Capítulo 9

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Trinta minutos se passaram, e começo a ficar extremamente ansiosa.

Eu não sei o que dizer ou como dizer. E não fazer ideia de qual vai ser a reação do Nathan também não me ajuda a manter a calma.

Dou um pulo da cama quando ouço batidas de leve na porta, e meu coração parece tentar sair pela boca quando alcanço a maçaneta. Respiro fundo e a abro.

Nathan está com um braço apoiado na parede e a cabeça baixa, o que faz com que o cabelo úmido caia pela testa cobrindo os olhos dele. Então ele levanta o olhar devagar para mim e meu coração para ao ver os traços perfeitos do rosto dele. Sua expressão está séria e enigmática, e o blusão de moletom vermelho que está usando faz a beleza dele se destacar ainda mais.

Nunca vou me habituar à perfeição dele.

Neste momento, queria poder deixar tudo para depois, me esquecer dos problemas e apenas abraçá-lo. Mas, infelizmente, não posso fazer isso.

Dou espaço para ele passar, e tenho certeza que o nervosismo fez o meu sorriso parecer forçado. Ele continua sério, e a intensidade do olhar dele me causa um frio na barriga.

Enquanto fecho a porta, ele se encosta em uma mesa distante de mim. As mãos seguram a beirada do móvel, entregando o nervosismo.

— Não tenho certeza se quero saber o que você tem pra falar, mas essa ansiedade está me matando, Em — diz parecendo impaciente com o meu silêncio. Ando devagar em direção a ele enquanto tento controlar a minha ansiedade. Esse suspense só está piorando a situação. Não deveria ter deixado ele ir tomar banho, tinha que ter aproveitado aquele momento.

— Vamos esperar o Matt chegar — é a única coisa que consigo dizer.

— O Matt? O que o Matt tem a ver com a conversa? — Ele franze a testa enquanto os olhos estreitam, mostrando confusão.

Droga! Ele deve estar pensando que a conversa é sobre nós dois... e o Lucas!

Quando resolvo falar sozinha para ele sobre a Sarah, o Matt aparece na porta.

— Demorei? — ele pergunta, provavelmente por ver a minha expressão nervosa, e eu apenas peço para acabarmos logo com esse suspense todo. Fecho a porta e nos aproximamos do Nathan que mantém a postura na defensiva.

— O que está acontecendo? — Os olhos dele desviam de mim para o Matt esperando uma resposta. — Vocês estão me deixando nervoso.

— São boas notícias. Relaxa, Nate! — Matt começa, mas isso não parece acalmá-lo. — Vou ser bem direto. Nós encontramos alguém que você achava que tinha morrido.

— O que?

— A Sarah está viva — Matt joga a bomba em cima dele como se o Nathan e a Sarah tivessem se visto ontem e não como se ele achasse que ela tinha morrido há anos. Eu sei que continuar o suspense não era a melhor opção, mas o Matt poderia ter falado algumas coisas antes, sem ir direto ao ponto. Reparo na expressão do Nathan e em como ele apenas continua olhando para o Matt. — A Sarah não morreu, Nate. Ela está viva. — Matt fala de novo, e agora os olhos do Nathan se estreitam devagar, e pouco a pouco confusão domina a expressão dele.

— O que você está falando? — pergunta depois de alguns segundos em silêncio, visivelmente sem acreditar no que ouviu. — A Sarah o que? — Ele agora pergunta olhando para mim, como se precisasse da minha confirmação para saber que é verdade.

— Ela está viva — digo.

— Não é possível. — Ele anda um pouco na nossa direção, mas para no meio do caminho. — Ela morreu. Eu fui até o túmulo dela, vi a família dela em luto.

A Resistência | Coroa em Chamas (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora