capítulo nove.

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— Bom dia, Helena! — digo, me sentando na mesa, onde ela servia meu café da manhã

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— Bom dia, Helena! — digo, me sentando na mesa, onde ela servia meu café da manhã. — Por que não veio ontem?

— É o Lucas, Aninha, ele 'tá doente. — murmura e me entrega o prato. Imediatamente arregalo os olhos, frustrada. — Ele gripou e eu tive que cuidar dele ontem, ele 'tá 'melhorzinho, mas ainda 'tá com febre.

— Puts, melhoras 'pra ele.

— Eu até ia levar ele pro médico hoje, mas..

— E o que 'cê 'tá fazendo aqui ainda, mulher? — interrompo ela, dando uma mordida em meu pão com queijo. — Vai cuidar dele.

— E te deixar sozinha aqui?  nega com a cabeça. — Seu pai me mata.

— Mata nada, eu não deixo. — bebo meu suco e ela ri. — É sério, o Lucas precisa de você.

— Eu vou ver o que posso fazer. — suspira, enquanto limpa a mesa com um pano. — Agora se apressa aí, já são sete da manhã. — arregalo os olhos, quase me engasgando com o suco.

— Meu Deus. — começo a tossir por causa do suco e Helena se aproxima, batendo nas minhas costas.

— Agora nem tanto assim, né? — ela diz e eu rio. — Se não nem viva você chega lá, 'pra contar história. — enxugo minha boca com o guardanapo, me levantando.

— 'Tô viva, 'tô viva. — levanto as mãos em rendimento e ela ri. — Vou escovar os dentes e a gente vai.

[...]

— Olha, eu vou falar com a professora de matemática sobre o e-mail da turma, o idiota do Guilherme mandou o e-mail errado! — Laís bufa, enquanto eu respondia algumas mensagens no WhatsApp. Guilherme era o vice-representate da turma, foi puro sorteio, porque de acordo com Laís, ela nunca escolheria ele. — Não faz nada direito também. — rio, voltando minha atenção pra ela.

Laís sempre surtava com Guilherme em relação a organização. Eles eram tipo cão e gato, mas quando se tratava de fofoca, o negócio era diferente.

— Relaxa, vai lá, representante de turma. — digo com uma voz engraçada e ela sai correndo em direção a sala dos professores.

— Bom dia, senhorita Ana. — ouço a voz de Thur e me viro rapidamente, colocando a mão no peito como expressão de surpresa. — Não esqueci de ontem não, viu? — cruza os braços, fazendo drama.

— Bom dia, Arthur. — digo e ele ri fraco. — Ficou bravo, foi? — ele faz biquinho e eu aperto suas bochechas.

— Eu todo fofinho indo te mostrar o lugar, né, aí tu "Thur, tenho que ir." — me imita, com a voz fina, fazendo um gesto engraçado com a mão e eu gargalho. — E ainda soltou uma dizendo que me acha lindo, como é que pode? — cruza os braços novamente.

— Mas isso não significa que a gente não possa ir ver esse lugar aí agora, né? — dou um sorriso, colocando meu celular no bolso e ele aponta o dedo pra mim, concordando com a cabeça. — 'Vamo. — ele põe sua mão em meu braço, rodeando meus ombros, que nem ontem, me guiando até o local.

— Acho esse lugar 'mó bonito, bom 'pra refletir também. — ele diz, me deixando ainda mais curiosa.

— Então você é do tipo reflexivo? — pergunto e ele ri. — Essa escola é gigante, qual a probabilidade de eu me perder? - olho em volta de todo ambiente enquanto ando e ele nega com a cabeça.

— 'Tamo chegando, a partir daqui deixa de ser escola, e vira um paraíso.

— Vai me sequestrar, é? — pergunto, depois de um tempo calada, quando percebo que estamos indo longe e ele solta uma risada nasal.

