Termino de secar o cabelo e coloco o pingente de borboleta que o Nathan me deu de aniversário. Vê-lo no meu pescoço me faz voltar para aquele dia. Eu tinha certeza que hoje eu e ele estaríamos lutando um contra o outro e dou um suspiro de alívio.
Não imagino minha vida nem um pouco diferente.
Dou uma última olhada no espelho e saio do banheiro sabendo que ele já está a minha espera.
Sinto o rosto corar quando ele me olha e retribui meu sorriso apaixonado.
Eu queria ter uma roupa melhor para o nosso jantar, mas encontrei apenas um vestido azul com bolinhas brancas simples no armário. Ele é curto e solto, com um grande decote em "v". Mas ao menos já diferente das roupas de treino que tenho usado há semanas.
— Você pode fechar para mim? — peço e me viro levantando o cabelo.
— Talvez seja melhor você levar um casaco, pode fazer frio ao anoitecer — diz enquanto fecha o zíper. — E, se ficar tarde para voltar, nós podemos dormir lá se você não se importar — sugere com a voz hesitante.
— Gostei da ideia — digo, e ele sorri. — Vou separar alguma roupa para levar — aviso.
Eu adoro vê-lo tão descontraído.
Não apenas por estar usando uma calça moletom preta, camiseta de manga curta cinza e tênis, com o cabelo cor de mel totalmente desgrenhado, mas a expressão dele é tranquila e ele está mais sorridente que o costume.
— Você vai continuar mantendo o suspense? — pergunto, depois de pegar algumas peças de roupa com a ajuda dele.
— Já falta pouco, Em — responde, com um sorriso lindo.
— Por que esse sorriso cheio de segundas intenções? — rebato, e ele dá uma risada.
— Talvez — diz desviando os olhos de mim, e o vejo segurando outra risada fazendo a covinha surgir no rosto dele —, mas só talvez porque eu esteja cheio de segundas intenções.
— Devo me preocupar, Nathaniel? — pergunto rindo.
— Absolutamente, amor! — responde. — Você será tratada como a princesa que você é... então, se eu fosse você, estaria muito preocupado, Vossa Alteza!
Agora quem não controla uma risada sou eu, mas ele me dá um beijo intenso e rápido, então segura a minha mão e saímos do quarto.
Todos estão no treino de autodefesa, por isso, não encontramos ninguém conhecido no caminho até o térreo, com exceção da May que está esperando por nós no saguão.
— Está tudo preparado, Comandante — ela diz. — E o que o senhor solicitou está no carro.
— Obrigado, May — Nate responde informal com um sorriso, e ela sorri de volta. — Fique tranquilo, eu tomo conta de tudo aqui — assegura.
— Eu sei que sim, subtenente.
Despedimo-nos dela e avançamos para a grande porta de vidro do saguão de onde vejo três jipes enfileirados. Seguimos para o primeiro e o Nate guarda a minha mochila no porta-malas. Assim que ele liga o carro, ouço os outros dois jipes dando na partida também.
— Eles vão nos acompanhar? — pergunto surpresa, já que achava que seríamos só nós dois.
— Não se preocupe, eles não vão nos incomodar, você nem ao menos vai notar a presença deles.
— Mas é mesmo necessário? — insisto.
— Poderíamos ir sozinhos — responde olhando para mim de forma carinhosa quando nota a preocupação na minha voz. — Mas hoje, eu quero estar com você sem ter que pensar em mais nada. Tudo bem?
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A Resistência | Coroa em Chamas (Livro 3)
Science FictionTrilogia COMPLETA ⚠ ATENÇÃO! Este é o terceiro livro da trilogia A RESISTÊNCIA, a sinopse pode conter spoilers. Em uma Gaia tomada pelo caos e sob controle militar, os Resistentes enfrentarão ameaças ainda mais letais. A revolução agora está iminent...