscular e para ajuda a reduzir os riscos de lesões. Assim, você estará pronta para a sua instrutora.

— Amanhã vai estar pior, não é?

— Provavelmente — ele responde sincero. — Mas a Sarah não vai fazer você forçar os mesmos músculos.

— Ela é boa — digo e ele concorda, enquanto pressiona os dois polegares na região do pescoço, fazendo-me gemer de novo e ganhar alguns beijos na mesma hora. — Talvez a Mere tenha encontrado algum óleo de massagem, vou pedir para ela depois.

— Isso seria ótimo, amor — diz. — Você vai adorar — sussurra de forma provocadora.

Eu sei que vai demorar uns dias para o meu corpo se habituar, mas eu vou me manter firme.

A Sarah não estava brincando quando disse que iria me deixar preparada em pouco tempo.

Primeiro fizemos um treino aeróbico, alternando corrida com caminhada rápida. Ela respeitou as minhas limitações que são muitas, o que me deixou bastante envergonhada. Depois partimos para um treino de resistência muscular localizada, que fez meu abdômen entrar em colapso em menos de três seções de abdominais. E, por fim, passamos para um treino de flexibilidade com alongamentos.

Essa parte foi relaxante.

Mas isso não foi tudo, depois do almoço continuamos.

Só parei para ir ver o Thomas e ela me acompanhou, aproveitando para agradecê-lo por ter trazido a mãe e o irmão, já que ainda não tinham tido oportunidade de se conhecerem. E me admirei por ele não ter sido hostil com ela como é com o resto das pessoas, com exceção do Kyle.

Depois do meio-dia, tivemos o treino de autodefesa em grupo e, no fim, um pouquinho de muay thai apenas eu e a Sarah outra vez.

— Devo me preocupar com o que vamos fazer hoje? — pergunto. A May nos deu quinze minutos de descanso e falta pouco para termos que nos apresentar no saguão de entrada da Fortaleza.

— Esse treino vai ser divertido — Nathan diz e sinto um pouco de alívio.

— Bem, eu estou pronta para fazer os meus músculos me odiarem ainda mais.

Ele está em pé encostado no parapeito da varanda do meu quarto e estou de costa apoiada nele. Mas a saudade de olhar para aquele cabelo desgrenhado me faz virar, fazendo nossos olhos se encontrarem. Os dele estão claros, quase transparentes, por causa da luz do sol, e se estreitam um pouco quando sorri para mim.

— Ainda temos sete minutos — diz, desviando os olhos para o relógio no pulso rapidamente. Respiro fundo triste. Eu só queria poder abraçá-lo e ficar assim o resto do dia. — Como você está? — pergunta, tocando o meu rosto de forma carinhosa, e sei que agora estamos falando do Lucas.

A Resistência | Coroa em Chamas (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora