Capítulo 52

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Sn narrando*

Hoje estamos retornando para o Ecuador, daqui a uma hora e meia, para ser mais exata. Christopher e eu estamos no quarto arrumando as malas.

Infelizmente, seu pai veio a falecer ontem de madrugada. Recebemos uma mensagem de Mônica, e desde então,  Christopher está quieto, muito quieto. Ele não tinha a melhor relação com o seu pai, mas mesmo assim, era o seu pai.

Chris: cariño, estou indo na farmácia comprar uns remédios para dor de cabeça - me avisa, e eu assinto.

Ele deposita um beijo em minha bochecha, e em seguida passa pela porta.

Continuo arrumando as malas.



Chris narrando*

Chamo um Uber, e dou o nome do cemitério. Chegamos em alguns minutos.

Pago o motorista e desço do carro, entrando no local.

Procuro pelo o seu nome e... ali está.

Leonardo Vélez. Filho, amigo, pai, e esposo.

Me sento na grama; ao lado do seu túmulo.

: hola padre - digo, e respiro fundo - era uma quarta-feira a tarde, estava fazendo minhas coisas da escola até que a porta se abre. Você estava lá, com um sorriso no rosto, te vi assim poucas vezes. Você me levou até a rua, junto com a mamá, e lá estava uma bicicleta. Amarela e azul - rio fraco - foi um dos dias mais felizes da minha vida. Porque você estava . Você não sabe o quanto eu gostava desses raros momentos; os que você era meu pai. Não sabe o quanto foi difícil pra mim quando você foi embora, você nos abandonou, pensei até que... talvez o problema seria eu. Se nem o meu próprio pai me queria, quem iria querer ?... Mas aí, depois de um tempo eu conheci a Sn - recupero fôlego - ela me quis. Ela quer ter uma família comigo - rio fraco - Você não sabe o quão bom é saber que você é amado. Eu sou amado. Tenho minha mãe, meus amigos, e a minha futura esposa. No futuro vou ter filhos, vou construir uma família... não poderia estar mais feliz. Tudo o que eu mais queria, era amor, agora eu tenho. E saber que eu sou amado, não por qualquer um, mas sim por ela, é simplesmente extraordinário. Eu sinceramente não poderia estar mais feliz com a minha vida. Por isso, não quero guardar rancor. Quero lembrar dos bons momentos em que tivemos. Mesmo depois de tudo; eu te amo pai, e eu te perdoo. Espero que tenha encontrado a paz, e peço que me ajude daí.

Passo as mãos pelo o seu nome grifado na lápide, e deixo uma rosa. Enxugo as lágrimas que escorriam pelo meu rosto e me levanto.

: adiós papá - digo antes de virar de costas e ir em direção a saída do cemitério.

Chego na casa da Úrsula, e subo para o quarto. Não deixo de abrir um sorriso ao ver minha pequena deitada na cama concentrada em um livro. Como pode ser tão linda ?

: hola mi amor - digo sorrindo, me deitando ao seu lado.

Sn: hola cariño - diz com seu sorriso - comprou o remédio ? - diz e eu franzo o cenho, remédios ? Ah merda.

: eh... no caminho eu acabei parando em uma barraca de sorvete e acabei me esquecendo. Mas a dor já passou, o que um sorvete não faz ? - brinco e ela dá risada.

Sn: ok, bem - diz se recuperando do riso - agora temos que ir para o aeroporto - diz e eu assinto.

: vamos pra casa.

(...)

Havíamos acabado de chegar, e parecia que os céus estavam caindo.

Pegamos o Uber, e saímos rapidamente, para não nos molharmos. Pego as malas das mãos de Sn e subo as escadas. Paramos em sua porta, e ela a abre.

Sn: - suspira - enfim em casa.

Coloco as malas do lado da porta, depois de fecha-la, e me aproximo de Sn, a abraçando por trás.

: enfim em casa - digo e ela sorri.

Como estávamos cansandos demais para fazer a janta, e não tinha, nada, nos armários, pedimos um lanche.

Comemos, também comemos o sorvete que pedimos de sobremesa - caguei que tá caindo um temporal lá fora, isso é uma idiotice, como na hora em que me der na telha - e fomos para a cama, pensamos em assistir um filme mas estávamos muito cansandos.

Terminamos o dia assim. Em casa, com ela deitada em meu peito, vestindo uma blusa minha e uma calça de moletom.



Continua...

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Separated By Fate - Christopher Vélez [ concluída ]Onde histórias criam vida. Descubra agora