Companhia

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Graham Carter

-Deixe que eu faço isso....

-Não me testa, Carter.- Savannah dá um tapinha na minha mãe antes de tocar a coxa dela.

Ela estava alongando e parecia estar com uma dormência na coxa, me ofereci para fazer massage na maior inocência, não sei por que ela me tratou desse jeito.

-Por que está aqui? Não é nem dia de treino.- ela começa a amarrar os cabelos.

-Queria ver você treinando.- patino na frente dela e vejo Savannah ficar com raiva.

-Pode ver das arquibancadas.- ela aponta rapidamente enquanto tenta desviar de mim.

Invisto para a esquerda e tranco ela, Savannah bufa e então estou na direita já trancando ela de novo, não vamos sair daqui até ela me contar.

-Ontem eu vi algo...

-Qual é, Carter, não é da sua conta.- ela cruza os braços.

-Alguns desses estão bem amarelados.- aponto para as costas dela.- São antigos, né?

-Para com isso.- ela tenta escapar e de novo estou na sua frente.- Carter...

-É tão fácil apenas falar, linda.- começo a rodar envolta dela.- Por que você se machuca assim e quem fez esses mais antigos?

-Você é um idiota.- ela tenta avançar.

-E você é sem graça.- devolvo deixando ela me empurrar.- Sabe, podia falar logo, me poupa tempo...

-Minha mãe batia em mim, ok?- ela me encara.- Desde que eu comecei a treinar. De alguma forma acho que me machucando vou acertar da próxima vez.

Ela desvia o olhar, vejo em seus olhos as lágrimas que ela não está querendo soltar, não sabia que era isso, não sabia que era tão pesado assim.

Meu pai nunca levantou um dedo para mim, muito menos minha mãe, então não sabia como agir em relação a isso, devia tocá-la agora ou ela iria recuar?

-Você sabe que não é assim, linda.- falo baixo.

-Eu preciso treinar agora.- ela começa a patinar para o ponto de onde ela parte na música.

Travo o maxilar e saio da pista, tiro meus patins e sento em um banquinho enquanto vejo ela patinar com perfeição, nada além da perfeição.

Quanto ela teve que apanhar para saber dar aquele foto perfeito? Ou saber virar tal brusco na hora que era para virar? Ou para trocar de pé sem que quase ninguém percebesse?

Por que aquela menina estava me afetando tanto? Essa era a verdadeira pergunta. Eu só queria transar com ela, no começo. Então por que estava me esforçando tanto.

Percebi que agora éramos amigos, ela conhecia meus pais, eu sabia de coisas dela, éramos amigos independente de tudo. Independente do que ela quisesse. Ou do que eu quisesse.

Savannah Willians

-Como conseguiu ler esse capítulo?- pergunto.- Análise forense é a parte mais chata, estraga com o jogo da mente do livro todo.

-Dá provas para os caras colocarem o assassino cadeia.- Harper se ajeita na minha cama.

-Ok, mas nem de longe é o melhor capítulo.

Estavamos tentando escolher um capítulo para falar sobre para o trabalho dessa turma, Harper tinha escrito os que ela gostou e eu estava comparando com os meus.

A Amizade - Os CopelandOnde histórias criam vida. Descubra agora