Capítulo 43

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— Não force a perna — digo para o Thomas e sugiro que ele se sente. — Quando o efeito do analgésico passar, vai doer.

— Já passou, Emily — ele diz, sentando-se na mesa. — Há algum tempo.

Philip dá um suspiro longo e se afasta dizendo que vai tentar encontrar alguma forma de sairmos daqui. Sem o anti-inflamatório, a dor será o de menos. A perna do Thomas pode infeccionar, e tenho quase certeza que o ferimento já abriu com todo esforço que ele fez hoje.

Pego o relógio em cima da mesa, vejo a hora e o entrego para o Thomas que coloca de volta no pulso por cima da tatuagem de raio.

—Sabe, Emily — começa a falar, fazendo-me olhar para ele —, quando vi seu vídeo desafiando a Matriz eu só conseguia pensar no quanto você era inconsequente, apesar de ter gostado de você mesmo assim. — Olho para ele, que me dá um sorriso sincero. — Mas você é muito mais do que isso. — Philip olha para nós dois com uma expressão de surpresa. — Você e o Nathaniel ganharam meu respeito por terem sido os únicos a conseguir desestabilizar as estruturas da Matriz e realmente planejarem mudar as coisas. E além de vocês dois ainda tem o Lucas.

— O que tem o Lucas? — pergunto curiosa.

— Ele vai acabar de foder o sistema!

Rio do palavrão, mas a realidade cai com tudo em cima de mim.

— As coisas parecem estar bem complicadas agora — comento.

— O que seria da vida sem um pouco de adrenalina, Princesa? — pergunta descontraído como se não estivesse abalado pela situação. — De um jeito ou de outro, vamos sair dessa.

Eu me pergunto o que ele já passou para continuar tão confiante mesmo em situações como estas.

— Bem, eu espero que sim! — digo, mesmo sem compartilhar da mesma esperança.

— A janela está conectada ao alarme também — Philip diz quando chega ao nosso lado. — E mesmo que não estivesse, nada passa por essas grades.

Pergunto a hora e vejo que já se passaram vinte minutos desde que o Joe foi embora.

— Eu vou ficar ali — digo e me dirijo até a janela para dar um pouco de privacidade para os dois, já que só nos resta esperar.

Fico atenta a algum sinal da Violet, enquanto a imagem do Kyle levando o tiro não sai da minha cabeça. Ela se repete sem parar.

Eu odeio essa guerra, apesar de saber que ela é necessária!

Mas odeio o risco de perder as pessoas que eu amo.

E, nesse momento, odeio não saber onde o Nate e o Lucas estão.

Alguns minutos se passam até ouvirmos um barulho do lado de fora. Philip corre para a porta, enquanto o Thomas sai da mesa devagar e eu o ajudo a chegar até lá.

— Vocês pegaram as pessoas erradas. — Uma voz que eu conheço bem parece estar mesmo do outro lado da porta.

— Ky — digo com um sorriso, aproximando-me um pouco mais da porta. — Você está bem?

Ouvir a voz dele me faz sentir um alívio real.

— Ele está bem, Emily. Cadê o meu irmão e o Lip? — Violet responde por ele.

— Ei, Letty — Thomas diz.

— Se divertindo sozinho, Tommy? — ela pergunta com uma entoação chateada, e o Thomas ri. — Espera só um minuto que já tiro vocês daí.

— Letty, vocês precisam do código — Philip diz.

— Ah sim, Lip, nós já temos aqui sob a nossa mira e eles vão cooperar por livre e espontânea vontade, não é mesmo? — pergunta debochada. — Qual é o código? — pergunta.

A Resistência | Coroa em Chamas (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora