Capítulo 7

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Sou invadida por todos os tipos de sentimentos quando me viro para o Nathan.

— Você quase me matou de saudade. — Minha voz sai embargada enquanto as lágrimas continuam escorrendo no meu rosto.

O olhar intenso dele penetra meus olhos e incendeia cada parte de mim. Nem tento controlar o tremor das minhas mãos que ele segura antes de me puxar para os braços dele.

— Eu prometi que iria voltar pra você, amor. Eu estou aqui — sussurra no meu ouvido com um tom de voz intenso.

Tenho vontade de gritar com ele, de bater nele e fazê-lo prometer que nunca mais vai me fazer passar por isto, que nunca mais vai me deixar sozinha. Mas me lembro porque ele se entregou e o abraço ainda mais forte. Só pensar em tudo que ele pode ter passado nos últimos dias faz meu coração se apertar.

Então eu apenas choro com a testa encostada no pescoço dele, sentindo uma mão dele no meio das minhas costas e a outra na minha nuca. E a voz dele pedindo para eu parar chorar, dizendo que ele está bem, me chamando de "amor".

Sinto todas as emoções intensas que vêm dele na respiração rápida, no coração acelerado, no toque firme, na voz sussurrada... e essa intensidade me deixa sem fôlego.

Ele está aqui, está vivo, está seguro.

Depois de um tempo, afasto-me um pouco para olhá-lo. Ele segura o meu rosto e tira uma mecha do meu cabelo preso nas lágrimas enquanto olha para a minha boca. Meu coração acelera e minha respiração fica rápida e curta quando o vejo se inclinando devagar.

Mas então ele hesita e para.

Eu não avanço.

Queria saber o que ele está pensando.

Ele não sabe se voltei com o Lucas. Ele nem ao menos sabe se o Lucas está vivo. Com certeza está pensando que este pode não ser um bom momento. Mas tudo o que eu quero é sentir a boca dele na minha, então me aproximo um pouco do rosto dele. Estamos tão perto que não falta muito para as nossas bocas se encostarem. Minha mão na nuca dele agarra o cabelo fazendo-o prender a respiração e morder o lábio.

Mas então me lembro da Sarah e apenas suspiro enquanto desvio os olhos da boca dele. Ele não sabe que ela está viva e não quero complicar ainda mais as coisas.

Nossos olhos se encontram e consigo ver o quanto ele está se controlando.

Sei que ele está cheio de vontade de me puxar para ele e me beijar, pelo menos é o que dedo dele contornando o meu lábio inferior está me dizendo. Consigo sentir o quanto ele quer que eu seja dele e a lembrança do gosto do beijo dele faz um arrepio percorrer meu corpo.

Mesmo só com um toque e um olhar, ele consegue me fazer ter sensações intensas, nenhuma parte de mim fica indiferente ao amor e desejo que sinto por ele.

— Vou compensar tudo o que fiz você passar nestes dias — ele promete.

Talvez porque a dor da ausência dele ainda esteja bem visível no meu rosto.

— É melhor mesmo. — Sorrio para ele.

Ele sorri de volta. Mas não é o mesmo sorriso de sempre, tem algo triste e melancólico.

Reparo no hematoma e na cicatriz perto da boca dele, provavelmente onde o Gabe o bateu. Mas a têmpora esquerda está inchada e vermelha, como se ele tivesse se machucado há pouco tempo. Na testa dele também tem uns arranhões, por isso, pego no queixo dele e viro o rosto para ver melhor, mas ele resiste e segura o meu pulso.

— Não se preocupe comigo — diz, olhando-me nos olhos. — Me deixa só olhar para você — pede.

Mas ele não faz só isso. Ele toca meu rosto me fazendo fechar os olhos. Ele encosta a testa na minha enquanto as mãos sobem na minha costa por baixo da camiseta fazendo uma onda de calor passa por mim. Ele sussurra no meu ouvido que me ama antes de me abraçar de novo.

A Resistência | Coroa em Chamas (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora