Trabalho

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Graham Carter

Meu treino estava quase terminando, e a única coisa em que eu conseguia pensar era em como Howard tinha me dado um belo hematoma na bochecha.

Eu já estava acostumado com isso e ele tinha me batido contra o vidro despreparado, o capacete quebrou e tive que pegar outro.

Mas fazia parte, enquanto guardo o taco percebo que meu técnico está falando com Will, ele faz careta enquanto o técnico fala e parece não gostar.

Não sei o que o técnico está falando, mas para o Will fazer careta...o que o técnico está pedindo tem que ser muito difícil, por que Will topa tudo.

Então ele se afasta do treinador e vai na direção do vestiário, o treinador olha envolta passando os olhos por alguns jogadores e para em mim.

Droga, fiz contato visual demais!

Começo a ir até o vestiário e ele grita meu nome, finjo que não ouvi e continuo a andar, talvez se eu fingir que fiquei surdo ele me deixe em paz.

-Carter!- ele grita.

-Ah, merda.- começo a parar.

-Tenho algo para você.- ele chega na minha frente.- O dinheiro é bom.

-Então deve ser algo horrível.- o observo.- Vai me dar dinheiro para fazer o que?

-Aulas.- ele explica.- Para a turma infantil feminina.

-Não...

-Elas estão começando agora e o professor sofreu um acidente.- começa a apelar para meu lado mais sentimental.- Elas precisam de você, Carter...

-Eu não vou ensinar meninas a fingir jogar hóquei.- sorrio.- Elas provavelmente vai desistir no segundo dia.

-É um salário muito bom, Carter, você estava precisando de dinheiro e ocupação, não é?- ele levanta as sobrancelhas.

-É....

-Então, vai ganhar tudo isso e vai só passar alguns exercícios e fazer um jogo de quinze minutos.- ele balança a mão.- Facinho.

-Não sei, treinador.- limpo a garganta.- Por quanto tempo?

-Seis meses, até arranjarem um substituto.- fala com calma.- São meninas, você aguenta, Carter.

-O que você não está me contando, treinador?- franzo as sobrancelhas.

Eu treino com ele desde que cheguei aqui, conheço o treinador o bastante para saber que ele não insistiria tanto se não tivesse algo envolvido.

O treinador suspira percebendo isso também e tira o boné para passar a mão pelos cabelos, então me puxa para o canto e olha envolta.

-A neta do contratante do Panthers faz parte.- ele explica.- Preciso de um dos meus melhores. Ele pediu.

-Contratante do Panthers?- arregalo os olhos.- Porque não falou isso antes?

-Por que não era para ser por isso que você tem que querer participar. É por causa das pobrezinhas...

-Claro, as pobrezinhas.- assinto.- Eu vou ceder meu tempo para as coitadas.

-Carter, é sério.- ele endurece o rosto.- É pra levar isso a sério e não sair perguntando quem é a neta dele.

-Eu sei!- me defendo.- Você não vai se decepcionar, treinador.

-Espero que não.- ele começa a se afastar.- Passo o horário para você.

-Ok.- respondo animado.

Eu ensino algumas coisas para meus amigos, eles já são maiores e tem mais prática, então sempre é mais fácil fazer com eles.

A Amizade - Os CopelandOnde histórias criam vida. Descubra agora