— Relaxe, relaxe. — acaricia meu braço. — Pronto. — tira sua mão do meu braço. Era um local ao lado do campo de futebol, onde tinha algumas árvores, bancos de madeira e um mini jardim, digamos assim.

— Meu Deus, isso é incrível. — dou um sorriso de orelha pra orelha, eu simplesmente amo a natureza, como ele sabia disso? — Um dos lugares mais lindos que eu já vi, como eu não vi isso aqui ontem? — coloco minha bolsa em um dos bancos que haviam ali.

— Talvez porque furou meu tour pela escola ontem. — cruza o braços.

— Rancoroso o senhor, viu? — digo e ele ri. — Não vai se repetir.

Com certeza eu viria nesse lugar mais vezes, imagina o quão bom deve ser pensar na vida sentada nessa grama aqui.

— Você vai me bater? — ele diz, olhando pro celular e eu arqueio as sobrancelhas.

— Que? 'Tá doido?

— Sete e cinquenta, Ana, são sete e cinquenta. — diz e eu arregalo os olhos.

— Nesse caso, eu vou. — ele ri. — Era aula de Biologia, Arthur, meu Deus. — olho o PDF que Laís havia me mandado há uns dias atrás, onde tinha o horário das aulas.

— Se prepare 'pra ouvir uma bronca daquelas, minha filha. — diz, rindo e eu bato na minha testa, respirando fundo e pegando minha bolsa na maior rapidez possível.

— Ajudou muito, amei a motivação. — digo, ironicamente e ele ri, negando com a cabeça. — Vem logo, Arthur. — ando o mais rápido possível e o menino vem correndo em minha direção.

— Calma aí, 'tô cansado já. — diz com a voz ofegante, assim que me alcança.

— O sedentarismo, senhor. — rio e ele me encara. — Como explicar 'pra os meus pais que eu entrei em uma escola e fui expulsa no segundo dia de aula? — subo as escadas e o menino gargalha.

— Pode ficar tranquila que isso não vai acontecer, Aninha. — Aninha? — 'Vamo tentar entrar sem ela perceber que a gente não 'tava, vem. — pega meu braço, abrindo a porta da sala, devagar.

— Ah, então estão aí os dois 'atrasildos? — a professora que estava escorada em sua mesa de braços cruzados diz. — Já que estão tão amigos assim, acho que não vai ter problema em fazerem um mapa mental sobre Fotossíntese e Quimiossíntese, que por sinal, é o assunto que vocês perderam.

— Foi mal ter te colocado nessa. — sussura em meu ouvido, o que faz eu me arrepiar.

— Pelo menos a gente 'tá junto nessa. — sussuro de volta em seu ouvido e ele solta uma risada nasal. — Não tem problema não, 'profê, eu que peço desculpas. — me sento em minha cadeira.

— Onde estavam? — engulo seco e olho pro Arthur, que ainda estava em pé, me encarando. — Suponho que o Guilherme estava com vocês, né?

— O Guilherme 'tá na robótica, professora. — Laís responde e me olha.

— Então se ele não 'tava com vocês, o que vocês..

— Amanhã a gente te entrega, pode ser? — interrompo ela e dou um sorriso sem mostrar os dentes, apenas assistindo a mulher ficar vermelha. Arthur apenas se senta na cadeira ao lado da minha, rindo de lado.

— Que ótimo! — ri ironicamente. — Quero ver a letra dos dois, viu? E caprichem. — apenas vejo Laís me encarar, ela parecia gostar do que estava acontecendo. Fofoqueira. Enquanto Alice me olhava séria.

— Pode deixar. — Arthur diz, concordando com a cabeça. — Depois da aula vou 'pra casa contigo e a gente acaba isso de uma vez, beleza? — vem até minha cadeira e fala com um tom baixo. Apenas assinto, olhando pra Alice.

Aí senhor, onde eu fui amarrar meu bode.

Mina do condomínio | Loud Thurzin. Onde histórias criam vida. Descubra agora